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Brasil lança o programa Solos Vivos das Américas, a iniciativa de restauração promovida pelo IICA e o reconhecido cientista Rattan Lal

Lanzamiento de iniciativa de Suelos Vivos de las Américas en Brasil
“Solos Vivos das Américas” é um programa que busca ser uma ponte entre a ciência e as políticas públicas para o trabalho de restauração e proteção dos solos nas Américas, cuja degradação ameaça a posição da América Latina e do Caribe (ALC) como avalista da segurança alimentar global. 

Brasília, 25 de novembro de 2021 (IICA). O programa “Solos Vivos das Américas” promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o laureado cientista e Diretor do Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade Estadual de Ohio, Rattan Lal, foi lançado oficialmente no Brasil, em um ato que contou com a participação da Ministra da Agricultura do país sul-americano, Tereza Cristina. 

A iniciativa tem como objetivo contribuir para a saúde dos solos brasileiros, promover boas práticas de gestão da terra e incentivos para transformar os sistemas agrícolas em ecossistemas que acumulem mais carbono nos solos, recuperando assim a qualidade de um recurso natural imprescindível para garantir a produção sustentável de alimentos.

Além da ministra brasileira de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o lançamento da iniciativa contou com a participação do Secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do MAPA, Fernando Camargo, do Prêmio Mundial de Alimentação de 2020 e Embaixador da Boa Vontade do IICA, Rattan Lal, e do Diretor Geral do Instituto, Manuel Otero. 

Também participaram: o Gerente de Desenvolvimento Técnico da Cooperativa Regional de Cafeicultores COOXUPÉ, Mário Ferraz de Araújo; o Presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro; o Presidente da Organização de Cooperativas Brasileiras (OBS), Márcio Lopes de Freitas; o Diretor de Agricultura de Pepsico, Servando Valdez; o Diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Bayer Crop Science na América Latina, Alejandro Girardi; e o Diretor Geral para a América Latina da Syngenta, Juan Pablo Llobet. 

“Solos Vivos das Américas” é um programa que busca ser uma ponte entre a ciência e as políticas públicas para o trabalho de restauração e proteção dos solos nas Américas, cuja degradação ameaça a posição da América Latina e do Caribe (ALC) como avalista da segurança alimentar global. 

A iniciativa foi projetada para melhorar o bem-estar rural, a produtividade e a segurança alimentar, respeitando os limites do meio ambiente e fazendo um uso racional dos recursos naturais. 

“A agricultura do Brasil se baseia na ciência, e para isso precisamos construir e promover associações que nos permitam trabalhar com o setor privado, a academia, organismos internacionais, a sociedade civil e outras entidades. Essas parcerias para a conservação de um dos recursos mais importantes que temos, como o solo, é fundamental para acelerar os esforços para nossa vida agrícola”, afirmou a Ministra Tereza Cristina. 

A titular do MAPA detalhou que o Brasil foi um país pioneiro no “desenvolvimento agrícola e pecuário com zero emissões”. 

Nesse sentido, indicou, resumindo o Plano brasileiro para uma produção agropecuária de baixas emissões de carbono (ABC+), implementado em 2010 e que será prorrogado até 2030, que inclui objetivos ambiciosos como a reabilitação de 15 milhões de hectares de pastos degradados e o aumento da área sob o regime de plantio direto de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Além disso, pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 160 milhões de toneladas de CO2, equivalente, ao ano. 

“Temos trabalhado com diferentes centros de pesquisa, demonstrando que o produtores brasileiros podem desenvolver modelos de produção sem a contaminação de carbono, o ABC+ trabalhou esses sistemas integrados em 200 mil hectares com tecnologias que têm ajudado a implementar a agricultura sustentável no Brasil, mas isso não é suficiente, podemos melhorar”, observou. 

Lanzamiento de iniciativa de Suelos Vivos de las Américas en Brasil
No evento, a Ministra Tereza Cristina detalhou que o Brasil foi um país pioneiro no “desenvolvimento agrícola e pecuário com zero emissões”.

“Queremos que esses solos sejam saudáveis e aumentar a produtividade de todos os agricultores que já estão consolidados, assim como não dedicar mais áreas para o setor produtivo”, complementou Tereza Cristina, que também enfatizou um programa nacional que o Brasil tem para a conservação das bacias hídricas, da água e dos solos, esforços aos quais a iniciativa de “Solos Vivos das Américas” se une e pode complementar. 

