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Rosalina Jarolin é homenageada pelo IICA como “Líder da Ruralidade” por seu trabalho em prol da melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares paraguaios

Rosalina se crió en una familia dedicada a la producción de arroz pero ella, desde joven, se volcó al oficio de modista. Circunstancias familiares la hicieron reencontrarse con la agricultura, que redescubrió con pasión.
Rosalina nasceu em uma família agrícola produtora de arroz, mas iniciou-se profissionalmente na costura. Circunstâncias familiares a fizeram se reencontrar com a agricultura, que redescobriu com paixão.

Assunção, 23 de junho de 2022 (IICA). – Rosalina Jarolin Fernández, agricultora familiar paraguaia que lidera a luta dos pequenos produtores pela associação, pela comercialização direta de seus produtos e pela melhoria de renda, foi declarada “Líder da Ruralidade” das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A distinção “Alma da Ruralidade” reconhece o seu esforço na conscientização dos agricultores do município de Itá quanto à importância do associativismo como caminho para uma melhor qualidade de vida

O reconhecimento do IICA aos Líderes da Ruralidade das Américas premia e dá visibilidade aos que cumprem um duplo papel insubstituível: ser avalistas da segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, guardiões da biodiversidade do planeta por meio da produção em qualquer circunstância. Trata-se de homens e mulheres que deixam rastro e fazem a diferença no campo da América Latina e do Caribe.

Rosalina nasceu em uma família agrícola produtora de arroz, mas iniciou-se profissionalmente na costura. Circunstâncias familiares a fizeram se reencontrar com a agricultura, que redescobriu com paixão.

Hoje, é referência da Associação Curupicaity, integrada por 53 agricultores, dos quais 24 são mulheres. Todos os dias, entrega-se desde cedo às tarefas do campo e, no final da tarde, viaja 38 quilômetros até a capital paraguaia, Assunção, para atender aos clientes no posto de venda de frutas e hortaliças da organização. Além disso, busca inculcar nos jovens de Itá o amor pela agricultura.

O IICA, que considera a agricultura instrumento de paz e integração dos povos, trabalha com suas 34 Representações nas Américas na escolha dos #Líderesdelaruralidade.

A costureira que abandonou a tesoura e redescobriu sua vocação na agricultura

Criada em um sítio do município paraguaio de Itá, onde labutava com os pais no campo, Rosalina Jarolin nem sempre se dedicou à produção de alimentos. Muito jovem ainda, aprendeu os segredos do ofício de costureira e trabalhou durante anos confeccionando roupas. Circunstâncias inesperadas da vida fizeram-na recuperar o contato com a terra e a produção agrícola.

Hoje, sente que redescobriu sua verdadeira vocação na volta à agricultura. Isso, não só porque todos os dias produz frutas, como melão e morango, e hortaliças, como tomate, pimentão, melão, abobrinha e pepino, mas também porque é uma verdadeira líder na sua comunidade. Rosalina foi uma das criadoras da Associação Curupicaity, com a qual os agricultores familiares de Itá se organizaram para conseguir comercializar mais vantajosamente sua produção e obter melhor qualidade de vida para suas famílias.

“Como mulher, exerço um duplo papel, fazendo tarefas de casa e sustentando minha família, embora os meus quatro filhos já sejam maiores e também trabalhem na horta. Levo o amor pela agricultura no sangue, e graças a ele sigo em frente, produzindo sempre e buscando a melhor maneira de comercializar coletivamente os nossos produtos. Recebemos um apoio importante do IICA e do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai, que nos têm capacitado e dado ferramentas para conseguirmos o melhor. Mas o que mais me alegra é que na nossa Associação haja jovens, mulheres e homens que trabalham com muito empenho para manter viva a agricultura familiar”, entusiasma-se Rosalina.

Hoy siente que, al haber vuelto a la agricultura, redescubrió su verdadera vocación. No sólo porque todos los días produce frutas como melón y fresa y hortalizas como tomate, pimiento, melón, zapallito y pepino, sino porque es una verdadera líder en su comunidad.
Hoje, sente que redescobriu sua verdadeira vocação na volta à agricultura. Isso, não só porque todos os dias produz frutas, como melão e morango, e hortaliças, como tomate, pimentão, melão, abobrinha e pepino, mas também porque é uma verdadeira líder na sua comunidade.

