São José, 24 de outubro, 2025 (IICA). O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, pediu a aposta nas pessoas jovens como protagonistas da transformação agrícola nas Américas, e destacou que sua liderança e inovação serão fundamentais para construir sistemas agroalimentares mais sustentáveis, inclusivos e resilientes, e para alavancar os avanços da ciência e da tecnologia em prol do desenvolvimento rural.
Otero participou do II Encontro de Jovens do Programa AgroTalento das Américas, que serviu como espaço de diálogo para reconhecer a contribuição da juventude ao IICA e ao setor agropecuário hemisférico, bem como projetar a transição geracional.
AgroTalento, criado em 2018, é um programa de estágios do IICA que oferece aos jovens profissionais e estudantes universitários oportunidades de aprendizado e experiência de trabalho em um âmbito agropecuário, por meio de estadias no Instituto ou em suas 34 representações nas Américas, em um ambiente multicultural e com a possibilidade de aplicar seus conhecimentos em diferentes áreas.
“Temos que apostar nos jovens e em uma nova narrativa da agricultura; temos que apostar em uma nova geração de políticas e de líderes que acreditem no agro. Estamos ante uma grande oportunidade de aproveitar os benefícios da tecnologia se ela for adaptada às nossas realidades, e isso tem que ser feito lado a lado com os jovens”, assegurou Otero.
Durante o encontro, o líder do IICA incitou aos jovens a serem agentes da mudança, “hierarquizar a agricultura” e “fortalecer a autoestima do setor”, pelo seu papel crítico no desenvolvimento sustentável dos países da região.
“Temos que hierarquizar a agricultura, melhorar a autoestima do setor e ultrapassar a ideia de que é o último na fila, porque a agricultura não é o problema, por exemplo, no nível ambiental, e sempre é posta no papel de acusado; na verdade é parte da solução para o desenvolvimento sustentável das nossas nações e os jovens estão convocados para serem protagonistas da agricultura sustentável, inclusiva e resiliente”, adicionou.
Otero também comemorou as conquistas alcançadas pelo Programa AgroTalento das Américas e pediu aos participantes fortalecer redes, alianças e ações coletivas, lembrando que a cooperação técnica se deve traduzir em impacto, esperança e transformação rural.
AgroTalento em números
Em 2025, o programa gerenciou 107 processos de estágios, dos quais 78 estão ativos e 29 foram concluídos com sucesso.
Mais da metade dos participantes (54 estagiários internacionais) colaboraram na sede central do IICA e suas representações em Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Jamaica, Paraguai, Peru, República Dominicana e Trinidade e Tobago.
Do total de estágios, 68 foram realizados por mulheres e 39 por homens, e em formação acadêmica a maioria dos estagiários contam com diplomas universitários ou bacharelados. Um grupo significativo conta com mestrados e há perfis de doutorado. O programa também recebeu jovens de colégios técnicos para realizar suas práticas profissionais.
As áreas de estudo dos estagiários vão de ciências sociais, agropecuárias, ambientais, econômicas e políticas, até engenharias e tecnologias, entre outras disciplinas complementárias.
As principais áreas de conhecimento dos jovens são tecnologia, inovação e transformação digital; dimensão social e políticas públicas, sanidade agropecuária, inocuidade e qualidade de agroalimentos, agricultura resiliente e sustentabilidade, bioeconomia e comércio internacional, que coincidem com as linhas estratégicas do IICA.
“Eu sou de uma zona rural, conheço a realidade do setor produtivo e o estágio no IICA foi enriquecedor, aprender a ver situações do setor a partir de outras perspectivas. Atualmente sou consultor e uma empresa agrícola da Guatemala e foi uma oportunidade que surgiu por estar aqui, no IICA”, contou Juan Valverde, estudante do último ano de Economia Agrícola e Agronegócios.
“Foi uma experiência transformadora, o programa se converteu em muito mais do que um estágio, em uma experiência enriquecedora de conhecimento profissional e pessoal. Durante este processo tivemos a oportunidade de aplicar o nosso conhecimento e descobrir habilidades na construção de um futuro mais sustentável para o agro”, adicionou Fiorella Arauz, Engenheira em Tecnologia de Alimentos e Bibliotecóloga.
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