Em Foro Brasil-África, o IICA apresentou suas ações em questões de Cooperação Sul-Sul e ressaltou a relevância e a liderança de Embrapa para construir novas pontes com o continente africano

São Paulo, Brasil, 2 de dezembro de 2022 (IICA) — O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participou do Foro Brasil-África, principal espaço de debate entre líderes brasileiros e africanos sobre temas de interesse global e recíproco, onde levou suas experiências em questões de Cooperação Sul-Sul e Triangular e destacou a liderança e a relevância da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para estabelecer mecanismos permanentes que permitam identificar novas oportunidades de colaboração intercontinental.
 
Representando o IICA, Jorge Werthein, Assessor Especial do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, participou, de São Paulo, da nova edição do Foro Brasil-África, a primeira presencial em dois anos, devido à pandemia de Covid-19, que se reuniu em sessão sob o tema “Cidades sustentáveis: Desafios globais, soluções locais”.  
 
Werthein falou na sessão chamada “Agricultura urbana: Cidades verdes em expansão”, moderada pelo jornalista Jamil Chade, na qual foram divulgados casos e discutidas políticas de incentivo à produção de alimentos em quintais, telhados e varandas, em hortas comunitárias em terrenos baldios e parques, hidroponia, gestão de resíduos e formas de garantir a segurança alimentar das famílias em tempos de crise e escassez.
 
Neste sentido, Werthein apresentou como exemplo a iniciativa do Brasil de criar hortas escolares e ressaltou a importância de introduzir políticas públicas e capacitação para ampliar esses programas, de modo que os alunos produzam alimentos saudáveis para o seu próprio consumo e, ao mesmo, conheçam e valorizem a atividade agrícola.
 
Nesse ponto, também destacou as experiências e a liderança de Embrapa no desenvolvimento de uma agricultura moderna e sustentável na África e seu nexo com a segurança alimentar, além de descrever a importância de iniciativas como o ProHorta, programa de políticas públicas que promove práticas produtivas agroecológicas para o autoabastecimento, a educação alimentar, a promoção de feiras e mercados alternativos com um olhar inclusivo sobre as famílias produtoras, que o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina levou a países como o Haiti.
Werthein compartilhou a mesa com Kayode Fayemi, Governador do estado de Ekiti e Presidente do Foro de Governadores da Nigéria; e César Rizzi, Superintendente Técnico da consultora brasileira Campo.
 
“A resposta a uma crise profunda está em uma cooperação cada vez mais forte entre os países. Trago uma mensagem do Diretor Geral do IICA, que a cooperação se dá entre iguais, e que essa é a essência da Cooperação Sul-Sul, na qual acreditamos fortemente, pois representa a construção de pontes. Essa é a razão pela qual priorizamos o diálogo entre as Américas e a África”, disse Werthein, que informou os resultados da Cúpula de Ministros da Agricultura das Américas e da África, realizada em junho por iniciativa do IICA, a Parceria para uma Revolução Verde na África (AGRA) e a Agência de Desenvolvimento da União Africana — Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD).
 
Nesse ponto, autoridades agrícolas de cerca de 40 países da África e das Américas se comprometeram a criar mecanismos concretos que fomentem o aprendizado mútuo e a ação conjunta entre ambos os continentes, com base na ciência, na tecnologia e na inovação.
Após a reunião ministerial, o Diretor Geral do IICA participou, de Ruanda, da cúpula anual do AGRF, o principal foro africano que promove a agenda da agricultura e da alimentação no continente, onde enfatizou que a cooperação conjunta África-América é fundamental para a segurança alimentar mundial.
 
Werthein, por sua vez, falou também sobre as iniciativas do organismo internacional especializado em desenvolvimento agropecuário e rural para a promoção da conectividade rural e da digitalização do setor agropecuário.
 
A edição 2022 do Foro Brasil-África, no qual estiveram presentes personalidades como o ex-Ministro das Relações Exteriores e de Defesa do Brasil, Celso Amorim, representando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, bem como prefeitos, governadores e representantes do setor privado e de organismos internacionais de financiamento, teve como temas chave: Infraestrutura, saúde e saneamento; Mobilidade urbana; Energias renováveis; Gestão de resíduos; Agricultura urbana; Parcerias público-privadas; Esportes; e Indústria criativa.
 
“Das 10 economias que mais crescem, sete estão na África. Hoje, sua população está em torno de 1,4 bilhões de habitantes e, em 2050, a expectativa é de que sejam 3 bilhões de pessoas residindo na África, sendo necessário olhar para esse continente, onde há um enorme potencial”, disse o Presidente do Instituto Brasil-África, João Bosco Monte, e um dos maiores peritos internacionais no continente africano.

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