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A pandemia torna mais necessário potencializar a bioeconomia para impulsionar o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, disse o economista de Berkeley David Zilberman

David Z
Considerado uma das maiores autoridades mundiais em bioeconomia, Zilberman manteve um diálogo virtual com o Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, em que se abordou o potencial das Américas para criar uma base industrial a partir de seus abundantes recursos biológicos.

San José, 26 de agosto de 2020 (IICA) – A bioeconomia oferece abundantes oportunidades para se firmar como o grande motor do desenvolvimento das áreas rurais das Américas e acelerar a reativação das economias atingidas pela Covid-19, afirmou uma das principais vozes internacionais no tema, David Zilberman, catedrático da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Zilberman é professor do Departamento de Economia Agrícola e Recursos Econômicos da Universidade da Califórnia, Berkeley, onde dirige a Cadeira Robinson. Suas áreas de especialização são agricultura e políticas ambientais, economia da inovação e biotecnologia e mudanças climáticas.

Considerado uma das maiores autoridades mundiais em bioeconomia, Zilberman manteve um diálogo virtual com o Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, em que se abordou o potencial das Américas para criar uma base industrial a partir de seus abundantes recursos biológicos.

“Em nossas economias, a maioria dos bens provêm de combustíveis fósseis. No entanto, há uma fonte muito mais poderosa, a biologia. Praticamente tudo que provém de combustíveis fósseis pode ser substituído por recursos renováveis. Isso pode transformar os territórios rurais em algo além de uma fonte de alimento", assegurou o especialista.

A bioeconomia é uma visão que impulsiona a industrialização inteligente a partir do uso de recursos biológicos, transformando-os em produtos de valor agregado, como bioprodutos, bioenergias e serviços. Essa visão também busca responder aos desafios ambientais existentes, mitigando os efeitos das mudanças climáticas e reduzindo a utilização de combustíveis fósseis.

 “A agricultura pode produzir alimentos, biocombustíveis e produtos químicos; parece muito distante da realidade, mas não está tão longe ”, disse Zilberman, que ressaltou que os países latino-americanos contam com uma grande quantidade de terras disponíveis para a agricultura e uma grande biodiversidade, o que lhes dá um enorme potencial para o desenvolvimento por meio da bioeconomia.

Na discussão entre Zilberman e Otero, destacou-se o caso do Brasil, que possui mais de 100 milhões de hectares disponíveis para produzir energia, e o da Guiana, vista como um potencial centro de pesquisas biotecnológica.

“Para a América Latina existem muitas oportunidades de gerar negócios sustentáveis ​​por meio da bioeconomia. A região é privilegiada por ter os melhores recursos no mundo, se usá-los será muito benéfico para todos”, manifestou o professor.

“O problema da região é que existe uma liderança acadêmica e política muito boas, mas faltam pessoas com capacidade técnica para realizar esse trabalho. É necessário construir uma rede poderosa de educação. A América Latina já é líder em alguns produtos como o café, é necessário adotar novas tecnologias e se adaptar para desenvolver a cadeia de suprimentos”, acrescentou.

Segundo Zilberman, o desenvolvimento da bioeconomia nas Américas requer o aprimoramento de habilidades práticas, o incentivo ao investimento público e privado e a intensificação do uso de novas tecnologias.

“É necessário investir em educação, transferir conhecimento, atrair investidores e que os países descubram seu diferencial competitivo”, afirmou.

Ele acrescentou que pode ser aproveitado muito mais das tecnologias digitais na agricultura. “Incrementam a precisão e permitem uma melhor gestão de riscos e maiores lucros. O mercado eletrônico, por exemplo, será crucial no futuro”, disse Zilberman, agregando que o IICA pode ser um dos principais agentes na transformação produtiva da região.

“Os países do trópico têm grandes recursos, a grande questão é como promovemos a incorporação da agricultura e é aí que o IICA desempenha um papel fundamental, com capacitação e pesquisa para que as pessoas possam desenvolver indústrias de base florestal”, mencionou.

“No IICA compartilhamos a mesma visão do professor Zilberman e acreditamos que a bioeconomia constitui uma oportunidade para os países da América Latina e do Caribe. Uma possibilidade para que o setor agrícola considere este setor não de forma restrita, mas pensando na possibilidade de produzir alimentos, produtos químicos e combustíveis, através da participação em cadeias não agrícolas”, assegurou Manuel Otero.

 

Veja o diálogo aqui:  

 

 

 

Diálogo virtual: Panorama de la Bioeconomía

Un panorama de la industria de la bioeconomía presentado por el especialista David Zilberman y el Director General del IICA, Manuel Otero.

Publicado por IICA en Lunes, 24 de agosto de 2020

 

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