A certificação fitossanitária eletrônica — e-Phyto — é a chave para um comércio internacional de alimentos maior e melhor, afirmaram especialistas em seminário realizado na Argentina
Buenos Aires, 19 de abril de 2023 (IICA) — A divulgação da certificação fitossanitária eletrônica — e-Phyto — foi uma ferramenta chave para agilizar e tornar mais transparente o comércio eletrônico na América Latina e no Caribe, e seu uso deve ser aprofundado. Esse foi o consenso alcançado por especialistas de diversos países que participaram do Seminário Regional sobre e-Phyto em Buenos Aires, organizado pelo Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE) e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA) da Argentina.
A atividade contou com o apoio da Agência de Assistência Humanitária Cascos Blancos, da Argentina, e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Ela foi realizada no auditório do Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, que prestou seu apoio à iniciativa.
O COSAVE, que opera como âmbito de coordenação para enfrentar os problemas fitossanitários de interesse comum da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, dirigiu esse seminário a especialistas dos âmbitos público e privado de todos os países da América Latina e convidou outras organizações internacionais. Foram três dias de trabalho projetados para melhorar os conhecimentos sobre a certificação fitossanitária eletrônica, ampliar a participação dos países da região, trocar informações entre países, promover redes de especialistas e reconhecer temas de cooperação.
A Argentina e o Chile foram os países pioneiros da região na certificação sanitária eletrônica. Diana Guillén, Presidente do SENASA, destacou que o certificado e-Phyto foi uma ferramenta que começou a ser implementada há vários anos, tendo acelerado durante a pandemia de Covid-19, pelas restrições de distribuição.
“A quarentena acelerou o processo de incorporação de uma ferramenta que hoje é fundamental. Hoje a usamos para o comércio de alimentos com mais de 30 países. Na Argentina, 37% do que exportamos é certificado com esse sistema, e um também percentual bastante mais alto das importações. Entre outras coisas, serve para usar menos papel, fazendo uma contribuição para o meio ambiente”, ressaltou Guillén.
A funcionária elogiou e valorizou a tarefa do COSAVE: “Ele foi constituído em 1989, sendo uma política pública regional que sobreviveu às mudanças políticas com uma visão clara”.
Um longo caminho percorrido
Diego Quiroga, Presidente do COSAVE e Diretor Nacional de Proteção Vegetal da Argentina, lembrou que há quase 10 anos as organizações nacionais de proteção fitossanitária na região decidiram avançar na certificação eletrônica.
“Quando começamos, o êxito parecia quase impossível. Era apenas um desejo. E hoje já percorremos um longo caminho, no qual se foram dando os passos para obter uma ferramenta hoje vigente e útil para muitos países. Com a pandemia se tornou ainda mais importante do que sabíamos que seria, e adquiriu um grande valor para o intercâmbio comercial de produtos agrícolas na América do Sul”, concluiu.
“A certificação fitossanitária eletrônica contribui para a integração, o desenvolvimento sustentável e a produção, todos interesses da Argentina”, disse Galar.
Por sua vez, o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, elogiou a tarefa do COSAVE e a do SENASA argentino. “A Argentina — ressaltou — tem um estoque de tecnologias e conhecimentos para exportar, o que é fundamental para que o continente continue avançando para o desenvolvimento sustentável, tendo a agricultura como ferramenta central”.
Otero disse que, depois que o Chile e a Argentina abriram o caminho com a certificação sanitária eletrônica, cada vez mais países estão se somando.
“Com o e-Phyto há muito a ganhar, uma vez que não só agilizamos os trâmites, mas reduzimos a opacidade e ganhamos em transparência das operações”, afirmou.
Otero afirmou que a certificação eletrônica pode ser uma ferramenta que favorece o aumento do comércio de alimentos intrabloco na América Latina e no Caribe: “Hoje, o comércio na própria região só alcança 14,5%, enquanto na União Europeia, cobre 65%. Temos muito a avançar, e essa ferramenta pode nos ajudar de maneira significativa. Precisamos compartilhar tecnologias e estar mais próximos. Esse é o caminho para aumentar o comércio e a integração”.
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