A Rede Latino-Americana de Bioeconomia foi criada no âmbito da 27ª Conferência Anual do Consórcio Internacional de Pesquisa em Bioeconomia Aplicada.
Buenos Aires, 6 de julho de 2023 (IICA) — Convencidos da necessidade de trabalhar em conjunto e somar esforços, representantes de mais de 25 instituições públicas, privadas, acadêmicas e organismos de cooperação regional e internacional em questões de bioeconomia na região concordaram em criar a Rede Latino-Americana de Bioeconomia.
A decisão foi tomada em Buenos Aires, durante um seminário de trabalho realizado no âmbito da 27ª Conferência Anual do Consórcio Internacional de Pesquisa em Bioeconomia Aplicada (ICABR), coorganizada pelo governo argentino, o ICABR e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O IICA exercerá a Secretaria Executiva e Técnica da Rede Latino-Americana, a pedido unânime das instituições e organismos que participaram do seminário realizado no âmbito do ICABR. Nesse espaço, os participantes discutiram sobre as ações necessárias para, a partir dos esforços em andamento, transformar a bioeconomia em um modelo de desenvolvimento baseado no aproveitamento sustentável dos recursos e princípios biológicos da região.
Espera-se que a Rede Latino-Americana de Bioeconomia se transforme em um espaço de discussão, intercâmbio e construção entre as principais referências em bioeconomia regional.
Por meio da Rede, as organizações participantes terão a possibilidade de gerir conhecimentos, boas práticas e lições aprendidas. Também poderão trabalhar em conjunto na formulação e implementação de projetos em torno dos objetivos comuns, bem como criar sinergias entre os membros para somar recursos humanos, financeiros e políticos às iniciativas em andamento.
Em diversos países da América Latina e do Caribe, a bioeconomia tem amadurecido nos últimos anos. As nações da região têm avançado de maneira significativa na conscientização, formulação de políticas públicas e desenvolvimentos produtivos da bioeconomia, sobretudo relacionados a aplicações biotecnológicas, biocombustíveis, bioinsumos, agricultura baixa em carbono e serviços ecossistêmicos, entre outros.
Além disso, a região hoje dispõe de maior presença de organismos regionais e internacionais que estão apoiando os esforços públicos e privados nesse tema.
No entanto, o consenso dos profissionais, especialistas e funcionários que participaram do seminário de trabalho organizado pelo IICA no âmbito da Conferência Internacional do ICABR foi que a bioeconomia da região ainda está muito longe de alcançar o seu potencial.
“Considerando a riqueza biológica e as capacidades produtivas da América Latina e do Caribe para o aproveitamento da bioeconomia, os esforços empenhados até o momento ainda não são suficientes. Se queremos transformar a bioeconomia no modelo de desenvolvimento sustentável para os países da região e ser protagonistas na bioeconomia mundial, devemos obrigatoriamente acelerar o passo”, alertou Hugo Chavarría, Gerente do Programa de Inovação e Bioeconomia do IICA.
“Dado que as tarefas pendentes — acrescentou — excedem as capacidades individuais de qualquer instituição nacional, regional ou internacional, e que muitos dos desafios e oportunidades dos países são compartilhados, no IICA, estamos convencidos de que a única forma de avançar é por meio de sinergias e do trabalho colaborativo”.
Participaram do seminário em que a criação da Rede foi abordada tomadores de decisão em bioeconomia do Equador, Colômbia, Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, bem como representantes dos principais organismos internacionais e regionais que fomentam a bioeconomia na região, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Global Green Growth Institute (GGGI), a UNESCO, o Instituto Humboldt, a Agência de Cooperação da Alemanha, a Fundação Getúlio Vargas, o Stockholm Environment Institute, Allbiotech, iGEM, Biointropic, Corporación Biotec de Cali, Grid Exponential, SF500, RedBio, CREA e AAPRESID, entre outros.
Por meio de um processo de discussão e construção participativa entre todos os participantes, seis prioridades de trabalho foram definidas para a Rede Latino-Americana de Bioeconomia: a definição de métricas para medição e avaliação da bioeconomia; a governança das bioeconomias regionais, nacionais e locais; o posicionamento da bioeconomia da região nos espaços internacionais de negociação; a conscientização e a comunicação sobre o potencial e os riscos da bioeconomia; a aceleração e o dimensionamento de soluções em bioeconomia; a elaboração de abordagens próprias da bioeconomia nos países, territórios e cadeias.
Também ficou decidido que a Secretaria Executiva da Rede identificará os atores relevantes da bioeconomia regional que não participaram do seminário e os convidará para fazer parte da iniciativa. Além disso, cada uma das instituições participantes da Rede colocará à disposição dos demais membros as iniciativas e projetos que estiverem executando nos temas definidos como prioridades, com o objetivo de incentivar o trabalho conjunto e o estabelecimento de relações de maior confiança entre os membros. Também se avançará na construção de uma comunidade de práticas.
A longo prazo, os membros da Rede Latino-Americana de Bioeconomia concordaram quanto à conveniência de construir em conjunto um Plano Estratégico e de criar um Comitê Consultivo Internacional.
Importantes convênios de cooperação
No âmbito da Conferência Anual do ICABR, que reúne acadêmicos premiados e as principais referências técnicas e políticas em bioeconomia na capital argentina, o IICA assinou um convênio de cooperação técnica com o Grupo de Países de Produtores do Sul (GPS). Trata-se de uma influente rede de instituições privadas e especialistas do setor agropecuário da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (ABPU) que visa contribuir para o desenvolvimento e a integração da agroindústria dos países da região e sua projeção internacional.
Comércio internacional e Integração regional; Inovação e Bioeconomia; Sanidade agropecuária, inocuidade e qualidade dos alimentos; Digitalização agroalimentar e temas ambientais são as áreas de cooperação definidas no acordo, o qual foi assinado pelo Coordenador Técnico do GPS, Marcelo Regunaga, e o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
Em Buenos Aires, o IICA também firmou em um convênio de cooperação com a Administração Geral de Portos da Argentina (AGP), organismo que administra o porto portenho, que é o canal pelo qual um grande volume de exportações agroalimentares deixa o país.
Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int
Hugo Chavarría, Gerente do programa Inovação e bioeconomia do IICA.
hugo.chavarria@iica.int