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Fundos de investimento e organismos de crédito destacam inovações para aumentar a eficiência e a sustentabilidade do setor agrícola como elementos fundamentais para financiar agtechs na América Latina e no Caribe

Principal
Tomás Peña, Diretor do Yield Lab na América Latina; Juan Diego Mejía, Diretor de Investimento da Agcenter, Lina María Cuervo, Cofundadora e Sócia Diretora do Cube Ventures; Christian Quiñones, Cofundador do fundo de capital de risco Innogen Capital; Eduardo Chomali, principal executivo de Tecnologias da Informação e Comunicação do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina; Enrique Hennings, especialista técnico principal em Mercados e Empresas Rurais do FIDA; e William Ernest, especialista sênior do BID Lab.

São José, 6 de junho de 2023 — IICA. Especialistas e altos executivos de agências de financiamento e fundos de investimento e capital de risco concordaram que a promoção de processos sustentáveis, a rentabilidade de longo prazo e a geração de soluções inovadoras e que elevem a eficiência produtiva são elementos fundamentais para que as empresas de tecnologias aplicadas aos sistemas agroalimentares, ou agtechs, tenham mais oportunidades para receber investimentos e financiamentos na América Latina e no Caribe.

Na Semana da Agricultura Digital organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) de forma virtual e presencial em sua sede, na Costa Rica, representantes dessas organizações financeiras que operam no hemisfério também afirmaram que os investimentos em agtechs devem andar lado a lado com as exigências do mercado, como fator necessário para receber financiamento.

Além do IICA, o encontro conta com o apoio do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), do BID Lab, da Bayer, Microsoft, The Yield Lab e Veolia.

Os executivos desses fundos e agências multilaterais de financiamento concordaram que o investimento em agricultura digital é fundamental para melhorar a produtividade e a eficiência no setor, bem como para enfrentar os desafios globais em termos de segurança alimentar, mudança do clima e escassez de recursos.

Além disso, explicaram que nos últimos três anos houve mais de US$25 bilhões em investimento privado para o desenvolvimento de tecnologias, especialmente de fundos de capital de risco, um total no qual as agtechs ainda têm uma porção muito pequena, mas com grande potencial para crescer.

De acordo com Tomás Peña, Diretor da América Latina, do Yield Lab, antes a inovação estava centralizada em poucos atores e hoje está distribuída entre diversos, tanto públicos como privados, o que gera um desafio e faz com que seja necessário trabalhar de forma colaborativa e ecossistêmica para levar os recursos financeiros às agtechs que realmente estão comprometidas com a geração de soluções inovadoras.

Lina María Cuervo, Cofundadora e Sócia Diretora do Cube Ventures, observou que essa aceleradora de negócios constrói um fundo de capital de risco que prioriza a igualdade de gênero para apoiar novas agtechs, com o objetivo de promover a inovação, o bem-estar e a obtenção de produtos de maior qualidade e mais saudáveis.

Juan Diego Mejía, Diretor de Investimento da Agcenter, afirmou que os recursos desse hub de aceleração e investimento são direcionados a produtores agrícolas e agtechs que desejam impactar o mercado e que diversifiquem e inovem mais rapidamente na região andina, uma vez que seu foco é voltado para o fortalecimento do setor e a criar conexões de valor.

“Depois de vislumbrar, estudar e conhecer a oportunidade, apostamos nas agtechs quanto ao desenvolvimento de novas tecnologias que integrem soluções e otimizem recursos. São os primeiros passos no investimento em tecnologias digitais direcionadas ao setor agrícola”, afirmou, por sua vez, Christian Quiñones, Cofundador do fundo de capital de risco Innogen Capital.

Por outro lado, os representantes de organismos financeiros que contam com aportes estatais (como o BID Lab, FIDA e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina) expressaram que essas instituições visam incentivar a transformação digital na agricultura, promovendo a eficácia, a sustentabilidade e o desenvolvimento de práticas agrícolas mais inteligentes e rentáveis.

“Para o Banco Interamericano de Desenvolvimento e seu projeto BID Lab, é essencial que aqueles que buscam ter acesso a financiamentos para o desenvolvimento de tecnologias digitais sejam empresas que possuam experiência comprovada, cujas ideias tenham impacto sistêmico e que representem inovações tecnológicas”, explicou William Ernest, especialista sênior do BID Lab.

Enrique Hennings, especialista técnico principal em Mercados e Empresas Rurais do FIDA, compartilhou a experiência do projeto Innovatech, cujos objetivos são: diminuir o hiato digital rural, apoiar modelos de negócios rentáveis e sociais e promover a inclusão financeira para as agtechs.

“O Innovatech está direcionado a companhias voltadas ao desenvolvimento de novas tecnologias para o setor agrícola, com o desafio de enfrentar uma alta demanda por parte do mercado, mas que normalmente não têm acesso ao financiamento por outras vias”, disse Hennings.

Eduardo Chomali, principal executivo de Tecnologias da Informação e Comunicação do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, disse que a digitalização da agricultura permitirá melhorar a produtividade e a competitividade desse setor essencial para a região.

“Atualmente, há soluções digitais para cada elo da cadeia agroalimentar, como blockchain, big data, uso de drones, inteligência artificial, Internet das coisas, entre outros; queremos apoiar empresas que trabalhem com esses recursos para maximizar o potencial do ecossistema digital como um motor de desenvolvimento para a América Latina e o Caribe”, observou Chomali.  

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int