Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA; Martial Bernaux, Oficial Superior de Recursos Naturais do Escritório de Mudança do Clima, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO; Sophie Beecher, Diretora Geral do Departamento de Agricultura e Agroindústria do Canadá; Nick Blong, Primeiro Secretário Assistente de Sustentabilidade e Clima do Departamento de Agricultura, Pesca e Florestas da Austrália; Karen Ross, Secretária do Departamento de Agricultura e Alimentação da Califórnia; e Paul Luu, Secretário Executivo da Iniciativa 4 por 1000.
Belém do Pará, Brasil, 24 de novembro de 2025 (IICA) — Os governos do Canadá e da Austrália e o Departamento de Agricultura e Alimentação do estado da Califórnia foram ao pavilhão do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na COP30 para chamar a atenção sobre a importância da saúde dos solos.
Somente solos saudáveis podem garantir sistemas agroalimentares resilientes, por isso o tema precisa estar impreterivelmente em todas as estratégias nacionais para abordar os desafios climáticos, disseram os participantes em um painel que foi seguido com particular atenção na Casa da Agricultura Sustentável das Américas. Trata-se do pavilhão do IICA em Belém do Pará, que esteve presente pela quarta vez consecutiva no maior foro de debate ambiental global, depois de sua presença em Sharm-El-Sheikh, Dubai e Baku.
Participaram: Sophie Beecher, Diretora Geral no Departamento de Agricultura e Agroindústria do Canadá; Karen Ross, Secretária do Departamento de Agricultura e Alimentação da Califórnia; Nick Blong, Primeiro Secretário Assistente de Sustentabilidade e Clima do Departamento de Agricultura, Pesca e Florestas da Austrália; e Paul Luu, Secretário Executivo da Iniciativa 4 por 1000, que busca reforçar o papel da agricultura, particularmente, dos solos na discussão climática.
O moderador foi Martial Bernaux, da FAO.
Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA, proferiu as palavras de boas-vindas ao público e explicou as diretrizes básicas do programa Solos Vivos das Américas, que o IICA executa desde 2020 com a liderança do cientista Rattan Lal, titular do Centro Lal para Gestão e Sequestro de Carbono da Universidade do Estado de Ohio (OSU), já com resultados concretos em diversos países da região.
A discussão no pavilhão do IICA tratou sobre as políticas públicas e os projetos privados realizados no Canadá, no estado da Califórnia e na Austrália, país que também é um grande produtor e exportador de alimentos.
Resultados e consensos
Beecher explicou que a saúde do solo é a base de todas as políticas implementadas no Canadá em termos de agricultura. “O Departamento de Agricultura foi o primeiro a ser criado no governo do Canadá, o que quer dizer muito, e sempre trabalhou na proteção do solo”, contou.
A funcionária disse que o Canadá vem tendo um êxito notável com a implementação de boas práticas, como a rotação de cultivos e a utilização de cultivos de cobertura, e que isso se reflete em indicadores científicos sobre a saúde do solo e obtenção de uma maior produtividade.
“Consideramos que o principal é construir um olhar comum sobre as prioridades que inclua as comunidades indígenas, as organizações da sociedade civil, a academia e, certamente, as associações de produtores. No Canadá chegamos a um consenso muito significativo sobre a importância da saúde do solo. Além disso, contamos com alguns políticos que tornaram o tema visível. Estamos decididos a não perder o trem”, afirmou Beecher.
Karen Ross se referiu às políticas aplicadas na Califórnia para sustentar a produtividade da agricultura e as oportunidades para as comunidades rurais, temas que — segundo explicou — são considerados prioritários no estado.
“Temos objetivos ambiciosos, e a agricultura está sempre na mesa das discussões políticas”, assegurou.
A funcionária falou sobre a promoção de agricultura climaticamente inteligente e das práticas vinculadas à conservação dos recursos naturais.
“O solo — afirmou — pode ser parte da solução aos desafios climáticos, com o sequestro de carbono. Mas também é necessário mudar a narrativa e a percepção da sociedade. Se investimos na saúde do solo, asseguramos a continuidade da produtividade e a sobrevivência dos agricultores”.
Os governos do Canadá e da Austrália e o Departamento de Agricultura e Alimentação do estado da Califórnia participaram do pavilhão do IICA na COP30, destacando a importância da saúde dos solos para enfrentar os desafios climáticos.
Nick Blong falou sobre a Estratégia Nacional de Solos 2021-2041 da Austrália, um plano de 20 anos com três objetivos-chave: priorizar a saúde do solo, promover a inovação e a gestão do solo e fortalecer o conhecimento e a capacidade em relação a solos. “Assumimos uma grande responsabilidade no uso da terra, pois somos grandes exportadores de alimentos e o nosso país é muito diverso, com agricultura tropical no norte e zonas frias ao sul”, disse.
O agrônomo especializado em agricultura tropical, Paul Luu, falou da relação entre a saúde de solo e a água e aprofundou sobre a degradação da terra e as secas crônicas que têm desertificado grandes extensões na França.
O professor Luu lidera a Iniciativa Internacional “4 por 1000”, lançada pela França em 2015, na COP21, que tem como objetivo demonstrar que a agricultura e, em particular, os solos agrícolas, podem desempenhar um papel crucial na segurança alimentar e no enfrentamento dos desafios climáticos.
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