Executivos da Bayer, Cargill e Walmart e sindicatos do setor privado apontam como áreas fundamentais para os investimentos a digitalização da assistência técnica, a captação de capital e uma maior comunicação das pesquisas voltadas à inovação agrícola.
San José, 25 de novembro de 2020 (IICA). Empresários, líderes e organizações do setor agropecuário respaldaram o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na promoção de parcerias público-privadas para aumentar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação na agricultura, identificando a conectividade e a comunicação como áreas prioritárias
As manifestações foram realizadas em reunião virtual convocada pelo IICA, com o objetivo de registrar visões sobre as principais necessidades de inovação agrícola na América Latina e no Caribe e integrá-las à agenda de trabalho dedicada a promover o posicionamento do agro como parte das soluções necessárias para conservar a biodiversidade e produzir mais alimentos com menos recursos disponíveis.
Participaram da reunião altos executivos da Bayer, Cargill, Walmart, da Sociedade de Agricultores da Colômbia, da “Corporación Centro de Investigación en Palma de Aceite” (CENIPALMA) daquele país, da “Asociación de Gremios Agrarios Productores del Perú” (AGAP) e da Associação de Fabricantes Nacionais de Alimentos e Bebidas (ANFAB) do Equador, entre outros, além do Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero.
Ronald Guendel, Diretor Global de Segurança Alimentar da Bayer, comentou que para atrair investidores em PD&I agrícola, centros de inovação podem ser criados em conjunto entre os setores público e privado e fortalecer a comunicação das pesquisas em andamento, de modo que as empresas tenham incentivos concretos para financiá-las.
“É necessário comercializar os resultados das pesquisas, além disso, é preciso haver coerência entre os processos regulatórios dos países, para que a aprovação de tecnologias para uso agropecuário seja mais transparente e rápida”, disse David Nelson, representante da Cargill e ex-embaixador dos Estados Unidos no Uruguai.
Christian Gómez, Diretor de Assuntos Governamentais para a América Latina do Walmart, explicou que a digitalização dos processos na agricultura também é necessária para agilizar as relações com os produtores, já que a pandemia tem sido uma barreira para a mobilidade, inclusive para o acesso dos clientes aos supermercados.
“Se requerem articulações público-privadas para transformar a agricultura em uma mais competitiva, sustentável e socialmente inclusiva. No IICA, estamos convencidos de que, para essa transformação, são necessárias instituições comprometidas com a inovação”, disse Manuel Otero.
“Olhando para a Cúpula das Nações Unidas sobre Sistemas Alimentares de 2021, devemos deixar claro que não pode haver alimentação sem agricultura. Procuramos construir uma agenda forte para sermos interlocutores válidos em temas como a agricultura digital, a bioeconomia, alianças público-privadas e pecuária sustentável, pois o agro faz parte das soluções e não dos problemas”, acrescentou o Diretor-Geral do IICA.
Impulso à bioeconomía e à digitalización
O Diretor-Geral do CENIPALMA da Colômbia, Alexandre Cooman, disse que atualmente seus projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação agrícolas estão focados nas biorrefinarias como meios de aproveitar a biomassa, mas que para isso devem sacrificar outras áreas de estudo, como a proteção de cultivos.
“Não podemos baixar a guarda. Alavancar o investimento privado será certamente uma forma de aumentar também o investimento público em PD&I”, explicou Cooman.
Christian Wahli, presidente executivo da ANFAB do Equador, pediu o incremento da digitalização da assistência técnica para o campo. “Dessa forma, a transferência de tecnologias aos produtores poderá ser fortalecida, enquanto as empresas poderão apoiar as pesquisas e sua disseminação”, assegurou.
Para isso, segundo Wahli, as cooperativas agrícolas também devem ser promovidas, como meio de canalizar financiamentos para pesquisa e desenvolvimento e para a assistência técnica.
“O IICA tem um papel muito importante, como a geração de bens públicos para o meio rural. Nas atuais circunstâncias, aliada à covid-19, a aposta seria incentivar uma maior infraestrutura digital para que os produtores se apropriem das novas tecnologias do agro e para empoderar as mulheres rurais, que têm grande capacidade empreendedora”, afirmou Jorge Henrique Bedoya, presidente da Sociedade de Agricultores da Colômbia.
“Uma Maior PD&I na agricultura deve nos permitir superar os desafios atuais relacionados ao uso da água, manejo de pragas e inclusive o acesso a crédito e a um maior acompanhamento técnico, mas o desafio de longo prazo é manter a competitividade do clima de negócios do setor, já que todos os produtores querem levar seu produto a mercados livres em que haja rentabilidade”, manifestou Gabriel Amaro, diretor executivo da AGAP do Peru.
As visões obtidas na reunião virtual com o setor privado permitirão avançar no cumprimento do mandato dos Ministros da Agricultura das Américas, que em 2019 incumbiram o IICA de promover uma rede de organizações que elevem os níveis de PD&I agrícolas, impulsar uma conectividade mais inclusiva para as áreas rurais e fortalecer o desenvolvimento da bioeconomia na região.
“Nossa missão é ser uma ponte a serviço dos governos, do setor privado e de outros atores que buscam avançar rumo à nova fronteira do agro”, disse Otero.
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