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Técnicos de laboratórios oficiais de serviços veterinários de 12 países das Américas se capacitam no diagnóstico da resistência antimicrobiana com apoio do IICA

En el curso de seis semanas, los 45 participantes abordaron temas como la recepción y evaluación de muestras; técnicas comunes de las pruebas PSA; instalación, organización y buenas prácticas del laboratorio; pruebas complementarias y desarrollo de procedimientos operativos estándar, entre otros módulos. 
No curso de seis semanas, os 45 participantes abordaram temas como a recepção e avaliação de amostras; técnicas comuns de testes PSA; instalação, organização e boas práticas de laboratório; testes complementares; e desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão, entre outros módulos.

São José, 29 de agosto de 2023 (IICA). Na plataforma de e-learning do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), 45 técnicos de laboratórios de serviços veterinários de 12 países das Américas fortaleceram suas capacidades em normas internacionais para melhor diagnóstico e interpretação dos resultados de resistência antimicrobiana (RAM), úteis no monitoramento de doenças que podem afetar os sistemas de produção agroalimentar. 

A formação se deu por meio do curso Capacitação introdutória aos testes de suscetibilidade a antimicrobianos (PSA) utilizando padrões clínicos e de laboratório (CLSI) para países selecionados da América Latina e do Caribe, desenvolvido por especialistas do Instituto de Padrões Clínicos e de Laboratório (CLSI), da Universidade da Pensilvânia e da Universidade do Estado de Washington, com assessoria técnica da Universidade do Estado de Ohio e coordenação do Programa de Sanidade Agropecuária, Inocuidade e Qualidade dos Agroalimentos (SAIA) do IICA. 

O curso de seis semanas abordou temas como a recepção e avaliação de amostras; técnicas comuns de testes PSA; instalação, organização e boas práticas de laboratório; testes complementares; e desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão, entre outros módulos. 

A capacitação possibilitará um melhor diagnóstico e interpretação dos resultados de resistência antimicrobiana e a implementação e otimização de sistemas de vigilância nessa questão na Argentina, Belize, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua e Trinidad e Tobago. 

“Tem havido um impacto significativo, que será demostrado quando se começar a realizar análises de suscetibilidade antimicrobiana em laboratório, uma vez que agora tenho maior segurança para realizar o trabalho”, disse Nayaret Sepúlveda, do Serviço Agrícola e Pecuário do Chile, uma das pessoas que cursaram a capacitação. 

“Ela nos permitirá que a interpretação de resultados e os limiares das PSA sejam usados adequadamente na estruturação e acompanhamento dos planos nacionais de avaliação da resistência antimicrobiana na cadeia agroalimentar. A terminologia e os padrões do CLSI já não serão um obstáculo na identificação dos dados a serem coletados pelos diferentes programas nacionais”, acrescentou Iván Camilo Sánchez, do Instituto Nacional de Saúde da Colômbia. 

Álvaro Obando, do Instituto de Proteção e Sanidade Agropecuária da Nicarágua, complementou que o impacto da capacitação no seu país é grande, uma vez que poderão dar início aos planos de vigilância nacional para o monitoramento de RAM.  

“Atualmente não contamos com dados que aportem informações sobre o nível de desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos na região. Poderemos padronizar as técnicas de PSA e alcançar ensaios de qualidade, quando tivermos em nossas mãos as normas CLSI como orientação”, disse. 

Uma década em prol da mitigação e controle da RAM 

A resistência antimicrobiana ocorre quando, por mudanças genéticas, os microrganismos (baterias, fungos e vírus) desenvolvem resistência aos medicamentos que costumavam ser efetivos para eliminá-los, como antibióticos, fungicidas e antivirais. Ela representa um problema mundial que afeta a saúde humana e animal, bem como o meio ambiente, demandando assim um enfoque integral e uma abordagem multissetorial, em que o setor agropecuário desempenha um papel fundamental. 

“A resistência antimicrobiana é um problema global que afeta a saúde humana, a saúde animal, a economia dos países e o comércio internacional, de modo que o IICA tem se unido à luta, por meio da vigilância epidemiológica, e esse curso foi elaborado para contribuir com esse objetivo”, avaliou o Gerente do Programa SAIA do IICA, José Urdaz. 

“Esperamos ter atendido as expectativas dos países e que haja um antes e um depois dessa capacitação, bem como que seja percebido pelas instituições oficiais veterinárias o avanço técnico que terão de agora em diante em seu trabalho diário”, acrescentou. 

Éricka Calderón, Coordenadora dos projetos em resistência antimicrobiana do IICA, explicou que há quase 10 anos o Instituto e a Universidade do Estado de Ohio trabalham na mitigação e controle da resistência antimicrobiana, por meio da vigilância e do bom uso dos antimicrobianos, o que permitiu um avanço significativo nos países, “gerando programas de vigilância em que se monitora e diagnostica a presença ou não de bactérias resistentes nos sistemas de produção animal e em seus produtos processados”. 

“É por isso que o desenvolvimento de capacidades para um bom diagnóstico é uma das abordagens mais importantes na cooperação técnica, e por isso nos vimos na necessidade de elaborar o curso e reforçar os conhecimentos que servirão aos países para construir estratégias para mitigar e controlar a RAM”, observou Calderón. 

O Diretor do Programa de Saúde Pública Veterinária da Universidade do Estado de Ohio, Armando Hoet, relembrou que o curso ministrado pela plataforma de e-learning do IICA é o primeiro “dessa natureza e complexidade na América Latina e no Caribe, e chegou para satisfazer uma grande necessidade” dos países da região. 

“Cerca de 87% dos participantes, os quais são funcionários oficiais dos laboratórios de diagnóstico veterinário de 12 países, reportaram não ter participado de um treinamento profundo focado nas recomendações e padrões do CLSI, padrões que são essenciais para gerar resultados de suscetibilidade antimicrobiana de alta qualidade e rigorosidade ao longo da cadeia agroalimentar na luta contra a resistência antimicrobiana”, concluiu Hoet.   

Mais informação:
Éricka Calderón, especialista em Sanidade Agropecuária do IICA. 
ericka.calderon@iica.int