Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Tecnologias de informação e comunicação

O fechamento do hiato digital no meio rural requer mais capacitação e soluções tecnológicas adaptadas à agricultura

Tiempo de lectura: 3 mins.

O envolvimento de desenvolvedores, produtores agrícolas e governos para se avançar na universalização das soluções digitais permitirá o empoderamento das comunidades rurais nas novas tecnologias e a melhoria da sua qualidade de vida.

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São José, 25 de fevereiro de 2021 (IICA) – A capacitação dos habitantes das zonas rurais e o seu empoderamento para que desenvolvam soluções próprias, capturem e divulguem dados para tomar decisões melhores e disponham de estruturas regulatórias modernas e includentes constituem o núcleo das ações que terão maior impacto na aceleração do desenvolvimento do meio rural.

Foi o que peritos internacionais explicaram na terceira sessão do foro hemisférico “Redução do hiato digital nas zonas rurais da América Latina e do Caribe: Para uma revolução agrícola digital”, organizado por Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com o título de “Experiências da agricultura digital”.

Os palestrantes concordaram em que atualmente a digitalização de todos os setores é forte e acelerada, mas o meio rural não acompanha esses avanços nem desfruta dos seus benefícios – em alguns casos por falta de conhecimentos, em outros por não disporem da infraestrutura necessária ou porque simplesmente não conseguem custear a incorporação dessas novas tecnologias às suas atividades.

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“A tecnologia permite o acesso a serviços de extensão rural e assistência técnica. À medida que facilitarmos o acesso, os produtores obterão maior produtividade”, afirmou Germán Otálora, Diretor para a América Latina da iniciativa Airband de Microsoft.

“Os produtores muitas vezes pensam que a melhor solução é a que funciona em outro lugar, mas a melhor solução é a que lhes permite serem partes da abordagem da solução”, acrescentou.

O Diretor Geral Adjunto do IICA, Lloyd Day, observou que “integrar os agricultores à revolução digital não é só uma obrigação moral, mas devemos integrá-los porque nos convém a todos. Se podemos pôr um homem na Lua e um veículo em Marte, também podemos melhorar muito as coisas aqui na Terra”.

Segundo os peritos, não basta desenvolver novas tecnologias, aplicativos mais complexos ou máquinas que facilitem o trabalho na agricultura. O fechamento do hiato digital passa primeiro por uma mudança de mentalidade: sobre como se pode incorporar a tecnologia – para além do trabalho – na vida dos produtores, sobre como se disponibiliza a tecnologia para os usuários, sobre o que podem fazer com ela e sobre como reconhecer a sua capacidade transformadora.

“Se dermos uma enciclopédia a alguém que não sabe ler, ele não poderá fazer nada com ela. Por isso, devemos gerar capacidades tecnológicas nas zonas rurais para que os seus habitantes possam aproveitar os seus benefícios. Os 77 milhões de americanos que vivem no meio rural representam 77 milhões de oportunidades de solução dos desafios que enfrentamos”, disse o fundador e Diretor Executivo do Club AgTech, Federico Meyer.

Segundo a pesquisa “Conectividade rural na América Latina e no Caribe – Uma ponte para o desenvolvimento sustentável em tempos de pandemia”, recém-divulgada pelo IICA, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Microsoft, pelo menos 77 milhões de pessoas que vivem em territórios rurais da América Latina e do Caribe carecem de acesso a uma conectividade com padrões mínimos de qualidade.

Os palestrantes concordaram em que o principal desafio é compreender que esse novo mundo exige uma cultura nova: fazer as coisas de forma diferente, administrando as atividades com o objetivo de gerar dados e transformá-los mediante ferramentas digitais para extrair deles o maior proveito possível.

Para Enrique Hennings, especialista técnico principal em empresas e mercados rurais do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a estratégia para o fechamento do hiato digital está na adoção de soluções, no fortalecimento de parcerias estratégicas, na melhoria da gestão, no intercâmbio de conhecimentos e no desenvolvimento de consciência, capacidade e liderança nas tecnologias da informação e comunicação por parte das organizações.

“A revolução digital da agricultura acarreta o uso de aplicativos de comércio eletrônico, o mapeamento de soluções, a preparação digital e assistida de planos de negócios, a digitalização de bancos comunitários e um mapa digital de oferta de tecnologia e serviços”, defendeu Hennings.

O setor agrícola como negócio sustentável

No painel, os peritos falaram dos enormes desafios enfrentados pelo setor agropecuário: para uns, o desafio é produzir mais e melhor; para outros, o desafio é a sobrevivência.

Para Keith Agoada, cofundador e Diretor Executivo do Producers Market, parte do problema está em que “os agricultores não têm acesso à educação em negócios e não veem a agricultura como um negócio, mas como um meio de vida. Cremos que o impacto da tecnologia e a consequente conexão dos produtores de alimentos com o desejo dos consumidores levarão a um momento sem precedentes em um novo nível de prosperidade no campo”.

No foro, também foram destacadas as experiências bem-sucedidas na incorporação de tecnologias digitais no campo.

Federico Bert, perito e consultor do IICA, apresentou uma plataforma em que produtores e técnicos compartilham informações sobre pragas, técnicas de produção e fertilização; Álvaro Camacho, Coordenador Regional do App Cacao Móvil, apresentou o seu aplicativo que fornece aos produtores informações específicas sobre o cultivo do cacau; e Marcelo Portaluppi, Coordenador Regional do Programa Leiteiro Cooperativo da Federação de Cooperativas da Produção do Paraguai, falou sobre como, por meio da tecnologia, as cooperativas oferecem assistência técnica com enfoque na cadeia de valor.

O IICA apresentou o trabalho realizado para levar a tecnologia ao campo, com ênfase especial nas mulheres e nos jovens. O seu laboratório de fabricação digital FabLab contém, entre outros exemplos, aqueles desenvolvidos especificamente para a agricultura, como uma estação meteorológica de baixo custo, cultivos hidropônicos sob luz artificial, desenvolvimento de aplicativos móveis, ferramentas para o uso de sistemas de posicionamento global e impressão 3D.

É possível ter acesso a mais informações do Ciclo de Foros Hemisféricos e acompanhar, em 25 de fevereiro, a transmissão da sessão de encerramento “Elementos para um roteiro conjunto” nos seguintes links:

Espanhol

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Português

 

Mais informações:

Emmanuel Picado, Gerente de Tecnologias da Informação, Comunicação e Agricultura Digital do IICA.

emmanuel.picado@iica.int

 

 

 

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