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PROCAGICA: Um trabalho em equipe a favor dos produtores de café da América Central

PROCAGICA 2021
Destaca-se a colaboração da SECAC, do CIRAD e do CATIE, juntamente com o IICA, para o êxito do Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA).

São José, 29 de abril de 2021 (IICA) — O Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café, PROCAGICA, trabalhou com êxito de maneira conjunta com a Secretaria Executiva do Conselho Agropecuário Centro-Americano (SECAC), o Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (CIRAD) e o Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE) para promover um modelo de cafeicultura sustentável e resiliente aos desafios da mudança do clima.

O trabalho em equipe permitiu obter grandes resultados: o PROCAGICA beneficiou mais de 7.000 cafeicultores na América Central e na República Dominicana, promovendo a renovação de cafezais, a diversificação de cultivos para reforçar a segurança alimentar, o fortalecimento dos alertas antecipados e pesquisas científicas para melhorar a resiliência dos pés de café.

O PROCAGICA, um programa da União Europeia executado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), trabalha desde 2016 com parceiros estratégicos regionais e com a institucionalidade cafeeira de cada país onde intervém para complementar os esforços nacionais e regionais direcionados à melhoria da preparação, da capacidade de resposta e da resiliência da população mais vulnerável que depende da produção de café na América Central e na República Dominicana diante das ameaças originadas pela variabilidade e a mudança do clima.

Instituições regionais, como o CATIE, referência regional em pesquisa sobre o café, o CIRAD, referência internacional em pesquisa, a SECAC, órgão executor dos ministros da agricultura da América Central e da República Dominicana, e parte do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA) fazem parte do PROCAGICA.

Essas instituições têm acompanhado o processo de execução técnica do programa em suas áreas de especialização e participaram ativamente no desenvolvimento de ações que estão tematicamente vinculadas à sua experiência, visando otimizar a qualidade técnica e operacional do programa.

Com o CIRAD, o PROCAGICA colaborou na formação e no fortalecimento de sistemas nacionais de gestão de riscos em café a fim de antecipar novas crises fitossanitárias relacionadas à ferrugem do café e evitar seus impactos socioeconômicos nos pequenos produtores da América Central e na República Dominicana.

Como parte das ações de fortalecimento, trabalhou com a institucionalidade regional e nacional responsável pela operação dos sistemas de vigilância e alerta na governança e harmonização desses sistemas.

A partir das pesquisas realizadas em campo, o CIRAD, no âmbito do PROCAGICA, elaborou modelos de prognóstico do crescimento da ferrugem e de seus impactos socioeconômicos. Esses modelos foram integrados em uma plataforma, PERGAMINO, para a troca harmonizada de informações e a elaboração de prognósticos.

“Tanto a harmonização das informações como o uso de ferramentas em comum facilitam a vinculação dos sistemas nacionais no âmbito regional. Cada país tem seu acesso à plataforma, podendo carregar informações de alertas nacionais para compartilhá-las no âmbito regional em uma escala harmonizada”, explicou Jacques Avelino, especialista técnico-científico do CIRAD, fundamental no PROCAGICA.

Há também a possibilidade de fazer prognósticos usando os modelos e elaborar relatórios que podem ser compartilhados na plataforma. No âmbito regional, o PROMECAFÉ, uma rede regional de instituições que trabalham com o café, tem o papel preponderante de coordenar a rede regional de gestão de riscos no cultivo, disse o pesquisador.

Além das ferramentas de prognóstico e de troca de informações, há também uma que permite otimizar a vigilância da ferrugem, OPTIROYA.

“Ela permite calcular o número de lotes necessários para que a vigilância seja eficiente e, em diversos países, permitiu obter economias substanciais. Também foi criado um APP para os produtores, o Pergamino móvel, que permite ao produtor vigiar a ferrugem em sua propriedade e compartilhar os níveis de ferrugem em âmbito nacional. Em troca, ele recebe um prognóstico de como será a evolução da ferrugem em sua propriedade”, esclareceu Avelino.

Roberto Harrison, Secretário Executivo do CAC, ressaltou, entre outras coisas, a participação do IICA e do PROCAGICA na formulação do Plano Estratégico Regional para a Cafeicultura da Mesoamérica e do Caribe (Plano MESOCAFÉ), aprovado pelo Conselho de Ministros em 2019.

Sob esse plano, que contempla seis grandes eixos estratégicos, foi estruturada a proposta do Programa Integral Regional para a Sustentabilidade da Cadeia do Café na Mesoamérica e na República Dominicana, aprovado este ano.

“Agora já temos uma visão mais clara de para onde nos encaminhamos com o café na região da Mesoamérica”, afirmou Harrison.

Além disso, no Plano MESOCAFÉ foi realizado um estudo com o propósito de identificar as principais limitações e oportunidades da comercialização intrarregional do café na Costa Rica, em El Salvador, na Guatemala, em Honduras, na Nicarágua, no México, no Panamá e na República Dominicana, a partir do qual foram apresentadas importantes recomendações e possíveis linhas de ação que a região pode considerar para trabalhar no comércio intrarregional.

Por sua vez, Elías de Melo, especialista do CATIE, destacou que “a colaboração com o PROCAGICA permitiu fortalecer cientificamente a validação que está sendo realizada em uma rede de lotes por toda a América Central. Essa rede de lotes foi estabelecida em unidades produtivas de beneficiários do PROCAGICA na Guatemala, em Honduras, em El Salvador e na Nicarágua”, afirmou. “Os lotes têm sido uma fonte fundamental para o processo de capacitação de técnicos e produtores”.

Os resultados dos trabalhos realizados nesses lotes demonstraram que as inovações ideais, como medidas de adaptação frente à mudança do clima e a gestão integral dos cafezais, que devem continuar a ser trabalhadas são:  coleta de água e irrigação, quebra-ventos com árvores, compostagem, mecanização da gestão de ervas, mecanização da gestão de sombras e variedades melhoradas de café.

De Melo também destacou que, ao se entregar aos cafeicultores novas variedades de híbridos de café estudadas pelo CATIE, o PROCAGICA “ajudou a fechar as informações dos 20 anos de pesquisas. Hoje estamos muito seguros de que esses materiais melhorados têm altíssima capacidade em termos de qualidade e de resistência a pragas e doenças. O PROCAGICA ajuda a fechar um ciclo de 20 anos de produção contínua, abrindo o leque da validação de materiais melhorados em condições de propriedades rurais”.

As parcerias com parceiros estratégicos regionais, no âmbito do PROCAGICA, estão contribuindo para que as autoridades regionais de integração, as instituições científicas e a institucionalidade nacional que tem governança sobre o setor cafeeiro disponham de uma maior quantidade de ferramentas e mecanismos para enfrentar as ameaças da variabilidade e da mudança do clima no setor da produção de café na América Central e na República Dominicana.

 

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