Diálogo organizado pelo IICA, FAO, Câmara de Comércio Internacional, União Africana e Rede Agroalimentar tem o objetivo de levar a voz desse segmento à Cúpula das Nações Unidas dos Sistemas Alimentares.
Brasilia, 7 de junho de 2021 (IICA). Participantes de pequenas e médias empresas do setor de alimentação de Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOPs) e do Brasil se reuniram no Diálogo Pequenas Empresas: Uma Boa Alimentação para Todos – Brasil e África Subsaariana, cujo objetivo foi proporcionar um espaço para a troca de ideias e experiências sobre como esses negócios podem contribuir significativamente para melhorar os sistemas alimentares.
O Diálogo foi promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pela FAO, pela Câmara de Comércio Internacional, União Africana e a Rede Agroalimentar Internacional, e contou a curadoria da Wasafiri, no âmbito dos eventos preparatórios à caminho da Cúpula das Nações Unidas dos Sistemas Alimentares, convocada pelo secretário-geral da ONU para o final de setembro.
O encontro reuniu representantes de pequenas e médias empresas do setor alimentar de dois continentes, além de sociólogos e pesquisadores. A ideia é que as vozes dos atores de pequenas empresas do setor alimentar, que tomam decisões diariamente que geram impactos nos sistemas alimentares, sejam levadas para o centro das decisões políticas e comerciais, de forma que elas possam contribuir com os debates sobre como fornecer alimentos mais saudáveis, sustentáveis e equitativos.
Para Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que abriu as atividades, os nove países que compõem este grupo, e também os seis da PALOP, precisam se unir para encontrar os caminhos para serem fornecedores importantes de alimentos e eliminar barreiras a seus produtos.
“A CPLP tem um potencial incrível para se tornar uma grande potência econômica no mundo em setores como energia, agricultura e turismo, pois 75% da população africana é jovem e seis dos países de língua portuguesa são africanos e possuem mão de obra abundante”, disse o presidente da entidade.
“Na zona subsaariana, temos, assim como o Brasil, abundância de água, e podemos contribuir com muitos produtos, de forma que a CPLP possa ser um grande produtor de alimentos para o nosso planeta”, completou Salimo, para quem as PMEs do Brasil e de Portugal podem cooperar transferindo capacidades para os demais países de língua portuguesa.
Na avaliação de Amanda Araújo, diretora-executiva da Sociedade Rural Brasileira, o encontro foi fundamental para ouvir um segmento que está presente em toda a cadeia alimentar. “A dinâmica foi muito boa e deu oportunidade a todos de participar. Fiquei grata com o convite. Foi uma excelente iniciativa”, disse.
O diálogo foi uma oportunidade para aproximar os países lusófonos. “Apesar dos objetivos convergentes desses países, ainda há muito o que fazer e a cooperação técnica tem a capacidade de diminuir o tempo de resposta sobre questões que limitam o desenvolvimento desses sistemas”, disse o coordenador de Projetos do IICA Basil, Rodolfo Daldegan, um dos facilitadores das atividades desenvolvidas.
Cultura e Ancestralidade
Entre os vários temas explorados durante o encontro, houve casos relatados envolvendo a importância da cultura e da ancestralidade nos hábitos alimentares e sua relação com a organização das cadeias alimentares, por exemplo.
Um dos casos relatados foi sobre a batata doce de polpa amarela que, embora muito nutritiva, foi citada como exemplo de produto inserido em alguns mercados africanos a despeito da rejeição de comunidades por questões culturais. Outro ponto abordado, foi a entrada de produtos em mercados locais a preços muito acima das condições financeiras das comunidades. Os exemplos foram dados em uma discussão sobre a importância do conhecimento regional para planejar negócios e políticas públicas.
O IICA vem trabalhando por quase 80 anos no continente americano e nos últimos três anos começou a cooperar por meio de projetos com países da CPLP e do continente africano com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Os Diálogos com as pequenas e médias empresas do setor terão segmentos em junho, com uma etapa envolvendo representantes das PMEs da América Latina e do Caribe.
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