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Aliança conta com a participação da iniciativa privada

Brasil lança Solos Vivos das Américas, iniciativa de restauração impulsionada pelo IICA e o reconhecido cientista Rattan Lal

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Brasil
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Brasília, 24 de novembro, 2021 (IICA) - O programa “Solos Vivos das Américas”, impulsionado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o laureado cientista e diretor do Centro de Manejo e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade Estatal de Ohio, Rattan Lal, foi lançado oficialmente no Brasil em um ato que contou com a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina. 

  O objetivo da iniciativa é contribuir com a saúde dos solos brasileiros, promover boas práticas de manejo da terra e com incentivos para transformar os sistemas agrícolas em ecossistemas que acumulem mais carbono nos solos, recuperando, assim, a qualidade de um recurso natural imprescindível para garantir a produção sustentável dos alimentos.

Além da ministra brasileira Tereza Cristina, participaram do lançamento o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do MAPA, Fernando Camargo, o Prêmio Mundial de Alimentação 2020 e Embaixador de Boa Vontade do IICA, Rattan Lal, e o diretor-geral do Instituto, Manuel Otero. 

Também participaram o gerente de Desenvolvimento Técnico e Cooperação Regional de Cafeicultores COOXUPÉ, Mário Ferraz de Araújo; o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro; o presidente da Organização de Cooperativas Brasileiras (OBS), Márcio Lopes de Freitas; o diretor de Agricultura da Pepsico, Servando Valdez; o diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Bayer Crop Science na América Latina, Alejandro Girardi e o diretor-geral para a América Latina da Syngenta, Juan Pablo Llobet. 

“Solos Vivos das Américas” é um programa que busca ser a ponte entre a ciência, as políticas públicas para o trabalho de restauração e proteção dos solos nas Américas, cuja degradação ameaça a posição da América Latina e do Caribe (ALC) como garantidor da segurança alimentar global. 

A iniciativa está desenhada para melhorar o bem-estar rural, a produtividade e a segurança alimentar respeitando os limites do meio ambiente e fazendo um uso racional dos recursos naturais.  

“A agricultura do Brasil se baseia na ciência e, para isso, temos que construir e promover associações que nos permitam trabalhar com o setor privado, a academia, organismos internacionais, a sociedade civil e outras entidades. Essas alianças para a conservação de um dos recursos mais importantes que temos, como o solo, é a chave para acelerar os esforços para nossa vida agrícola”, afirmou a ministra Tereza Cristina. Segundo a titular do MAPA, o Brasil é pioneiro no “desenvolvimento agrícola e da pecuária com emissões zero”.  

Ela destacou que o Plano brasileiro para uma produção agropecuária de baixas emissões de carbono, o Plano ABC Plus, adotado em 2010 e que vai se estender até 2030, inclui objetivos ambiciosos como a reabilitação de 15 milhões de hectares de áreas de pastagens degradas e o aumento da área sob o regime de plantio direto de 25 milhões para 33 milhões de hectares e pretende reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEI) em 160 milhões de toneladas de CO2 ao ano. 

“Trabalhamos com diferentes centros de pesquisa que demonstram que os produtores brasileiros podem desenvolver modelos de produção sem a contaminação de carbono. O Plano ABC Plus foi aplicado em 200 mil hectares em sistemas integrados com tecnologias que ajudaram a implementar a agricultura sustentável no Brasil, mas isso não é suficiente, podemos melhorar”, destacou”, ressaltou e destacou, ainda, um programa nacional para a conservação das bacias hidrográficas, a água e os solos, esforços que, segundo ela, a iniciativa Solos Vivos das Américas pode se unir e complementar.  

Uma Saúde - O professor Rattan Lal fez uma palestra magna no lançamento da iniciativa sobre a situação dos solos na América Latina e no Caribe e os desafio da região neste tema como a melhora dos nutrientes na produção de alimentos e da qualidade da água e do ar e incorporação do conceito Uma Saúde, que une saúde animal, vegetal e humana. Ele também reforçou a necessidade de melhorar a saúde do solo, impulsionar a agricultura urbana e incrementar os benefícios dos agricultores com a monetização de seus esforços em sustentabilidade. 

  “O objetivo é que os solos se convertam em sumidouros de carbono e devemos aproveitá-los para mitigar as mudanças climáticas. Reduzir emissões e melhorar a produtividade é a meta de manejo da agricultura. As emissões de GEI representam 42% das emissões gerais da região e o uso do solo pelo setor é de somente 18%. Incorporar o carbono de volta ao solo é importante”, explicou.  

  Maior autoridade global em ciências do solo, Lal acrescentou que as práticas para a conservação do solo da região estão mudando. No entanto, ainda há grandes diferenças entre os países, portanto, é essencial empregar as práticas agronômicas que foram ressaltadas na Cúpula sobre a transformação dos Sistemas Alimentares, organizada pela ONU em setembro.  

“O programa Solos Vivos vai ajudar neste impacto e estamos aqui para servir junto com a rede e a estrutura do IICA, para colocar em prática o conhecimento e recuperar os solos que representam um patrimônio único onde plantamos nossas colheitas ", afirmou Manuel Otero.

Juan Pablo Llobet, da Syngenta, disse que a empresa se orgulha de "fazer parte da iniciativa, que está alinhada aos objetivos da empresa" e destacou que, junto com o IICA, estão trabalhando "em programas de capacitação para a ALC, pois queremos expandir o trabalho Solos Vivos das Américas e o C-MASC ”.

“Como líderes no segmento agrícola, devemos enfrentar esses desafios das mudanças climáticas e aproveitar nosso potencial para reverter o problema, tentar converter a degradação do solo, proteger o meio ambiente e ter uma produção melhor”, afirmou.

Na mesma linha, Alejandro Girardi, da Bayer Crop Science, destacou tanto a relevância de "fazer parte do processo desde o início, no qual o IICA foi peça chave para o desenvolvimento, quanto a liderança do Dr. Lal”.

“É uma oportunidade que está muito bem alinhada com a ideia que temos: saúde para todos e fome para ninguém. O setor agrícola tem um papel muito importante a desempenhar e a inovação é um dos pilares estratégicos para a transformação e sustentabilidade. Pretendemos ajudar os produtores a reduzir 30% do impacto ambiental na cobertura de carbono e chegar a 100 milhões de pequenos agricultores e, nesse sentido, o solo é fundamental”, completou.

 “Estamos entusiasmados e comprometidos com o que podemos fazer de forma tangível com nossos agricultores e contribuir para a saúde dos solos do Brasil e de toda a América Latina”, disse, por sua vez, Servando Valdez, da Pepsico.  “Manejar e restabelecer os solos, recarbonizar os solos e a vegetação, melhorar a qualidade da água e sua disponibilidade, adaptar práticas para reduzir as emissões negativas, reduzir o uso de químicos, utilizar aditivos orgânicos sempre que possível, fomentar a economia biocircular, apoiar o conceito de uma só saúde, utilizar a inovação digital, como a agricultura de precisão, e premiar os agricultores por seus trabalhos na agricultura ao tempo que se fomenta a educação no nível primário é fundamental”, disse.  

Para o vídeo de lançamento com a palestra de Rattan Lal: https://www.youtube.com/watch?v=xCA9vKkndqw