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Chito Quintero, un cooperativista que es ejemplo para comunidades campesinas e indígenas de Panamá, es reconocido por el IICA como “Líder de la Ruralidad”

Chito Quintero pertenece al pueblo originario Ngäbe-Buglé, es un líder sindical y uno de los fundadores de la Cooperativa de Servicios Múltiples Bananera del Atlántico (COOBANA), que hoy tiene 220 socios y más de 600 trabajadores.
Chito Quintero pertence ao povo originário Ngäbe-Buglé, é um líder sindical e um dos fundadores da Cooperativa Bananeira de Serviços Múltiplos do Atlântico (COOBANA), que hoje tem 220 parceiros e mais de 600 trabalhadores.

São José, 14 de julho de 2022 (IICA). O agricultor panamenho Chito Quintero, nascido em uma comarca indígena, criado na pobreza e promotor de uma cooperativa bananeira que hoje exporta para diferentes países e tem melhorado a vida de sua comunidade, foi reconhecido como um dos “Líderes da Ruralidade” das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Em reconhecimento, Quintero receberá o prêmio “Alma da Ruralidade”, parte de uma iniciativa do organismo especializado em desenvolvimento agropecuário e rural para reconhecer homens e mulheres que marcam e fazem a diferença no campo do continente americano, essencial para a segurança alimentar e nutricional e a sustentabilidade ambiental do planeta.

Quintero, que pertence ao povo originário Ngäbe-Buglé, perdeu sua mãe aos 6 anos e desde criança precisou sair para trabalhar para manter seus irmãos. Pouco depois de começar a trabalhar no cultivo da banana, transformou-se em um líder sindical e, em 1991, foi um dos fundadores da Cooperativa Bananeira de Serviços Múltiplos do Atlântico (COOBANA), que hoje tem 220 parceiros e mais de 600 trabalhadores.

A COOBANA trabalha em 560 hectares próprios no distrito de Chinguinola, na província de Bocas del Toro, onde realiza uma importante tarefa social que inclui desde a ajuda em melhorias nas moradias dos camponeses até a concessão de bolsas de estudo para estudos básicos e superiores.

O prêmio Líderes da Ruralidade é um reconhecimento aos que cumprem um duplo papel insubstituível: ser avalistas da segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, guardiões da biodiversidade do planeta pela produção em qualquer circunstância. O reconhecimento, além disso, tem a função de destacar a capacidade de promover exemplos positivos para as zonas rurais da região.

O camponês panamenho que fez a si mesmo e hoje inspira a sua comunidade

Tudo o que Chito Quintero conseguiu em sua vida para a sua família e para a sua comunidade foi conseguido com esforço. Órfão desde muito novo, passou toda a vida trabalhando na agricultura, o que o fez percorrer um longo caminho desde a produção de subsistência até se tornar um dos líderes de uma grande cooperativa de produção de banana que hoje exporta alimentos de qualidade para países de todo o mundo e é o sustento de centenas de famílias camponesas panamenhas.

Chito é integrante do povo indígena Ngäbe-Buglé, o mais numeroso dos sete povos originários do país centro-americano, com cerca de 300.000 integrantes. Os Ngäbe-Buglé receberam o reconhecimento sobre a propriedade comunitária de terras nas províncias de Bocas del Toro, Chiriquí e Veraguas.

Em uma dessas comarcas cheias de necessidades, nasceu Chito, sofrendo aos 6 anos um golpe indelével, quando sua mãe faleceu durante o parto de seu quarto filho. Com a ajuda de um vizinho, a criança conseguiu sobreviver, mas Chito e seus três irmãos ficaram, desde então, sob os cuidados de sua avó, e suas vidas mudaram completamente.

“Com a minha mãe — recorda — não conhecíamos a fome, porque ela plantava milho e verduras; então, sempre tínhamos alguma coisa para comer. A minha avó, em contrapartida, já estava inválida quando fomos viver com ela, de modo que, desde muito novos, meus irmãos e eu tínhamos que sair para buscar o que pudéssemos para sobreviver”.

Chito foi à cidade para trabalhar em qualquer coisa para conseguir algum dinheiro que permitisse sustentar seus irmãos. Depois, voltou ao campo e, em 1968, conseguiu o seu primeiro trabalho em uma produtora de bananas. Até então não tinha ido à escola e não sabia ler nem escrever. Era um sobrevivente, além disso, de várias doenças que quase acabaram com ele, como o sarampo e a tosse comprida, ou coqueluche.

“Aquela era uma época muito diferente de hoje: havia muito trabalho infantil e nenhuma lei de proteção aos trabalhadores era cumprida”, conta.

Chito es integrante del pueblo indígena Ngäbe-Buglé, el más numeroso de los siete pueblos originarios del país centroamericano, con cerca de 300.000 integrantes.
Chito é integrante do povo indígena Ngäbe-Buglé, o mais numeroso dos sete povos originários do país centro-americano, com cerca de 300.000 integrantes.

Com a entrada no bananal, Chito começou a aprender os segredos do trabalho agrícola e a compartilhar o conhecimento com sua comunidade, onde se plantava milho, cacau e diversos tipos de hortaliças para subsistência. Eram tempos duros. “No bananal, trabalhava das 5 da manhã até as 5 da tarde, por meio dólar diário. Juntava apenas três dólares por semana”, relembra.

