Belém do Pará, Brasil, 21 de novembro de 2025 (IICA) — Rentabilidade, trabalho colaborativo e políticas públicas são três elementos-chaves para favorecer uma agricultura que não apenas conserve os recursos naturais, mas restaure os ambientes degradados, disseram atores do setor privado e da sociedade civil na COP30.
O pavilhão que o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) instalou em Belém do Pará — onde acontece o maior foro ambiental do mundo, atraindo mais de 50.000 pessoas — foi cenário de uma discussão sobre quais são os incentivos mais adequados para incentivar uma agricultura regenerativa.
Participaram: Dan Christenson, Vice-Presidente de Políticas Públicas da PepsiCo, uma das mais importantes companhias alimentares do mundo; Deise DallaNora, Diretora de Assuntos Públicos, Comunicações e Sustentabilidade da Yara, empresa líder global em nutrição de cultivos e fornecedora de soluções ambientais e agrícolas; Juan Carlos Francisco Guillén, Engenheiro Ecológico e Presidente da associação civil mexicana Cecropia; e Kyle Bridgeforth, proprietário e parceiro operacional da Bridgeforth Farms, um empreendimento produtivo com cinco gerações no estado de Alabama, no sul dos Estados Unidos. Lloyd Day, Subdiretor Geral do IICA, foi o moderador.
Os participantes concordaram em colocar no centro da discussão as necessidades dos agricultores, e afirmaram que é necessário ampliar os enfoques que recompensam aqueles que desempenham boas práticas agrícolas, que contribuem com benefícios ecossistêmicos.
A PepsiCo e a Yara anunciaram este ano que têm um acordo de colaboração estratégica para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na agricultura. O programa se refere à cadeia de suprimento agrícola da PepsiCo e beneficia produtores de batata no México, Colômbia, Chile e Argentina em sua fase inicial. Em seguida, espera-se sua expansão na América Latina para diversos outros cultivos, como milho, trigo, aveia, coco e banana.
Êxito hoje e dentro de 50 anos
“Sabemos muito bem que é imprescindível trabalhar com os agricultores e ter a sustentabilidade como prioridade para ter sucesso não só agora como também daqui a 50 anos. No caminho para a difusão da agricultura regenerativa faltam incentivos comerciais, inovação agronômica e políticas facilitadoras de boas práticas”, disse Christenson.
O executivo da PepsiCo considerou que o primeiro passo é compreender plenamente as realidades dos territórios: “As grandes políticas começam por ouvir e entender. Somente nessas condições é possível crescer. Há agricultores na América Latina e no Caribe criando valor em termos de baixas emissões, cuidado com a água ou recomposição da saúde do solo, e isso deve ser recompensado. Temos grandes experiências que são exemplos de que os inventivos funcionam. Precisamos de mais empresas que o façam, bem como de sinais mais claros dos governos”.
Deise DallaNora, especialista em Agronomia e Agroecologia da Yara no Brasil, explicou como melhorar a sustentabilidade na agricultura tropical com insumos de baixo custo e uso eficiente dos nutrientes. Também falou sobre como apoiar os agricultores para que tenham acesso a mercados e como atrair financiamentos para práticas sustentáveis.
“É muito importante participar de iniciativas público-privadas. No Brasil, fazemos isso para recuperar terras degradadas. Quanto aos atores privados, a parceria entre a PepsiCo e a Yara é de longo prazo. Começou na Europa, em seguida, passou para a América Latina, e estamos falando de uma criação valiosa. Mas sabemos que, para recompensar os agricultores por seus serviços ambientais, especialmente nos países em desenvolvimento, precisamos de uma maior colaboração com o setor público”, afirmou.
“Em Chiapas, combinamos ciência, tecnologia e conhecimento local para cuidar da água, conservar recursos naturais e proteger os povos que estão nos territórios”, disse Guillén, em nome da Cecropia, associação civil especializada em sustentabilidade que promove, administra, desenvolve e implementa projetos, processos e ferramentas que contribuem para reduzir as barreiras que inibem o desenvolvimento social, a integridade ambiental e a prosperidade econômica.
Guillén explicou os projetos implementados no estado do sul do México em conjunto com o IICA e o Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE) para construir um modelo sustentável não só de agricultura, mas de propriedade da terra, que favoreça a expansão da produção de café e de frutas. “As coisas não são fáceis. Precisamos de inovação. E isso deve estar baseado na colaboração”, reconheceu.
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