Luis Rosa Pérez, Gerente do Projeto PME Verdes do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe; Eugenio Díaz-Bonilla, Assessor Especial do IICA; Marco Zapata, Representante do IICA na Costa Rica; e Carmine Paolo De Salvo, Especialista em Desenvolvimento Rural do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
São José, 14 de outubro de 2025 (IICA) — O diálogo hemisférico que foi realizado no Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e reuniu líderes governamentais, de organismos internacionais e especialistas do setor agroalimentar regional, entrou em consenso sobre rotas de ação para fortalecer a institucionalidade e a articulação de políticas públicas nos países da América Latina e do Caribe.
O encontro focou na importância de uma governança efetiva, no uso estratégico de gastos públicos e na promoção de finanças verdes inovadoras, como pilares para escalar soluções que respondam aos desafios atuais e futuros dos sistemas agroalimentares da região.
Na sessão de encerramento, os especialistas trabalharam de maneira coletiva para identificar condições capacitadoras e aprendizagens escaláveis; e analisaram os principais obstáculos que limitam a escalabilidade das políticas públicas agroalimentares nos países do hemisfério. A partir desse diagnóstico, foram feitas recomendações específicas para fortalecer a implementação de políticas mais inclusivas, sustentáveis e eficazes.
Destacou-se que, para uma governança efetiva, devem ser criadas plataformas de diálogo e coordenação entre ministérios, organismos internacionais, o setor privado e a sociedade civil, como base para a formulação e a implementação de políticas integrais. Além disso, ressaltou-se a necessidade de dispor de sistemas de monitoramento e avaliação que assegurem a transparência e a prestação de contas.
Eugenio Díaz-Bonilla, Assessor Especial do IICA nesse tema, destacou que a institucionalidade pública e uma governança transformadora dos sistemas agroalimentares requer a articulação entre diversos atores e o estabelecimento de mecanismos claros de coordenação.
“A governança deve ser multinível, integrando ações desde o âmbito nacional até o local, promovendo a participação inclusiva de comunidades rurais, mulheres e jovens na tomada de decisões. Além disso, é necessário um programa operacional plurianual com objetivos definidos, instrumentos, custos e fontes de financiamento, tudo isso plasmado em um orçamento concreto e com mecanismos de acompanhamento e controle”, afiançou Díaz-Bonilla.
Em termos de gastos públicos, os participantes concordaram sobre a urgência de redirecionar estrategicamente os recursos para investimentos que promovam a produtividade sustentável, a inovação e dietas saudáveis.
Carmine Paolo De Salvo, Especialista em Desenvolvimento Rural no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), explicou que, como exemplo de condições capacitadoras, está a implementação de incentivos e subsídios inteligentes, como apoios prévios a plantios, preços de garantia e programas de fertilizantes para pequenos produtores.
“A transparência orçamentária e a avaliação de impactos permitem demonstrar os benefícios reais dessas medidas em termos de sustentabilidade, produtividade e redução da pobreza”, concluiu Giordano.
Com relação às finanças verdes, foi abordada a necessidade de estabelecer estruturas regulatórias claras que definam critérios para créditos verdes, bônus temáticos e outros instrumentos financeiros sustentáveis.
Ressaltou-se o papel da inovação financeira no desenvolvimento de produtos como bônus verdes, créditos para energias renováveis e plataformas de transparência que permitam reportar o impacto ambiental dos investimentos. Além disso, enfatizou-se a importância de fortalecer as capacidades institucionais de bancos, reguladores e empresas para medir, publicar e reduzir as emissões associadas a suas carteiras de investimento.
“A inovação financeira não só promove a sustentabilidade, mas também transforma a maneira como medimos e comunicamos o impacto ambiental. No CAF, promovemos instrumentos, como créditos para energias renováveis, que, acompanhados de plataformas de transparência, fortalecem a prestação de contas e a confiança nos investimentos responsáveis”, disse Luis Rosa Pérez, Gerente do Projeto PME Verdes do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe.
Rota de ação
O evento foi concluído com o compromisso de avançar para uma nova geração de políticas públicas agroalimentares, articulando esforços e aprendizados compartilhados.
Como parte da rota de ação, o Observatório de Políticas Públicas para os Sistemas Agroalimentares (OPSAa) do IICA coletará e etiquetará os casos e experiências mencionados no diálogo hemisférico para facilitar sua consulta e análise.
“A continuidade desses diálogos propositivos é essencial. Devemos mostrar resultados e fazer um balanço do que foi aprendido para definir como seguiremos adiante e como daremos sentido a esse processo coletivo. Não basta relatar casos nem levar pessoas para vê-los; precisamos de uma estratégia de escalabilidade que realmente funcione e gere impacto”, manifestou Joaquín Arias, Coordenador do OPSAa.
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