Converteu-se em um lutador social e rapidamente foi integrado ao Sindicato Industrial dos Trabalhadores e Produtores de Banana Independentes (SITRAPI), com o objetivo de conseguir melhores condições trabalhistas para os trabalhadores rurais.

Um grande avanço ocorreu quando entrou em um grupo de 74 trabalhadores que se organizaram e, em 1991, deram origem a COOBANA, a Cooperativa Bananeira de Serviços Múltiplos do Atlântico.

Entre os agricultores, constituíram um capital inicial de 1.480 dólares dos Estados Unidos e solicitaram empréstimos para comprar uma empresa bananeira. O impulso foi tão grande que a cooperativa conseguiu nada menos do que 7.200.000 dólares para adquirir uma empresa com 560 hectares de terra. O empréstimo foi devolvido com a receita do trabalho, ao final de apenas oito anos.

Como os bancos solicitavam garantias de uma empresa que conhecesse a indústria bananeira, a multinacional Chiquita, principal distribuidor de bananas nos Estados Unidos, prestou suporte e atuou como fiadora do empréstimo, em troca de um contrato de exclusividade de venda da produção obtida pela cooperativa por 20 anos.

Quando esse vínculo chegou ao fim, em 2011, os agricultores se propuseram a caminhar sozinhos e exportar diretamente a sua própria produção.  “Eu me entusiasmei com a ideia — diz Chito —, mas a princípio me diziam que seria impossível, pois a Chiquita tinha uma infraestrutura e uma experiência no negócio que nós não tínhamos. Mas estava determinado, porque sabia que quem nunca tenta jamais alcança nada”.

Hoje a cooperativa tem sede no distrito de Changuinola, na província de Bocas del Toro, e está composta por 220 parceiros e 600 trabalhadores. Desde 2010 vende bananas com certificação de Comércio Justo de maneira independente. Os benefícios do Comércio Justo, que incluem a garantia de uma remuneração adequada, permitiram a muitos trabalhadores melhorar sua qualidade de vida e proporcionar a seus filhos uma educação básica e superior por meio de bolsas de estudo.

A COOBANA, que vende sua fruta para países como a Suíça, a Holanda, o Reino Unido, a Itália e a Nova Zelândia, ganhou em 2017 o prêmio Exportador do Ano, concedido pelo Ministério de Comércio e Indústria do Panamá. A cooperativa exporta anualmente um milhão de caixas de 18 quilos cada. Também vende para supermercados no Panamá.

Além disso, a COOBANA integra espaços em que os principais grupos de interesse da cadeia global de suprimento de banana cooperam para as melhores práticas para a produção e o comércio sustentável.

As famílias que trabalham na cooperativa plantam, colhem, embalam e exportam, sendo um verdadeiro pilar para a comunidade. “Tudo o que é gerado, é compartilhado”, é o lema.

COOBANA, que vende su fruta a países como Suiza, Holanda, el Reino Unido, Italia y Nueva Zelanda, ha ganado en 2017 el premio al Exportador del Año, que otorga el Ministerio de Comercio e Industria de Panamá. La cooperativa está exportando a razón de un millón de cajas de 18 kilos cada una al año. También vende a supermercados en Panamá.
A COOBANA, que vende sua fruta para países como a Suíça, a Holanda, o Reino Unido, a Itália e a Nova Zelândia, ganhou em 2017 o prêmio Exportador do Ano, concedido pelo Ministério de Comércio e Indústria do Panamá. A cooperativa exporta anualmente um milhão de caixas de 18 quilos cada. Também vende para supermercados no Panamá.

Ultimamente a COOBANA está fazendo um importante trabalho para manter a cepa Tropical Race 4 (TR4) do fungo Fusarium longe de seus cultivos, uma doença originada no Sudeste Asiático que murcha as plantações de banana e que tem se disseminado por plantações ao redor do mundo e também foi detectada em alguns países da América Latina.

A cooperativa faz um estrito controle da entrada na plantação, desinfectando tanto os calçados como os veículos de todos os visitantes.

“Como agricultores, devemos estar dispostos a aprender”, reflete Chito, que habitualmente compartilha seu tempo com os jovens para transmitir suas experiências de toda uma vida dedicada ao trabalho na terra.

“Digo que, mesmo com pouca terra, é possível ter boas produções, se aplicarmos boas práticas e usarmos a tecnologia moderna. Um hectare de bananas geralmente produz as frutas necessárias para 1.500 caixas, mas, com a tecnologia, é possível produzir até 4.000 caixas”, afirma.

“Ao longo de meu caminho — conclui —, muitas vezes tenho visto comunidades rurais que vivem em círculos viciosos, nos quais se repetem as frustrações. Mas a realidade não precisa ser essa: há muita gente que se esforça para produzir mais com poucos recursos. Tenho aprendido que o desejo de aprender é o maior poder que uma pessoa pode ter. Eu, apesar de não ter passado um único dia na escola, pude aprender a ler e a escrever e hoje em dia até uso meu próprio computador. Por isso digo aos jovens: vocês podem fazer muito mais do que eu. Aprendi que ser perseverante é um bom exemplo aos que estão ao nosso redor, e que os frutos são colhidos apenas com esforço”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int
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