Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

A Semana da Agricultura Digital começou na sede do IICA, com a participação do laureado do Prêmio Nobel Michael Kremer e múltiplos atores com o objetivo de iluminar ideias e recomendações para a incorporação inclusiva de novas tecnologias à ruralidade

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Durante a primeira jornada se enfatizou que o principal objetivo da SAD é que surjam ideias e recomendações de ações concretas para a transformação inclusiva e sustentável dos sistemas agroalimentares lado a lado com as novas tecnologias.

 

Primera
<em>A tecnologia digital será a principal força de transformação dos sistemas agroalimentares nos próximos anos nas Américas e no mundo”, Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.</em>

 

São José, 25 de setembro de 2024 (IICA) – Com a presença de agtechs selecionadas, desenvolvedores, subvencionadores, acadêmicos (entre eles o laureado Nobel de Economia Michael Kremer), decisores políticos e usuários, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e seus sócios iniciaram a terceira edição da Semana da Agricultura Digital (SAD), espaço de referência em um tema que está transformando os sistemas agroalimentares do continente e do mundo.

Durante a primeira jornada se enfatizou que o principal objetivo da SAD é que surjam ideias e recomendações de ações concretas para a transformação inclusiva e sustentável dos sistemas agroalimentares lado a lado com as novas tecnologias.

A SAD se propõe, desde seu início em 2022, como um fórum de pensamento estratégico na temática de digitalização agroalimentar e como um catalizador da ação coletiva. É organizada, em conjunto com o IICA, pelo CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Conselho de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, siglas em inglês) e a empresa Bayer.

 

Chegaram à sede central do IICA, em São José, Costa Rica, representantes de 16 agtechs de 14 países do hemisfério que foram selecionadas entre mais de 150 postulações.  Participaram assim em um espaço de diálogo e coordenação de ações com startups que participaram nas duas edições anteriores e todas se integram à Rede de Agtechs promovida pelo IICA, em prol de favorecer uma digitalização dinâmica e inclusiva dos sistemas agroalimentares das Américas.  

Participaram da abertura o Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Mattos, que preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA), órgão superior de governo do IICA, e representantes das instituições que participaram na organização, junto com Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Lloyd Day, Subdiretor Geral e Federico Bert, Gerente do Programa de Digitalização Agroalimentar do Instituto.

A discussão foi logo aberta com um Diálogo sobre Digitalização e Futuro da Agricultura e da Ruralidade, do qual participou Michael Kremer, laureado do Prêmio Nobel de Economia de 2019 e Embaixador da Boa Vontade em Assuntos de Desenvolvimento Sustentável do IICA, junto com Laurens Klerkx, professor das Universidades de Talca (Chile) e Wageningen (Países Baixos) e Maria Vasconcelos, CEO da Agrosmart, startup de tecnologia agrícola.

 

Vantagens para o produtor

“Temos uma grande oportunidade para incorporar sistemas que facilitem a vida do produtor. Do ponto de vista dos processos de produção enfrentamos enormes desafios, como a mudança climática e a incidência de doenças. Temos que avançar na educação digital, para que mais produtores tenham acesso ao conhecimento e às ferramentas digitais que facilitam suas vidas”, disse Mattos.

O ministro uruguaio advertiu, de todas as formas, que a brecha de acesso a tecnologias ainda é importante nos sistemas de produção inclusive dentro dos próprios países.

Federico Garat, da Bayer, considerou que a rede de relacionamento proposta pelo IICA é essencial: “As agtechs são as grandes empresas do futuro e o seu papel é altamente relevante. A digitalização é um facilitador do aumento da produtividade, porque quando temos dados, podemos acompanhar os processos de produção e monetizar essas conquistas; fechar o círculo e permitir que os produtores sejam recompensados pelas boas práticas que realizam”.

Andrea Gardeazabal, do CGIAR, assegurou que a SAD enfatiza a relevância de construir alianças multisetoriais e advertiu que “a tecnologia não vai nos salvar sozinha se não a usamos bem. Na agricultura, continuamos falando há 20 anos das brechas tecnológicas enquanto outros setores têm avançado mais rápido. É o momento de pensar diferente. Estes espaços de encontro podem fazer a diferença”.

Pelo seu lado, Eduardo Chomali, do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, sinalizou que a inclusão tecnológica “não é somente uma questão de acesso, mas também de conhecimento e formação; por tanto, em diante temos uma oportunidade histórica de posicionar a América Latina com um referente global, se conseguimos integrar estas tecnologias de forma efetiva para ser mais competitivos, mais resilientes e inclusivos”.

“O contato e a interação entre agtechs da região é muito importante. A aliança que o IICA está impulsionando deve continuar se desenvolvendo em cada um dos seus países. A agricultura é um eixo articulador do desenvolvimento na América Latina e no Caribe.  Não somos somente produtores de alimentos, mas também temos um papel crucial no desenvolvimento dos países”, declarou Mônica Rodrigues, da CEPAL.

Segunda

 

Força de transformação

Manuel Otero enfatizou que a tecnologia digital será a principal força de transformação dos sistemas agroalimentares nos próximos anos nas Américas e no mundo.

“As tecnologias digitais são essenciais para enfrentar os principais desafios, que são aumentar a produtividade, a sustentabilidade e gerar inclusão e oportunidades de desenvolvimento para as pessoas, principalmente os jovens. Não podemos imaginar desenvolvimento no agro sem tecnologias digitais”, assegurou o Diretor Geral do IICA.

Lloyd Day disse que a transformação digital da agricultura está em progresso e acelerando e sinalizou que a responsabilidade do IICA é apoiar aos seus Estados-Membros, potencializado benefícios e minimizando fatores externos negativos que possam prejudicar aos pequenos produtores.  “A SAD serve para que aprendamos uns dois outros e iluminemos as novas ideias que nos levam para a próxima etapa com os desafios do Século XXI”, concluiu.  

Como incluir aos pequenos produtores na revolução tecnológica foi um dos temas centrais do Diálogo sobre Digitalização e Futuro da Agricultura e da Ruralidade. O segmento contou com a presença estelar de Michael Kremer, um dos fundadores da Agricultura de Precisão para o Desenvolvimento (PAD, em inglês), organização que levou aos agricultores familiares da Ásia e da África serviços agrícolas digitais para fornecer assistência técnica e extensão rural, fatores essenciais para que o elo mais fraco do setor agropecuário possa obter melhor desempenho e aumentar a renda. 

Com informações e dados concretos, Kremer contou como em diferentes países a informação que recebem os pequenos agricultores sobre questões climáticas ou boas práticas por meio dos seus celulares inteligentes está marcando a diferença.  O trabalho por diante nesse sentido, advertiu, é dar escala às inovações e assegurar que os benefícios cheguem a milhões de pequenos produtores. 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int

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