Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, e José Urdaz, Gerente do Programa de Saúde e Segurança Agroalimentar do IICA.
São José, 22 de outubro de 2025 (IICA). – O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) apresentou a atualização de uma ferramenta crítica para modernizar e fortalecer os serviços de sanidade agropecuária e inocuidade dos alimentos dos países das Américas, uma contribuição que visa proteger o estado sanitário e fitossanitário das nações da região, garantir um comércio seguro de alimentos, cuidar a saúde pública, prevenir perdas econômicas e impulsionar o desenvolvimento rural.
Os detalhes da versão digitalizada e atualizada em 2025 da ferramenta Desempenho, Visão e Estratégia (DVE) foram explicados e analisados em um webinar assistido por mais de 200 pessoas de diferentes nações da região, organizado pelo Programa de Sanidade Agropecuária, Inocuidade e Qualidade dos Alimentos (SAIA) do IICA.
A ferramenta DVE foi criada em 2005 pelo IICA e foi aplicada mais de 70 vezes em 30 países.
A atualização completada este ano incorpora o foco de Uma Só Saúde nos sistemas agroalimentares, que tem uma visão integradora da saúde das pessoas, os animais e o meio-ambiente. Também moderniza a ferramenta por meio de um aplicativo online que favorece um maior alcanço e participação, fornece resultados em tempo real, realiza análise de dados de forma ágil e eficiente e os apresenta de forma simples e visual.
Assim, a DVE criada pelo IICA é mais que um instrumento de gerenciamento, já que contribui para a construção de serviços fitossanitários modernos e resilientes. A ferramenta impulsiona a coordenação intersetorial e melhora o planejamento estratégico dos serviços oficiais de sanidade agropecuária, que são cruciais para o desenvolvimento sustentável, a conformidade com as exigências dos mercados de exportações de alimentos dos países das Américas e para facilitar o acesso a novos destinos.
Região protagonista e responsável
O webinar da apresentação da DVE 2025 foi liderado pelo Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, e o Gerente do Programa SAIA do organismo hemisférico, José Urdaz.
Os especialistas técnicos do IICA Alejandra Díaz, Rodrigo Astete, Susana Miranda, Ana Marisa Cordero e Horrys Friaca apresentaram os detalhes do trabalho de modernização da ferramenta e explicaram com detalhes o seu funcionamento, enquanto o consultor internacional Jaime Flores Ponce apresentou sobre o impacto da modernização da sanidade agropecuária e inocuidade dos alimentos nas Américas.
A DVE atualizada em 2025 é uma ferramenta viva de modernização e visão estratégica, pensada para fortalecer as competências críticas dos serviços nacionais de sanidade agropecuária no âmbito técnico e operativo, segundo foi explicado no webinar.
A ferramenta analisa a fortaleza institucional e operativa dos serviços nacionais em quatro componentes: a capacidade técnica, ligada à qualidade dos laboratórios, para que os dados sejam precisos e confiáveis; o capital humano e financeiro, devido à importância de um plantel profissional apoiado por orçamentos adequados; a interação com as partes interessadas, inclusive os consumidores; e a proteção da saúde pública e acesso aos mercados.
Otero enfatizou que a condição de região exportadora de alimentos mais importante do mundo implica um grande protagonismo na segurança alimentar global e também uma grande responsabilidade: “Devemos fornecer alimentos abundantes, nutritivos, baratos, de qualidade e produzidos respeitando o meio-ambiente. Para isso nossos sistemas agroalimentares devem ser transformados permanentemente e a modernização dos protocolos sanitários é fundamental”.
“O IICA é um fornecedor de serviços. Eu vi a ferramenta DVE nascer, que gerou um impacto positivo notável no nível de serviços de sanidade agropecuária dos países, e agora se modernizou para se adaptar aos novos tempos”, adicionou.
Urdaz, pelo seu lado, revelou que a nova versão da DVE é um aplicativo web que já foi utilizado recentemente com sucesso no Panamá. “O compromisso do IICA é tornar a ferramenta mais moderna para velar a saúde humana, vegetal e animal, todas profundamente conectadas, e assim contribuir para um hemisfério mais seguro e mais sustentável para todos, em que o comércio de alimentos seja uma ferramenta para a segurança alimentar e desenvolvimento econômico e social”, explicou.
Flores Ponce referenciou os riscos que estão presentes de forma permanente nas questões de sanidade agropecuária. “A problemática não é estática. Temos o grande desafio de atualizar os serviços nacionais para atender e minimizar os riscos e gerar confiança com as contrapartes. Não podemos deixar de lado a relevância deste tema para proteger a saúde pública e manter o status sanitário, que é crucial para cuidar dos mercados de exportação atuais e abrir novos”, assegurou.
O especialista do Equador reconheceu que nas Américas existe uma heterogeneidade importante, já que há países que contam com sistemas fortalecidos que geram confiança, por meio de indicadores e objetivos que podem ser avaliados, enquanto há outros países que enfrentam limitações graves de infraestrutura e contam com sistemas normativos desatualizados.
“A disparidade gera vulnerabilidades que podem afetar a competitividade”, assegurou. “O impacto de não contar com sistemas confiáveis é muito importante com respeito a restrições comerciais e pode levar a perdas econômicas significativas. É imprescindível trabalhar em políticas de Estado, que devem ter um sustento técnico e científico e uma análise de risco precisa. Não podemos pensar em modernização institucional se não entendemos a importância da incorporação da tecnologia e da digitalização. Precisamos de cooperação regional e trabalho em redes. Nenhum país pode enfrentar esses desafios globais de forma isolada”.
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