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Enviada Especial do Secretário Geral da ONU para a Cúpula de Sistemas alimentares ressalta o papel da América Latina e do Caribe no encontro global

Agnes
 A Enviada Especial do Secretário Geral da ONU para a Cúpula de Sistemas alimentares de 2021, Agnes Kalibata; e o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero.

São José, 1 de Março de 2021 (IICA). A Enviada Especial do Secretário Geral da ONU para a Cúpula de Sistemas alimentares de 2021, Agnes Kalibata, compartilhou uma conferência com o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) diante de mais de 15 jornalistas da América Latina e do Caribe, dos Estados Unidos e da Espanha em que destacou a importância do evento global que busca assentar as bases para uma transformação positiva na forma de produção e de consumo de alimentos.

Kalibata deixou claro que a Cúpula, que será realizada no final de setembro, visa assegurar a provisão de alimentos inócuos e nutritivos para toda a humanidade, uma mudança nos padrões sustentáveis de consumo, melhorar a produção em harmonia com a natureza, avançar sistemas de vida equitativos e de distribuição do valor e construir a resiliência perante as vulnerabilidades climáticas.

Por isso, exortou os jornalistas a que amplifiquem essas mensagens para que, assim, todas as pessoas do mundo saibam o que está em jogo.

“Tudo isso se encontra no mesmo cesto em que buscamos assegurar que os alimentos sejam saudáveis para as pessoas, para o planeta e para o bem-estar da humanidade. Eu os convido a exortar as pessoas para que vejam o que está em jogo: os sistemas alimentares definitivamente contribuem para a nossa alimentação e para a nossa saúde, mas também são um desafio, sob a perspectiva da economia e da mudança do clima”, disse Kalibata.

“Não podemos fingir que isso não está acontecendo, virar o olhar para o lado e assumir que esses desafios não existem, não podemos dizer que não há pessoas que vivem com fome, enquanto temos toda essa quantidade de comida produzida, e a Covid-19 aumentou muitíssimo os problemas, agora está mais complicado do que antes”, acrescentou a Enviada Especial do Secretário Geral da ONU.

Kalibata explicou que a Cúpula de Sistemas alimentares de 2021 não está tentando “negociar nada além dos objetivos do milênio”, e está apelando à ciência para analisar o que está por vir quanto a possíveis soluções, desenvolvendo diálogos em mais 100 países, no âmbito local, antes do evento crítico, dado que os sistemas alimentares não podem ser globalizados, tendo suas próprias diferenças e contextos, e é nesse âmbito nacional em que devem surgir muitas das soluções para a transformação necessária.

“Acredito fielmente na ciência, e também no que a política pode fazer para mudar a sociedade, é uma relação muito estreita. As políticas, quando projetadas com base na ciência, são ágeis e podem ser dimensionadas para ajudar milhões de pessoas, bem como os avanços tecnológicos, que podem solucionar problemas”, observou.

Em uma conferência na qual participou também o laureado cientista, professor da Universidade do Estado de Ohio e Prêmio Mundial de Alimentação de 2020, Rattan Lal, a Enviada Especial enfatizou que as barreiras ao comércio sem embasamento científico ou em temas ambientais afetarão a segurança alimentar, portanto, o papel da Cúpula é também “fazer entender o que estamos fazendo, a saúde da pessoas, o acesso aos alimentos e o bem-estar do planeta, gerar uma compreensão com diferentes ângulos de que o que fazemos em uma parte do mundo afeta a outra, e o mesmo quanto à mudança do clima”.

Na conversa, o Diretor Geral do IICA destacou a oportunidade representada pela Cúpula de Sistemas alimentares de 2021 para as Américas, na qual sua voz deve ser ouvida, pelo papel fundamental que desempenha como avalista da segurança alimentar global, sendo a principal região exportadora de alimentos para o mundo, com uma participação de 13,8% do comércio internacional mundial.

O IICA é membro da Rede de Campeões de Cúpulas, uma das quatro principais estruturas de apoio ao encontro global.

Otero concordou com Kalibata sobre a importância da ciência na formulação de políticas públicas e na tomada de decisões, além de destacar a importância de posicionar os agricultores no centro das discussões, dado que a agricultura familiar representa a ampla maioria do total das unidades produtivas agrícolas (aproximadamente 75%) do Hemisfério Ocidental.

“São necessárias boas políticas públicas para gerar investimentos privados e empoderar os produtores agropecuários, essa é a chave. Precisamos que tenham boa rentabilidade, é a única maneira para que as famílias permaneçam nas zonas rurais, que não maltratem os solos, que possam adotar boas práticas, gerar alimentos saudáveis e de qualidade para os consumidores. Por isso, no IICA defendemos que os produtores agropecuários estejam em primeiro lugar, que são fundamentais; e concordamos que é vital que as políticas públicas se ancorem na ciência e na visão da agricultura familiar como parte da solução, e não do problema”, acrescentou.

 

Mais informações:

Gerência de Comunicação Institucional do IICA.

comunicacion.intitucional@iica.int