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Representantes das duas delegações conversaram sobre bioeconomia, Amazônia e agropecuária de baixo carbono, temas de possíveis cooperação

IICA e União Europeia: uma agenda de cooperação para 2022

País de publicação
Brasil

Reunião IICA-UE

Brasília, 22 de fevereiro de 2022 (IICA) – As possibilidades de cooperação entre o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a União Europeia (EU) ao longo deste ano foi tema de reunião entre Gabriel Delgado, represente no Brasil, o diretor de projetos do IICA, Fernando Schwanke, e o embaixador da UE Ignacio Ibáñez. Um dos temas de consenso identificados por ambas partes foi a bioeconomia, principalmente na Amazônia. 

Outra área de interesse mútuo é a comercial, devido ao acordo Mercosul-União Europeia assinado em junho de 2019 em Bruxelas, que aguarda ratificação pelo parlamento Europeu. Negociado por mais de uma década, se ratificado, o acordo poderá abrir diversas oportunidades, por isso, os representantes dos dois organismos internacionais falaram sobre possíveis ações conjuntas, para, por exemplo, fortalecer cadeias de valor em vários setores, como vinho, lácteos e azeites, entre outros.

Foco de debate na sociedade das duas regiões, a emissão de metano gerada pela atividade agropecuária, desmatamento e esforços para promover atividades agropecuárias de baixo carbono também foram temas tratados durante o encontro.  

Ibáñez ressaltou a preocupação europeia com relação ao desmatamento na Amazônia, que pode impedir a ratificação do acordo comercial pelo parlamento europeu. Neste sentido, a experiência do IICA em projetos e ações por uma agropecuária mitigadora de carbono, rastreabilidade da produção, emissão de selos verdes e de redução de pesticidas, ente outras, é relevante. 

Exemplos são a assinatura do acordo, em andamento, junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com o Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) para o Projeto Cadeias Produtivas da Agricultura para a Conservação de Florestas na Amazônia Legal, com o objetivo de promover a inovação em cadeias produtivas de carne, madeira e soja envolvendo, entre outras práticas, rastreabilidade e certificação.

Em nível hemisférico, o IICA lançou no ano passado, em parceria com o Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade Estadual de Ohio, a iniciativa Solos Vivos das Américas. O objetivo é articular esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, um fenômeno que ameaça minar a capacidade de atender, de maneira sustentável, a demanda por alimentos. A correção dos solos é uma ferramenta poderosa para potencializar o papel de eficiente sumidouro de carbono desempenhado por solos saudáveis. Em novembro, o Brasil aderiu à iniciativa.  

O IICA está em adiantado processo de acreditação para acessar fundos da União Europeia. No ano passado, o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund – GCF) acreditou o Instituto para a implementação de projetos financiados pela sua carteira creditícia, o que permitirá ao organismo hemisférico ter acesso a recursos que apoiem iniciativas de adaptação e resiliência climática da agricultura e da ruralidade dos países das Américas.

Durante o encontro, ficou acordado que haverá uma reunião técnica entre as delegações do IICA e a União Europeia no Brasil e troca de informações com relação ao Conselho Agropecuária do Sul e outros colegiados de interesse.

Também participaram da reunião o coordenador de Operações do IICA, Christian Fischer, o conselheiro de Cooperação da UE, Stefan Agne, e o conselheiro comercial da EU, Vicente Damián Lluna.