Inovação tecnológica, transparência e trabalho conjunto foram os eixos centrais destacados pelas principais autoridades agrícolas dos países do norte das Américas para estimular a expansão do comércio intra-regional na crise sanitária.
San José, 20 de agosto de 2020 (IICA) – Em um diálogo virtual de alto nível organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), autoridades agrícolas do México, dos Estados Unidos e do Canadá destacaram como o comércio intra-regional contribui para superar os desafios imposto pela pandemia Covid-19 e como o acordo comercial entre as três nações, conhecido como T-MEC, ajudará a fortalecer os esforços de recuperação econômica após a crise sanitária.
Em diálogo com Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, Frédéric Seppey, Vice-Ministro Adjunto do Departamento de Serviços de Mercado e Indústria do Ministério da Agricultura e Agro alimentação do Canadá (AAFC); Ken Isley, Administrador do Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA-FAS); e Miguel García Winder, Subsecretário de Agricultura do México, falaram sobre a influência do T-MEC no abastecimento de alimentos e o papel que o multilateralismo terá no futuro.
“O comércio agrícola e de alimentos com o México representou USD 48 bilhões e com o Canadá USD 45 bilhões em 2019. Isso significa que eles foram o primeiro e o segundo destino de nossas exportações agrícolas e de alimentos durante o ano”, disse Isley.
Um ponto comum entre as autoridades foi que, apesar da pandemia ter colocado novos desafios na mesa, o comércio continuou apoiado pelo T-MEC; sendo a agricultura um ator principal.
Segundo García Winder, “o acordo permitiu a integração do setor agro produtivo dos três países com empresas que possuem filiais em outras nações, fortalecendo assim a inter-relação da cadeia agroalimentar”.
O marco regulatório estabelecido pelo T-MEC tem sido um roteiro no contexto da Covid-19, ao incorporar requisitos de natureza sanitária e fitossanitária, transparência e direitos trabalhistas.
“Pela primeira vez, incorpora aspectos essenciais para a agricultura, como o trabalho infantil e o trabalho forçado. O T-MEC terá um papel muito importante na redução destes problemas ”acrescentou o funcionário.
São desafios que, segundo especialistas, aumentam durante a pandemia e colocam em risco o andamento de um acordo que vem sendo feito há mais de duas décadas.
“Durante a era Covid-19, há uma tentação de se auto abastecerem, mas devemos manter o comércio em andamento para garantir a segurança alimentar global, saúde e bem-estar para todas as pessoas. Enquanto vamos superando a pandemia, o comércio será crucial para a recuperação de nossas economias ”, disse Seppey.
“Não é apenas o compromisso que importa em um acordo comercial, mas também a forma como ele potencializa a colaboração entre governos e entre empresas”, acrescentou.
Impulsione a inovação
Outro aspecto destacado por Seppey, Isley e García Winder foi a necessidade imperiosa de promover a inovação tecnológica na agricultura, não apenas em seus países, mas também apoiando outras nações que abastecem o mundo com alimentos, com destaque para a América Latina e o Caribe.
Segundo eles, no Canadá, nos Estados Unidos e no México, os protocolos sanitários e fitossanitários foram intensificados, o que tem permitido incrementar a inovação biotecnológica. Em sua opinião, ter padrões avançados nessa área pode inspirar outros países a adotá-los.
As conversas de alto nível que o Diretor Geral do IICA manteve com personalidades como o Prêmio Mundial da Alimentação 2020, Rattan Lal; e o Prêmio Nobel de Economia de 2019, Michael Kremer, além das constantes comunicações que o Instituto mantém com ministros de outros países do hemisfério, foram mecanismos de inovação que ganharam destaque na conversa virtual.
“Acredito que a resposta do IICA à Covid-19 foi de grande importância para a região e um excelente exemplo de coordenação de como lidamos com essas situações. O IICA oferece um espaço seguro para realizar as discussões necessárias, transferir informações e trabalhar em conjunto ”, disse Seppey.
“Teremos que conversar sobre temas que não nos agradam, mas podemos usar plataformas como as oferecidas pelo IICA para discuti-los e gerar soluções”, disse Isley.
Um desafio também referido foi o impacto da peste suína africana no setor agrícola do norte das Américas e como, com mecanismos como o T-MEC e através do IICA, os países podem trabalhar juntos para encontrar soluções regionais e global.
“Nosso continente representa o futuro da humanidade como fiador da segurança alimentar e nutricional”, disse Otero.
“Na América Latina e no Caribe, o comércio intra-regional não é volumoso. Como representantes da Região Norte, vocês dão aos demais países do continente um bom exemplo a seguir ”, acrescentou.
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