Belém do Pará, Brasil, 13 de novembro de 2025 (IICA) — A agricultura das Américas cumpre seu papel para a segurança alimentar do planeta, e as práticas de sustentabilidade que segue no continente são um exemplo de como essa atividade fornece soluções duradouras perante os desafios climáticos, ambientais, econômicos e sociais que a humanidade enfrenta.
Isso foi afirmado por especialistas reunidos no pavilhão Casa da Agricultura Sustentável das Américas, no âmbito da COP30, que acontece no Brasil.
O pavilhão, instalado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na chamada AgriZone, em Belém do Pará, abrigou um painel do qual participaram a Gerente Sênior de Inovação da OCP Brasil, Franciele Trentini; o líder de Sustentabilidade do Conselho de Exportadores de Soja dos Estados Unidos (USSEC), Luis Bustamante; o pesquisador de Políticas Públicas na Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, Daniel Barcelos Vargas; e a Diretora Executiva da Associação de Produtores da Geórgia, Tamar Toria.
O painel começou com um diálogo com Marcello Brito, Secretário Executivo do Consórcio Amazônia Legal e enviado especial à COP30 dos estados amazônicos brasileiros; e Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
“A participação do IICA na AgriZone, espaço dedicado ao setor agropecuário na COP30, concebido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), é um sucesso, pois se faz em meio a uma grande vitrina do agronegócio brasileiro. Aqui podemos mostrar que a agricultura é parte das soluções para produzir os alimentos, a energia e a biomassa que o mundo requer”, expressou Brito.
“A agricultura das Américas mostra o caminho para a sustentabilidade. Como setor, o setor agropecuário é o único capaz de sequestrar carbono e pode aproveitar a enorme biomassa dos trópicos, como, por exemplo, o Brasil ao produzir biocombustíveis e biocosméticos”, expressou Manuel Otero.
Dos produtores e a pesquisa
No painel, coorganizado entre a Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID) e o IICA, Franciele Trentini expressou que a OCP Brasil e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), da qual fazem parte, promovem uma cadeia colaborativa de inovação que começa ouvindo as necessidades dos produtores. “Desse modo — afirmou —, aprendemos e cooperamos, pois a inovação deve ser aberta, e trabalhar em cadeia deve ser obrigatório”.
Luis Bustamante, da USSEC, considerou que as práticas de sustentabilidade dos produtores agropecuários devem ir além do campo e ser uma ferramenta de posicionamento. “Nesse ponto, competitividade e sustentabilidade se unem e se voltam para os grupos de interesse. É mediante o comércio internacional que os produtores podem medir sua competitividade, de modo que a sustentabilidade pode ser vista como uma vantagem competitiva”.
O pesquisador Daniel Barcelos Vargas ressaltou o fato de que o Brasil aumentou 70% da sua produtividade em meio século com muito pouca ampliação da fronteira agrícola, de modo que atualmente 66% de suas florestas estão preservadas.
“Isso se relaciona totalmente com a incorporação de tecnologias por parte dos produtores. Hoje em dia, quase toda a produção é feita com semeadura direta e o país é líder no uso de bioinsumos no âmbito mundial”, explicou Vargas.
Além disso, o acadêmico da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo chamou a atenção sobre os parâmetros internacionais relacionados a questões ambientais, pois, em sua opinião, desconhecem a realidade dos países das Américas.
“A medição não é adequada, de modo que o mundo real é visto como uma caricatura ou um mundo do passado. Então, a tarefa é aumentar o conhecimento e o diálogo para acolher a diversidade”, acrescentou.
O painel da AAPRESID e do IICA incluiu uma visão da agricultura da Geórgia, país cujos produtores enfrentam a urgência de contar com melhores práticas perante a vulnerabilidade climática, em especial os de pequeno e médio porte.
“Buscamos gerar parcerias que nos permitam, além do financiamento, mostrar aos nossos agricultores experiências bem-sucedidas de sustentabilidade”, informou a Diretora Executiva da Associação de Produtores da Geórgia, Tamar Toria.
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