Em especial, ela valoriza a participação das mulheres na agricultura e na vida social coletiva: “Antes, na nossa comunidade as mulheres eram donas de casa e só se cuidavam das atividades do lar e dos filhos. Por isso, não tinham renda própria. Hoje, muitas mulheres trabalham na produção e são independentes. Nós mulheres não temos que permitir que nos tirem os espaços que conquistamos e precisamos aproveitar as oportunidades. Gosto muito trabalhar com outras mulheres”.

A sua jornada de trabalha começa às 5 horas da manhã, quando se levanta, toma seu mate e vai para a fazenda, onde tem 5 hectares de terra, mas utiliza menos da metade para produzir frutas e hortaliças. Ali Rosalina programa e executa os diversos cultivos e está a par de tudo o que se faz. Gosta tanto do contato com a terra que nem aos domingos se ausenta da fazenda.

A jornada é longa porque, no final da tarde, ela parte para Assunção, capital paraguaia, a 38 quilômetros de Itá, e assume o comando das vendas no posto da Associação Curupicaity no Mercado Central de Abastecimento, onde todo o comércio do país se abastece diariamente de alimentos frescos.

Do corte e da costura à agricultura

Rosalina vem em uma família humilde, dedicada à produção de arroz. Eram nove irmãos que trabalhavam com os pais na propriedade em tarefas braçais que exigiam muito esforço. Por isso, seus pais a encaminharam para o ofício de corte e costura para poder ganhar a vida como modista sem tantos sacrifícios. No entanto, depois de casada, um acidente sofrido pelo marido, que deixou sequelas e o impediu de continuar trabalhando no campo, fez com ela tivesse a coragem de trocar a tesoura pelo trabalho na horta, sem hesitar sequer diante dos filhos pequenos e em idade escolar.

Ela começou a produção agrícola com algumas mudas de morango distribuídas pelo Ministério da Agricultura e desde então não parou mais. Dedicou-se à produção de frutas e hortaliças, mas rapidamente compreendeu que os agricultores familiares precisavam associar-se para sobreviver.

“Começamos a fazer reuniões para ver como resolver nossos variados problemas. A comercialização do tomate que produzíamos, por exemplo, era muito dificultada pela entrada de produtos do Brasil e da Argentina. Muitas vezes, terminávamos jogando fora nossas colheitas, porque não conseguíamos vendê-las. Formamos, então, a Associação, que desde 2006 vende diretamente os alimentos que cultivamos no Mercado de Abastecimento de Assunção”, conta Rosalina.

Ella decidió ocuparse junto con un compañero del puesto de venta de la Asociación, que de entrada estaba formada por 17 productores. Hoy en día, la organización reúne a 53 agricultores, de los cuales 24 son mujeres, y ya tiene reconocimiento jurídico y cuenta con sus impuestos al día.
Com um companheiro, ela decidiu se ocupar do posto de venda da Associação, inicialmente formada por 17 produtores. Hoje, a organização reúne 53 agricultores, dos quais 24 são mulheres, é reconhecida juridicamente e paga seus impostos em dia.

Com um companheiro, ela decidiu se ocupar do posto de venda da Associação, inicialmente formada por 17 produtores. Hoje, a organização reúne 53 agricultores, dos quais 24 são mulheres, é reconhecida juridicamente e paga seus impostos em dia.

“É muito importante”, adverte, “poder vender os alimentos diretamente, sem intermediários. Mas nem todos os agricultores podem ir ao mercado para atender no posto, porque alguns não levam jeito para o comércio. Precisa saber tratar os clientes e ter paciência e perseverança. Se nós, os agricultores, não nos unirmos e organizarmos, quem sairá ganhando são os intermediários”.

Rosalina também tem uma preocupação especial pelo futuro da atividade agrícola e pelo papel dos jovens. Por isso, passa boa parte do seu tempo trabalhando com eles, ouvindo-os sobre suas necessidades e inquietações e transmitindo-lhes sua experiência.

“Sempre lhes digo”, confidencia ela, “que amem o trabalho com a terra e valorizem as pessoas que se dedicam à agricultura, porque são elas que põem os alimentos na mesa todos os dias. Muitos jovens saem do campo para estudar nas cidades e não querem voltar. Acho que nós, que somos do campo, temos que incentivá-los a que, mesmo tendo outra profissão, continuem a amar a vida rural”.

Rosalina reconhece que o segredo está em criar oportunidades para os que vivem nas zonas rurais: “Às vezes, não é fácil para os pequenos produtores ter rentabilidade e viver bem; por isso, é importante que em todos os países existam instituições que trabalhem para dar ferramentas aos agricultores familiares a fim de que possam melhorar a qualidade de vida. Disso dependerá que os jovens desejem trabalhar a terra e que salvemos a agricultura familiar”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int
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