Brasil utiliza cães na vigilância agropecuária
Está em fase final de treinamento, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, o labrador Romeo. Mais que fiscalizar para proteger a agropecuária brasileira, o objetivo do emprego de cães farejadores nas atividades da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), é alertar e educar os viajantes para proteger a produção brasileira, fortalecendo o sistema brasileiro de defesa agropecuária.
A ação é fruto do projeto de cooperação técnica entre a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Trata-se de uma das principais iniciativas do Programa de Modernização do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional, que prevê a implantação de um Centro Nacional de Cães de Detecção, em Brasília – DF, para treinamento de cães e formação dos condutores que atuarão nas Equipes de Cães Detecção a serem instaladas nas unidades do Vigiagro.
O primeiro cão de detecção, que se chama Romeu, foi treinado pelo médico veterinário Gustavo Jantorno, consultor do IICA. Jantorno explica que o preparo de um cão para essa atividade demora cerca de 6 meses e que Romeo está sendo treinado para identificar quatro grupos de odores: orgânicos (frutas, sementes), lácteos (queijos), origem animal (embutidos, carnes) e pescados (bacalhau, etc.) Até meados de março o cão já deverá estar perfeitamente adaptado para a tarefa.
O labrador foi escolhido por ser uma raça bem dócil e ter boa aceitação do público. “Este trabalho é uma fiscalização, mas também é educativo, a maioria das pessoas traz os produtos por pura ignorância sendo assim o papel do Romeu também é unir a população ao Mapa”, explica o médico veterinário, que está
preparando a Jazz, uma nova labradora.
Gustavo Jantorno informa que o IICA, está dando toda consultoria para o projeto se desenvolver desde a escolha dos cães, as técnicas a serem utilizadas no treinamento, a capacitação dos condutores dos cães.
Está previsto, para os próximos 4 anos, a extensão do serviço para 11 unidades do Vigiagro, com objetivo de blindar com eficiência as entradas mais vulneráveis do Brasil contra pragas e doenças exóticas, ao mesmo tempo em que dará maior celeridade ao processo de fiscalização agropecuária.