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Propiciar parcerias entre atores que promovem a digitalização é fundamental para acelerar o desenvolvimento de soluções tecnológicas no setor agrícola das Américas

Principal
Herbert Lewy, Gerente Geral de Agricultura Inteligente e Bioeconomia da Microsoft na América Latina; Guilherme Belardo, Chefe de Desenvolvimento Empresarial e Associações da Bayer; e Manuel Pérez, Diretor de Desenvolvimento de Negócios no setor público da Veolia.

 

São José, 2 de junho de 2023 (IICA). Instaurar parcerias entre os atores que promovem a digitalização na agricultura é fundamental para o desenvolvimento e a aceleração de soluções tecnológicas que propiciem sistemas alimentares mais produtivos e sustentáveis e que melhorem a qualidade de vida rural na América Latina e no Caribe. 

Isso foi proposto por representantes das multinacionais Microsoft e Bayer em uma mesa-redonda sobre ideias para uma digitalização dinâmica e inclusiva no setor agrícola da região, no âmbito da segunda edição da Semana da Agricultura Digital, da qual também participaram representantes da Veolia, empresa francesa especializada na gestão integral da água, resíduos e serviços energéticos com operações na América Latina. 

A Semana da Agricultura Digital é um foro organizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com essas três companhias, The Yield Lab, CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e BID Lab, visando promover uma digitalização agroalimentar dinâmica e inclusiva na região. 

Participaram da mesa-redonda Herbert Lewy, Gerente Geral de Agricultura Inteligente e Bioeconomia da Microsoft na América Latina; Guilherme Belardo, Chefe de Desenvolvimento Empresarial e Associações da Bayer; Manuel Pérez, Diretor de Desenvolvimento de Negócios no setor público da Veolia; e Antonio Sainz, colaborador da empresa francesa. 

Dados: pilares para acelerar a transformação digital 

A Bayer e a Microsoft apresentaram cerca de 70 agtechs das Américas que já oferecem soluções para uso pelo setor agrícola, bem como diversos atores que participam do evento de forma presencial e virtual, o trabalho conjunto que desempenham com a plataforma Azure Data Manager for Agriculture, um exemplo do potencial que as parcerias entre promotores da digitalização pode gerar.   

A plataforma está projetada para coletar, analisar e transformar os dados provenientes de diferentes fontes, como sensores, sistemas de irrigação, satélites, drones e dados meteorológicos, entre outros, o que permite aproveitar conjuntos de dados de alta qualidade e acelerar o desenvolvimento de soluções agrícolas digitais. 

Além disso, facilita aos produtores tomar decisões informadas e assim melhorar a eficiência e a sustentabilidade de seus cultivos. 

“Se deseja ir rápido, vá sozinho; mas se quer chegar longe, vá acompanhado. Acreditamos ser relevante comunicar a disrupção que está sendo gerada em todos os níveis e abrangendo todo o ecossistema agropecuário da região. Decidimos nos apresentar nesse foro juntamente com o parceiro global, a Bayer, para mostrar que tipos de parcerias estão sendo desenvolvidas, como as agtechs podem ser inseridas como atores chave para o setor e o surgimento de novos modelos de negócios que abarcam tanto companhias globais como regionais e locais de vários portes. As nossas ações sempre falarão mais alto do que as nossas palavras”, afirmou Herbert Lewy.  

“No mundo do setor agrícola, o que queremos é nos tornar agronegócios baseados em dados, em realmente utilizar toda esses dados para agregar valor a todo o ecossistema agroalimentar e, muito especialmente, aos produtores”, observou. 

Segunda
A mesa-redonda abordou ideias para uma digitalização dinâmica e inclusiva no setor.

No caso da Bayer, oferece a sua experiência líder na indústria aos clientes empresariais por meio de AgPowered Services, um conjunto de soluções que ingerem dados do Azure Data Manager for Agriculture para proporcionar informações pontuais sobre a saúde das colheitas, previsão do tempo e crescimento das colheitas, entre outros elementos.   

Assim como a sua plataforma digital FieldView, implementada há seis anos, utiliza os dados de fontes de satélite e climáticas da solução criada com a Microsoft para gerar informações sobre possíveis fatores que limitam a produção agropecuária. 

Essas iniciativas visam que as empresas da cadeia agroalimentar possam acelerar a inovação digital e agregar mais valor. 

“A ideia é criar a primeira plataforma completa para o agronegócio e fazer a conexão com todos os atores agtechs, grandes empresas, de máquinas agrícolas e de matérias-primas, como uma solução totalmente integrada para compartilhar os dados e desenvolver ferramentas digitais melhores para os agricultores, para enfrentar os seus principais problemas, esse é um ponto extremamente importante para nós”, disse Guilherme Belardo, da Bayer. 

Por sua vez, os representantes da Veolia se aprofundaram no portfólio de soluções que oferecem para a digitalização, com foco principalmente no abastecimento e na otimização da água. 

“Pouco poderemos digitalizar no mundo da agricultura se não tivermos água. Queremos estar perto dos agricultores”, disse Manuel Pérez, Diretor de Desenvolvimento de Negócios no setor público da empresa francesa. 

“O portfólio de soluções que oferecemos aborda recomendações para irrigação, sanidade vegetal, rendimento vegetal, gestão otimizada da água, solos e energia; integramos diversas soluções e estamos sempre em busca de novos componentes tecnológicos para oferecer ao setor agropecuário”, disse Antonio Sainz, da Veolia. 

Ele explicou que suas soluções utilizam dados procedentes de sensores, estações de satélites, máquinas e operações de gestão agronômica dos produtores no nível de variáveis climáticas, irrigação, fertilização e poda, entre outras fontes. 

“Os dados em si não servem para nada, o que servem são as informações obtidas ao interpretá-los, realizar cruzamentos de dados para tomar decisões e considerar as soluções; dar uma proposta simples, segundo o objetivo produtivo do agricultor, para que possa utilizar a solução e se beneficiar realmente, de forma pragmática, da tecnologia”, concluiu.