No VI Congresso e XIII Foro de Desenvolvimento Territorial, organizado pelo IICA em conjunto com as Redes de Gestão Territorial (GTD) do México, Colômbia, Brasil e Espanha.
Cidade do México, 28 de abril de 2021 (IICA). A pandemia de coronavírus provocou um agravamento da situação econômica e social nos países da América Latina e do Caribe, mostrando o desgaste dos estilos de desenvolvimento territorial aplicados nas últimas décadas na região e tornando necessária a sua revisão com processos participativos, concluíram os especialistas internacionais que participam do VI Congresso e XIII Foro de Desenvolvimento Territorial organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Promovido pelo IICA em conjunto com as Redes de Gestão Territorial (GTD) do México, Colômbia, Brasil e Espanha, o evento serve como um espaço de diálogo e intercâmbio de respostas diante dos desafios enfrentados pela América Latina e o Caribe para traçar suas rotas de desenvolvimento rural e alcançar as metas assumidas na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Ao revisar os estilos de desenvolvimento territorial pelos processos participativos, deve ser promovida uma nova geração de políticas públicas que incorporem as necessidades multissetoriais e multidimensionais, que contemplem uma equidade distributiva dos bens, recursos e serviços, indicaram os peritos participantes no foro.
O Diretor Geral IICA, Manuel Otero, destacou a importância de avançar na criação de uma nova visão dos territórios com renovadas parcerias públicas e privadas.
“Há uma desvalorização dos territórios, de modo que será fundamental construir novas políticas que contribuam para responder a suas múltiplas interações para alcançar um desenvolvimento equilibrado e sustentável”, destacou.
Ramón Mariaca, Diretor Geral de Estatística e Informações Ambientais da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMARNAT) do México, expressou que, em um cenário pós-Covid-19, é necessária a colaboração para o crescimento harmonioso de todos os países, assim como construir um comércio internacional mais justo, criar empregos dignos e equitativos, sobretudo no âmbito rural, e dispor de melhores sistemas educacionais e de saúde.
Rafael Echeverri, pesquisador associado da Universidade de Córdoba (Espanha) e coordenador da Rede GTD, México, manifestou que, na conjuntura atual e pós-pandemia, há fortes questionamentos quanto aos estilos de desenvolvimento territorial adotados nas últimas décadas, de modo que é fundamental a abordagem de políticas públicas com base na coesão territorial e socioeconômica, na inclusão, na economia verde, na bioeconomia e na economia social; bem como no ordenamento territorial, em projetos territoriais comuns e em instrumentos de governança que proporcionem identidade ao território.
“A desordem social gerada pela pandemia de coronavírus exige mudanças no modelo de desenvolvimento territorial e políticas públicas que incentivem o desenvolvimento sustentável para alcançar as metas traçadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), bem como dispor de mecanismos de intervenção para construir comunidades”, acrescentou.
Faustino Torrez, da Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo — La Vía Campesina, manifestou que, construir um novo modelo de produção com a participação dos atores locais, focando na agroecologia e na pequena agricultura para produzir alimentos saudáveis em harmonia com a natureza, é um desafio que requer vontade política e institucionalidade.
“Deve-se potencializar a agricultura camponesa e indígena, melhorar as cadeias agroalimentares, os sistemas agroalimentares, a soberania alimentar, o desenvolvimento sustentável e a agenda 2030”, indicou.
Nos debates, que se encerrarão em 30 de abril, especialistas convocados pelo IICA e pelas redes GTD analisarão quatro âmbitos de alta prioridade para a agenda do desenvolvimento sustentável na América Latina pelo enfoque territorial: os sistemas agroalimentares e a agroecologia; as relações urbano-rurais e as cidades intermediárias; a revolução digital e a gestão do conhecimento no meio rural; e a gestão dos ecossistemas estratégicos e a transição energética.
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