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Ministro Indar Weir: “Barbados trabalha para que seus agricultores tenham melhor acesso à água para a produção de alimentos”

El ministro también se refirió al destacado papel que podría cumplir la tecnología y la innovación en la mejora de la producción agrícola barbadense
O Ministro Indar Weir se referiu ao destacado papel que a tecnologia e a inovação poderiam cumprir na melhoria da produção agrícola de Barbados.

Brasília, 22 de junho de 2021 (IICA). Barbados trabalha de forma intensa para assegurar a disponibilidade de água para a sua agricultura e enfrentar os períodos de seca que estão se tornando cada vez mais longos, provavelmente devido ao impacto da mudança do clima, explicou Indar Weir, Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar desse país do Caribe em uma entrevista ao programa AgroAmérica, transmitido pelo canal de TV brasileiro Agro Mais.

“A água é um sério problema para a produção de alimentos em Barbados, e constitui um dos maiores desafios para os agricultores. Por isso estamos criando reservatórios por toda a ilha, para assegurar que haja água disponível na estação seca”, explicou o ministro. Em Barbados, a época seca é a do inverno e da primavera boreais. Em seguida, começa a temporada de furacões.

“Se melhoramos a captura de água na temporada de chuvas, que começa em junho, teremos uma melhoria no abastecimento de água na próxima estação seca. Na área urbana, estamos instalando um sistema para captar 80 milhões de litros de água em um reservatório. E no leste da ilha estamos construindo duas represas, uma de 27 milhões de litros e outra de 88 milhões de litros, cuja função será abastecer os agricultores de forma constante. No norte, que é a parte mais rural da ilha, estamos limpando os poços de água doce e pensando em fazer outra represa para os agricultores. Isso, obviamente, significará investimentos importantes, e estamos analisando como podemos garanti-los”, especificou Weir.

O ministro revelou que o setor agrícola de Barbados teve um crescimento de 1,9% no ano passado, apesar da pandemia de Covid-19 e devido ao bom planejamento. No entanto, a situação piorou em 2021: “Fomos confrontados com outra variante da Covid-19 e, por isso, tivemos que impor um período de pausa, no qual o país não teve muita atividade econômica. O turismo está longe do seu movimento habitual, e isso tem impacto sobre os agricultores, que começaram a reduzir os seus cultivos”.

Weir também se referiu ao impacto sobre a agricultura de Barbados devido à erupção do vulcão La Soufrière, na vizinha São Vicente e Granadinas, em abril passado. Ele contou que, embora a atividade agrícola tenha precisado ter sido interrompida por alguns dias e colheitas tenham sido pedidas, os minerais e nitratos que as cinzas trouxeram aos solos podem melhorar a sua fertilidade no longo prazo.

“Tivemos sorte — reconheceu —, porque há aspectos positivos na chegada das cinzas. No curto prazo, o impacto é preocupante, pois as colheitas de cana-de-açúcar e de algodão foram reduzidas. Mas no longo prazo, poderemos experimentar um aumento da produção. As cinzas se integram ao solo e melhoram o equilíbrio de sua acidez. Acredito que no próximo ano poderemos ver os benefícios derivados das cinzas. Todos os cientistas e técnicos concordam que elas são boas para a agricultura, como outra forma de fertilizante. Fizemos alguns testes e estamos satisfeitos com os resultados”.

O ministro também se referiu ao destacado papel que a tecnologia e a inovação poderiam cumprir na melhoria da produção agrícola de Barbados: “Os nossos agricultores estão interessados na tecnologia. Estamos pensando na utilização de drones para pulverizações e para controlar o estado das colheitas”.

Nesse sentido, Weir destacou o apoio que o setor agrícola de Barbados recebeu do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA): “Recebemos muito apoio técnico. O Instituto se envolveu no treinamento de muitos de nossos jovens. Também no desenvolvimento da apicultura; temos mais apicultores hoje. Além de trabalhar em medidas sanitárias e fitossanitárias”.
 
“O IICA está na vanguarda — acrescentou —, e agora está sendo criado um Centro de Inovação no Ministério da Agricultura de Barbados, projeto que o Instituto está liderando, fornecendo assistência técnica para que possa operar à altura das exigências do século XXI”.

Barbados presta especial atenção ao impacto da mudança do clima sobre a agricultura. A ênfase está em alcançar uma agricultura climaticamente inteligente, que seja resiliente frente aos eventos extremos e reduza suas emissões de gases de efeito estufa.

“Estamos analisando — especificou o ministro — as melhores maneiras para que a nossa produção possa resistir nesse cenário complexo. Parte disso é a mudança para sistemas hidropônicos e propriedades rurais com energias renováveis. Também estamos tentando canalizar uma transição da agricultura de campo aberto, que muitas vezes usa sistemas de risco em Barbados, para uma agricultura vertical. Com os cultivos em contêineres (Freight Farming), asseguramos uma colheita mais rápida e aumentamos os rendimentos. Estamos tentando atrair os jovens para a agricultura por oportunidades para realizar uma agricultura contemporânea e com tecnologia”.

Weir considerou que a agricultura hidropônica e em contêineres tem um grande valor para Barbados, uma vez que utilizam menos água e, assim, não só fazem uma contribuição ambiental, mas também baixam os custos para os agricultores e, em última instância, para os consumidores de alimentos.
 
O funcionário sustentou que, uma vez que Barbados consiga aumentar a sua produção agrícola, “o próximo passo será estabelecer um setor manufatureiro. Queremos chegar ao agroprocessamento para expandir as nossas atividades. Para isso devemos capacitar e empoderar os produtores e gerar novas formas de empreendedorismo em comunidades agrícolas”.
 
O ministro se referiu também ao Hino dos Agricultores (Um mundo de agricultores), pelo qual cantores de Barbados se uniram, em 2020, à campanha do IICA para reconhecer aos agricultores e trabalhadores da cadeia alimentar que, com seu trabalho diário, asseguram a disponibilidade de alimentos em meio à pandemia.

“Sentimos que era apropriado fazer uma homenagem aos agricultores para motivá-los, ajudá-los a crescer e inspirar outros. Muitas vezes as pessoas que trabalham na agricultura não têm reconhecimento”, concluiu Weir.

Agro América é um programa transmitido pelo canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, cuja produção é fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

 

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int