A aliança global que luta contra a doença da bananeira e pela segurança alimentar mundial recebe forte apoio do Banco Mundial
Cidade do Panamá, 19 de setembro de 2024 (IICA) - A Aliança Global contra o Fusarium R4T, que reúne os mais importantes atores do setor bananeiro com o objetivo de conter o avanço de uma doença que ameaça a sobrevivência do cultivo, recebeu um forte apoio do Banco Mundial, organismo que representa uma das mais importantes fontes de financiamento para projetos em países em desenvolvimento.
Com a presença de associações de produtores, empresas que representam toda a cadeia da banana, pesquisadores e autoridades do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Comitê Executivo da Aliança manteve uma abrangente reunião de trabalho com delegados do Banco Mundial e a Corporação Financeira Internacional (IFC).
Os funcionários dessas duas instituições multilaterais receberam um detalhado estado de situação sobre o avanço da doença no mundo, conheceram e interiorizaram o esforço conjunto que se tem feito na estrutura da Aliança e propuseram diferentes caminhos para apoiar a sua tarefa.
A doença da bananeira é uma ameaça para a segurança alimentar mundial e coloca em risco a renda de milhões de pequenos produtores no mundo.
A estripe raça 4 tropical (R4T) do fungo Fusarium é um mal para o qual hoje não existe nenhum tratamento e é o maior perigo em mais de meio século para um cultivo que é especialmente importante para as populações vulneráveis, que obtêm da banana até um quarto das calorias que ingerem diariamente.
A R4T se originou na Ásia, mas se tem movido ao oeste e foi detectada em três países da América Latina: Colômbia, Peru e Venezuela.
A reunião ocorreu no escritório do IICA no Panamá e contou com a participação presencial ou virtual de representantes de diferentes empresas, entre elas Bayer e Fyffes, o Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA), a Corporação Bananeira Nacional (CORBANA) da Costa Rica, a Associação de Exportadores de Banana do Equador (AEBE), a Associação de Bananeiros da Colômbia (AUGURA), a Universidade de Queensland (Austrália) e a Universidade de Wageningen (Países Baixos).
Na abertura foi lida uma mensagem do Ministro do Desenvolvimento Agrícola do Panamá, Roberto Linares, em apoio ao trabalho da Aliança, na qual ele enfatizou a importância econômica e social que o cultivo da banana tem para o seu país e os países vizinhos.
Projeto piloto
A Aliança Global contra o Fusarium R4T foi estabelecida em 2021 pelo IICA, que exerce sua secretaria técnica. Em nome do IICA participaram do encontro o Diretor Geral do Instituto, Manuel Otero; e o Secretário Executivo da Aliança, Gabriel Rodríguez, que sinalizou que o resultado foi altamente satisfatório e que o Comitê Executivo determinará agora os seguintes passos.
Rodríguez declarou que existe uma possibilidade real de apoio do Banco Mundial à tarefa da Aliança e se deve definir de qual forma se instrumentará. “A ideia é começar com um projeto piloto no Equador, que é o primeiro exportador de banana do mundo”, explicou. “O foco será o desenvolvimento de variedades que ainda estão em prova, a formação e o apoio aos pequenos produtores, o projeto de sistemas de biossegurança para as unidades de produção, pesquisas sobre sanidade vegetal e o envolvimento da Aliança com os governos”.
“A vontade expressada pelo Banco Mundial mostra a confiança no trabalho da Aliança, em que participaram todos os atores importantes do setor bananeiro”, disse Rodríguez.
“Somos totalmente conscientes de que a doença é uma séria ameaça para a viabilidade do setor bananeiro. Esta situação requer ação coletiva; caso contrário se continuará expandindo, porque o fungo é extremamente resistente. O que está em jogo é o futuro de milhões de pequenos produtores”, assegurou, pelo seu lado, Otero.
Ao se referir às possibilidades de apoio financeiro para a Aliança Global contra o Fusarium R4T, Christopher Ian Brett, Especialista-Chefe em Agricultura do Banco Mundial, sinalizou que o portfólio de investidores da instituição no setor, durante 2023, foi de 4.000 milhões de dólares em 247 projetos.
Revelou que o Banco Mundial deu apoio direto a pequenos produtores e cooperativas em Honduras e na Jamaica, apoiou a produção de bens e serviços públicos no setor agroalimentar da Argentina e forneceu apoio para o projeto de políticas públicas no Brasil.
Resultados
Durante a reunião foram apresentadas contas dos resultados atingidos pela Aliança até agora, em quatro linhas de trabalho: prevenção e formação, cultivo e genética de variedades resistentes, métodos de controle e políticas e apoio. Toda a informação compilada pelos diferentes membros da Aliança é compartilhada com o resto.
Foram apresentados detalhes, neste sentido, dos avanços em prol do descobrimento dos genes responsáveis pela resistência ao R4T, do projeto de métodos de produção inovadores incluindo o uso de fertilização do solo e fungicidas e da tarefa para melhorar a biossegurança de fazendas de produção.
Uns 300 agricultores foram formados na prevenção no Paraguai, Equador e Colômbia e mais de 500 participaram em formações virtuais.
Gert Kema, professor de fitopatologia tropical e Chefe do Laboratório de Fitopatologia da Universidade de Wageningen, dos Países Baixos, participou do encontro e explicou os progressos que se têm realizado do ponto de vista científico no trabalho.
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