No evento de lançamento, Rattan Lal deu uma palestra magistral sobre a situação dos solos na ALC e os desafios que a região tem nesse tema como, entre outros, a produção sensível aos alimentos e nutrientes, a melhoria da qualidade da água e do ar, a incorporação do conceito de Uma Saúde, que une saúde animal, vegetal e humana, a melhoria da saúde dos solos, a promoção da agricultura urbana e o aumento dos benefícios aos agricultores com monetização de seus esforços em sustentabilidade. 

“O objetivo é que os solos se transformem em um sumidouro de carbono e devemos aproveitar isso para mitigar a mudança do clima. Reduzir as emissões e melhorar a produtividade são as metas para poder manejar a agricultura. As emissões de GEE representam 42% das emissões gerais na região, e o uso geral do setor de solo é de somente 18%, incorporar o carbono de volta é importante”, explicou Lal. 

A autoridade global máxima em ciências do solo acrescentou que as práticas para a conservação do solo estão mudando na região, porém, ainda há grandes diferenças entre países, de modo que é primordial empregar as práticas agronômicas que foram ressaltadas na Cúpula sobre a transformação dos Sistemas Alimentares, organizada pela ONU no mês de setembro. 

“Manejar e restabelecer os solos, recarbonizar os solos e a vegetação, melhorar a qualidade da água e a sua disponibilidade, adaptar práticas para reduzir as emissões negativas, reduzir o uso de químicos, utilizar emendas orgânicas (se possível), fomentar a economia biocircular, apoiar o conceito de uma só saúde, utilizar a inovação digital (como a agricultura de precisão) e premiar os agricultores por seus trabalhos na agricultura, enquanto ao mesmo tempo se fomenta a educação no âmbito fundamental é essencial”, indicou. 

Lal também destacou o programa ABC+ do Brasil, que classificou uma nação líder e bem-sucedida na gestão desse tema. “No ABC, entre 2010 e 2020, 15 milhões de hectares foram restabelecidos, a agropecuária foi integrada a 4 milhões de hectares, a fixação de nitrogênio foi aumentada. Além disso, o desmatamento foi reduzido em quase 5 milhões de hectares e o esterco verde foi utilizado para fertilizar 4 milhões de hectares. E de forma geral, há quase US$1 bilhão em créditos para os agricultores e foram sequestradas 170 mil toneladas de carbono nessa seção”, disse. 

Por sua vez, o Diretor Geral do IICA reafirmou o compromisso do organismo para promover a conservação de solos na ALC, “onde em aproximadamente 40% dos solos há certo tipo de degradação”, para assim transformar essa realidade e para que isso se traduza no bem-estar dos moradores das zonas rurais e para mitigar a mudança do clima. 

“Esse programa de Solos Vivos ajudará nesse impacto e estamos aqui para servir com a rede e a estrutura do IICA para colocar em prática os conhecimentos e recuperar os solos, que representam um bem único, um ativo único em que nós plantamos os nossos cultivos”, afirmou Manuel Otero.   

Juan Pablo Llobet, da Syngenta, expressou que para a companhia é um orgulho “fazer parte dessa iniciativa alinhada aos objetivos da empresa” e apontou que, com o IICA, estão trabalhando “em programas de capacitação para a ALC, de modo que queremos ampliar o trabalho da iniciativa Solos Vivos das Américas e do C-MASC”. 

“Como líderes no segmento agrícola devemos enfrentar esses desafios da mudança do clima e aproveitar o nosso potencial para reverter o problema: converter a degradação dos solos, proteger o meio ambiente e ter uma melhor produção”, afirmou. 

Nessa mesma linha, Alejandro Girardi, da Bayer Crop Science, ressaltou a relevância para eles de “fazer parte desse processo desde o princípio, em que o IICA foi essencial para o desenvolvimento, assim como a liderança do Doutor Lal”.  

 “É uma oportunidade muito bem alinhada com a ideia que temos: saúde para todos e fome para ninguém. O setor agrícola tem um papel muito importante a desempenhar, a inovação é um dos pilares estratégicos, a transformação e a sustentabilidade, temos a intenção de ajudar os produtores para que reduzam em 30% o impacto ambiental na cobertura de carbono e alcançar 100 milhões de pequenos agricultores que têm mostrado ter resiliência e, nesse sentido, o solo é a chave”, completou. 

 Por sua vez, Servando Valdez, da Pepsico, indicou que “estamos entusiasmados e comprometidos com o que podemos fazer de maneira tangível com nossos agricultores e contribuir para a saúde dos solos no Brasil e em toda a América Latina”.   

Mais informações: 

Gerência de Comunicação Institucional. 

comunicacion.institucional@iica.int