Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Macarena Valdés, Líder da Ruralidade das Américas; Marcelo Torres, Presidente da AAPRESID; Walkymario Lemos, Chefe Geral da EMBRAPA Amazônia Oriental; e Eric Mittenthal, Chefe de Estratégia do Meat Institute/Protein PACT.
Belém do Pará, Brasil, 12 de novembro de 2025 (IICA) — Líderes rurais e de organizações de produtores e autoridades públicas de pesquisa agropecuária concordaram sobre a necessidade de uma nova forma de narrar como os agricultores das Américas transformam sua atividade mediante a ciência, a tecnologia e a inovação para se tornar avalistas da segurança alimentar, energética e ambiental do mundo, ao mesmo tempo que aumentam sua resiliência e protegem a biodiversidade.
Participaram do painel Nova narrativa para a agricultura e os sistemas agroalimentares das Américas, realizado no pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, instalado pelo IICA na Agrizone da COP30 em Belém do Pará: Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Eric Mittenthal, Chefe de Estratégia do Meat Institute/Protein PACT; Walkymario Lemos, Chefe Geral da EMBRAPA Amazônia Oriental; Marcelo Torres, Presidente da AAPRESID; e Macarena Valdés, proprietária da fazenda La Pachamama, no Chile.
“Uma a cada quatro toneladas de alimentos produzidos no mundo provêm das Américas, de modo que ela é uma região protagonista por excelência na segurança alimentar e ambiental do planeta. A tendência é que esse número aumente, o que é uma grande oportunidade para alcançar uma nova narrativa sobre como os agricultores são peças essenciais de uma transformação baseada na ciência, tecnologia e inovação que já ocorre nas zonas rurais do continente”, disse Otero.
Marcelo Torres, Presidente da Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID), explicou que essa nova narrativa também deve servir como ponte entre produtores, tecnologia e instituições públicas do setor agropecuário.
“Conectar a agenda dos produtores tecnificados com os de subsistência é difícil, mas a nova narrativa serviria como base para uma rede interativa de inovação que inclua todos os produtores rurais”, comentou.
Macarena Valdés, reconhecida pelo IICA como Líder da Ruralidade das Américas juntamente com seu esposo Marco Aceituno em 2022, explicou como o seu empreendimento teve origem na necessidade de alimentar seus três filhos, tudo isso de maneira inesperada, uma vez que não vinham de uma área rural nem se dedicavam à agricultura.
Sua fazenda La Pachamama fica em Los Molles, Valparaíso, Chile, uma região que enfrenta um estresse hídrico há quase 12 anos, de modo que tiveram que aprender na prática a captar água e produzir alimentos. Em outras palavras, a crise os fez ser inovadores.
“Ao levar para o mundo as nossas inovações, nós nos demos conta do grande impacto que podemos ter ao contar como enfrentamos as dificuldades, como, com inovações de baixo custo e fáceis de replicar, produzimos 200 kg de forragem verde hidropônica com apenas dois litros de água e como geramos solos com esterco e papelão, em uma região onde o solo é de seis centímetros de argila sobre rocha”, disse Macarena.
Com apoio do IICA, ela e seu esposo têm visitado países do Corredor Seco Centro-Americano para transferir suas inovações a produtores dessas zonas rurais de alta vulnerabilidade climática.
Êxito na inovação para a agricultura
Walkymario Lemos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), destacou a contribuição que essa organização faz há mais de 52 anos para o setor agropecuário da América Latina e do mundo, pois, nesse período, o Brasil passou de importador líquido de alimentos a potência global da exportação de produtos agrícolas, a partir da pesquisa da agricultura tropical.
“No contexto atual, as cinco décadas dessa revolução baseada na ciência, tecnologia e inovação agropecuária precisam de um quarto pilar, que é precisamente a comunicação. Precisamos dizer como a agricultura das Américas mudou, não só quanto à tecnologia, mas em todos os aspectos do entorno rural”, comentou Lemos.
“Graças à EMBRAPA, a ciência agropecuária brasileira transforma os recursos em alimentos e energia ao mesmo tempo que protege as florestas; nossos pesquisadores têm buscado os sistemas de produção mais sustentáveis para cada território, com o que impactamos positivamente a vida das pessoas”, acrescentou.
Eric Mittenthal, do Meat Institute/Protein PACT, entidade que aglutina 95% dos produtores de carnes dos Estados Unidos, informou que a estratégia dessa organização é explicar detalhadamente como a proteína animal beneficia a saúde das pessoas.
“Nos EUA, a produção de carne se faz da maneira mais sustentável possível, o que sempre transmitimos com transparência. Apoiamos os nossos produtores a ter informações confiáveis e, como conhecemos os consumidores, nós os orientamos sobre onde recorrer para obter as mensagens corretas. Por isso, geramos confiança ao contar nossas histórias”, afirmou.
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