Belém do Pará, Brasil, 14 de novembro de 2025 (IICA) — O único setor que pode capturar carbono de forma econômica é a agricultura, afirmou Marcelo Regúnaga, coordenador geral do Grupo de Países Produtores do Sul (GPS) em uma nota divulgada na COP30.
GPS é uma rede da qual participam as principais entidades agroindustriais privadas da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e que tem uma estreita parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
A rede GPS é geradora permanente de conhecimentos científicos, que fizeram contribuições significativas para demonstrar que a agricultura pode ser uma parte importante da solução aos desafios ambientais, mediante diferentes alternativas produtivas, como a recuperação de solos degradados, o florestamento, os sistemas de produção silvopastoris e a semeadura direta.
“Os países do Cone Sul da América têm um alto potencial para atrair investimentos e implementar soluções destinadas ao sequestro de carbono nas atividades agroindustriais, com base em sua enorme abundância de recursos naturais e nos desenvolvimentos tecnológicos de seus agronegócios, que já são evidentes”, disse Regúnaga em nota divulgada na Casa da Agricultura Sustentável das Américas, o pavilhão que o IICA e seus parceiros estratégicos instalaram na AgriZone, na COP30.
Financiamento
Regúnaga chamou a atenção sobre o fato de que, para avançar em soluções de grande importância global, devem ser encontrados os mecanismos para financiar, com fontes públicas e privadas, os investimentos que possibilitem o desdobramento de todo o potencial do setor agropecuário.
“O aquecimento global que afeta o planeta é resultado das emissões de gases de efeito estufa que se acumularam na atmosfera por quase dois séculos, devido aos processos de industrialização, especialmente nos países desenvolvidos”, explicou.
Regúnaga, engenheiro agrônomo e economista agrícola com longa experiência como consultor de organismos internacionais, disse que os estudos científicos e os modelos de simulação da evolução das emissões dos diferentes setores econômicos mostram que o único setor que pode sequestrar carbono de forma econômica é a agricultura, ou outras soluções baseadas na natureza.
“Ou seja, a agricultura não é um problema, como foi manifestado em algumas COP anteriores, mas, pelo contrário, é parte da solução aos desafios globais da segurança alimentar; da redução do carbono na atmosfera; da transição energética — por meio dos biocombustíveis e outras iniciativas bioeconômicas e de economia circular —; e do desenvolvimento econômico e social nos países de menor desenvolvimento relativo”, concluiu.
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