Com a apresentação de seu Relatório de Economia e Desenvolvimento em São José, o banco ratifica o seu apoio à Costa Rica como parceiro estratégico para a cooperação técnica, financiamento e acompanhamento na busca e execução de soluções para lutar contra a mudança do clima e a perda de biodiversidade.
(São José, 31 de outubro de 2023) — O CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe fez um relato dos ativos naturais, ações e desafios costarriquenhos em três linhas definidas: Impactos da mudança do clima e a urgência das políticas de adaptação; emissões de gases de efeito estufa e a necessidade de contribuir para a mitigação global; e ecossistemas e biodiversidade e a necessidade de preservar o capital natural — instando essa última com maior ímpeto.
Os posicionamentos dos especialistas e pesquisadores do organismo multilateral foram expostos pelo Presidente Executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, na apresentação do Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED) intitulado: “Desafios globais, soluções regionais: América Latina e Caribe perante a crise climática e de biodiversidade”.
Na Costa Rica, o relatório foi apresentado na sede central do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), graças à parceria que o CAF e o organismo hemisférico especializado no setor agrícola e na ruralidade mantêm há anos para apoiar seus Estados membros em temas de sustentabilidade, segurança alimentar e competitividade, entre outros.
“A Costa Rica é um dos países que abrigam a maior diversidade biológica em âmbito mundial, sendo considerado um dos 20 países do mundo com maior biodiversidade. As mais de 500.000 espécies que foram identificados nesse pequeno território representam cerca de 4% do total das espécies estimadas no mundo. No entanto, assim como na região, essa biodiversidade está em perigo. No CAF acreditamos na liderança, na criatividade inovadora e na capacidade de resposta de vanguarda que nossos irmãos e irmãs costarriquenhos têm promovido no regional e globalmente e que o transformou em um país de referência na luta contra a mudança do clima a preservação da biodiversidade. Por isso, enfatizamos que preservar o capital natural é urgente, uma vez que esse é um fator fundamental para o próprio processo de desenvolvimento”, afirmou Díaz-Granados.
Por sua vez, a Ministra de Desenvolvimento Humano e Inclusão Social-Instituto Misto de Ajuda Social, Yorleni León Marchena, agradeceu particularmente ao CAF, “com quem solidamente estamos fazendo as gestões necessárias para consolidar uma parceria que, esperamos, possa perdurar por muitíssimos anos” e manifestou que a mudança do clima “é um dos temas que colocou a humanidade na corda bamba. Poucos temas nos encurralaram tanto como o tema da mudança do clima. Dimensioná-lo, entendê-lo e começar a decidir sobre esse tema tão intenso não foi simples para nenhum dos países e para nenhuma das autoridades. Já há algum tempo acompanhamos de perto esse tema e sempre que precisamos tomar decisões sobre esse fenômeno — vinculado a pessoas em condição de pobreza, em pobreza extrema e em alguns territórios do país — não foi nada simples”.
O Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, ressaltou a importância de preservar, mediante políticas baseadas na ciência, o capital natural da Costa Rica e de todos os países do hemisfério. “As Américas representam a principal região exportadora de alimentos do mundo e possuem 50% da biodiversidade global. Com relação a suas valiosas reservas de água doce e ao empenho que diversos países têm feito para conservar e recuperar seus solos, que acompanhamos com a nossa iniciativa Solos Vivos das Américas, com passos firmes a região se posiciona como avalista da segurança alimentar, nutricional e energética e da sustentabilidade ambiental do planeta. A agricultura é parte das soluções perante a mudança do clima, pois os agricultores e as agricultoras são os guardiões naturais da biodiversidade”, afirmou.
Coube ao economista principal da Direção de Pesquisas Socioeconômicas do CAF, Ricardo Estrada, fazer a apresentação do RED na Costa Rica, explicando os desafios para preservar o capital natural: “a mudança no uso do solo é o principal canal pelo qual a atividade humana degrada os ecossistemas e a biodiversidade da América Latina e do Caribe. 39% da superfície da Costa Rica se conserva em estado natural ou seminatural, percentagem que está abaixo da média da ALC (45%), mas acima da média do México e da América Central (27%). A mudança no uso de solo está fortemente vinculada ao setor agropecuário: 33% da superfície da Costa Rica se dedica ao pastoreio e 15% a cultivos, enquanto os assentamentos humanos ocupam 13% do território. Por isso, é necessário fortalecer o setor agropecuário promovendo a agricultura sustentável e a segurança alimentar”.
Os impactos da mudança do clima já começam a ser sentidos na Costa Rica e no restante da América Latina e do Caribe, por isso a urgência de implementar políticas de adaptação, inclusive as soluções baseadas na natureza. Nesse aspecto, o RED indica que “o aumento da acidez e da temperatura dos oceanos afeta os ecossistemas marinhos e costeiros da região (recifes de coral, manguezais, estuários, praias arenosas, entre outros). 66% dos recifes de coral da Costa Rica estão em risco alto ou muito alto, em parte devido aos efeitos da mudança do clima, além da sobreexploração dos recursos naturais e da poluição marinha. A deterioração dos recifes de coral afeta os serviços de adaptação que eles oferecem, como barreiras naturais que protegem as populações costeiras de inundações”.
Finalmente, o relatório destaca a necessidade de contribuir para a mitigação global. A esse respeito, os pesquisadores do RED ressaltam que a Costa Rica “é uma das pioneiras na implementação de políticas de descarbonização da região, organizadas sob um Plano Nacional de Descarbonização de longo prazo (2018-2050). Um dos pontos mais importantes do plano é a eletrificação do transporte público e privado, pois o setor de transporte tem uma contribuição significativa às emissões de Gases de Efeito Estufa da Costa Rica (40% do total)”.
O evento contou com a participação de personalidades do setor governamental, privado, educacional e científico, além do apoio da Direção de Pesquisas Socioeconômicas do CAF, a cargo de Ernesto Schargrodsky, e da Gerência Regional do CAF para o México e a América Central, liderada por Rene Orellana Halkyer, que fez o encerramento da apresentação.
Sobre o CAF
O CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e a integração regional, mediante o financiamento de projetos dos setores público e privado, a prestação de cooperação técnica e outros serviços especializados. Constituído em 1970 e composto atualmente por 20 países — 18 da América Latina e do Caribe, além da Espanha e Portugal — e 13 bancos privados, é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimentos para a região. Mais informações em www.caf.com.
Sobre o IICA
É o organismo internacional especializado em agricultura do Sistema Interamericano. Sua missão é estimular, promover e apoiar os esforços de seus 34 Estados-membros para alcançar o desenvolvimento agrícola e o bem-estar rural, por meio da cooperação técnica internacional de excelência.
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