
Mary Robinson, uma importante produtora e empreendedora do agronegócio, com um amplo histórico de ativismo para garantir que as vozes dos agricultores sejam ouvidas na formulação de políticas e no futuro do setor.
São José, 10 de março de 2025 (IICA) — Mary Robinson, produtora e empresária agropecuária com uma longa trajetória de ativismo para que os agricultores sejam ouvidos nos âmbitos onde são discutidas as políticas e o futuro da atividade, foi homenageada como uma das “Líderes da Ruralidade das Américas” pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Robinson, que no início de 2024 foi nomeada Senadora no Parlamento do Canadá, receberá o reconhecimento “Alma da Ruralidade”, parte de uma iniciativa do organismo especializado em desenvolvimento agropecuário e rural para dar visibilidade a homens e mulheres que marcam e fazem a diferença no campo do continente americano, essencial para a segurança alimentar e nutricional e para a sustentabilidade ambiental do planeta.
Ela se destacou como membro de organizações que defendem os interesses do setor agropecuário nos âmbitos provincial, nacional e internacional, o que lhe valeu grande reconhecimento dentro e fora de seu país. Foi presidente da Federação Canadense de Agricultura (CFA), fundada em 1935, que hoje representa cerca de 200.000 agricultores no país; e vice-presidente da Federação Mundial de Agricultores (WFO), organização internacional cuja missão é fortalecer os moradores rurais, com foco particular nos pequenos produtores.
Robinson sempre viveu na Ilha do Príncipe Eduardo (conhecida como PEI, por suas iniciais em inglês), na costa atlântica do Canadá. É um território de 200.000 habitantes, onde o setor agrícola é a principal atividade econômica. A ilha está unida ao continente por uma ponte de 14 quilômetros de extensão.
Ali, a família produz alimentos desde 1810. Robinson faz parte de uma sexta geração envolvida na produção e no negócio agropecuário. Hoje o Grupo de Companhias Robinson inclui: Eric C. Robinson Incorporated, Island Lime, PEI Agromart e ECR Holdings. O conglomerado se dedicou a vários objetivos, como o cultivo e o processamento de batatas, a produção de grãos e forragens e a prestação de diversos serviços para os agricultores: venda de equipamentos e tecnologias, desenvolvimento de assessoria em questões agronômicas, distribuição de sementes e fertilizantes e técnicas de proteção de cultivos.
O prêmio Líderes da Ruralidade é um reconhecimento aos que cumprem um duplo papel insubstituível: ser avalistas da segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, guardiões da biodiversidade do planeta pela produção em qualquer circunstância. O reconhecimento também tem a função de destacar a capacidade de promover exemplos positivos para as zonas rurais da região.

Mary Robinson, uma importante produtora e empreendedora do agronegócio, com um amplo histórico de ativismo para garantir que as vozes dos agricultores sejam ouvidas na formulação de políticas e no futuro do setor.
Tradição de mais de dois séculos
“Por mais de 200 anos a nossa família trabalhou na agricultura na Ilha do Príncipe Eduardo, que é a província mais densamente povoada do Canadá, com cerca de 200.000 habitantes em 5.600 quilômetros quadrados de superfície. Em nosso país há muitas zonas onde se pode percorrer grandes distâncias sem ver qualquer população, mas na ilha existem muitas comunidades pequenas por todo o território”, diz ela.
A atividade mais poderosa da Ilha do Príncipe Eduardo é o cultivo e a industrialização de batatas, embora o seu potencial e sua realidade produtiva sejam muito mais amplos.
“Temos 80.000 acres (cerca de 32.000 hectares) de batatas. Mas na província também se cultiva trigo, milho, soja e outros grãos, se faz criação de gado para carne e para leite e contamos com uma fantástica indústria de aquicultura. Aqui se produzem mexilhões, ostras e outros mariscos. A produção de alimentos é a principal dinamizadora da nossa economia”, explica Robinson.
Ela estudou Economia e Negócios na Universidade de Acadia e foi presidente da Federação de Agricultores da Ilha do Príncipe Eduardo, bem como a primeira mulher a liderar a Federação Canadense. Além disso, foi eleita uma das 25 mulheres mais influentes na área Atlântica do Canadá pela Atlantic Business Magazine.
Desde o início, Mary soube que estava interessada não somente em cumprir bem o seu trabalho, mas também em fazer algo pelos demais e contribuir para a igualdade de oportunidades.
“Estou em uma zona do Canadá onde as mulheres conseguiram ganhar lugar na mesa das discussões. Eu fui presidente da federação de agricultoras da ilha por mais de dez anos. Fui a terceira mulher nesse cargo, e estou muito orgulhosa disso. Depois, fui a primeira presidente da federação nacional, e acho que é bom ser a primeira, tanto como ser a terceira ou a quarta. Nós, mulheres, devemos perseguir a nossa paixão e acreditar em nós mesmas, para participar das decisões”, explica.
Seu empenho em participar de organizações de produtores se baseia na certeza de que aqueles que estão nos territórios rurais produzindo alimentos não podem ficar ausentes dos âmbitos onde o rumo das políticas agropecuárias é definido.

Mary Robinson se destacou como membro de organizações que defendem os interesses do setor agrícola nos níveis provincial, nacional e internacional, o que lhe rendeu grande reconhecimento dentro e fora de seu país.
“Os países e os organismos internacionais — disse — decidem questões que impactam os agricultores, por exemplo, na abordagem da mudança do clima ou do comércio. O papel de nossos grupos é assegurar que os agricultores estejam nas mesas de discussão, pois são eles que conhecem como as ações impactam nos territórios”.
Para Mary Robinson a liderança é um serviço: quem lidera deve saber ouvir, receber as mensagens e agir de acordo. “Eu venho de um lugar de privilégio, mas a minha inspiração — afirma — foi a coragem e a força que tenho visto em muitas pessoas nas áreas rurais para superar os obstáculos e as desvantagens que enfrentam. Os agricultores têm muito orgulho pelo que fazem diariamente”.
Ela ama a agricultura, atividade que, ao contrário do que muitos acreditam, vê como muito conectada às mudanças e às novas tecnologias: “Eu trabalho com agricultura de precisão, e a nossa ilha está muito imersa na inovação para a produção de alimentos. Vejo muita gente jovem que reconhece que a agricultura é uma atividade muito mais ampla do que trabalhar na fazenda, e que oferece muitas oportunidades. Com o seu vínculo às raízes, sua bagagem de valores e a possibilidade de se beneficiar com as novas tecnologias, a agricultura abre as portas para o futuro. Nenhuma outra atividade reúne tanta diversidade”.
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