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Ciência, tecnologia e inovação são as pedras fundamentais para transformar os sistemas agroalimentares, concordam especialistas internacionais e autoridades reunidos na Sede Central do IICA

En el Diálogo regional sobre ciencia, tecnología e innovación en los sistemas agroalimentarios de América Latina y el Caribe participan más de 100 personas entre autoridades y expertos internacionales en la materia.
Participam do Diálogo regional sobre ciência, tecnologia e inovação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe mais de 100 pessoas, entre autoridades e especialistas internacionais no assunto.

São José, 8 de maio de 2023 (IICA) — O desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação serão decisivos para definir o rumo que a transformação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe, a qual já está em andamento, assumirá, sustentaram autoridades e peritos internacionais em um encontro de alto nível convocado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o CGIAR e o Banco Mundial.
 
No evento, que acontece em duas jornadas de trabalho na sede central do IICA, em São José da Costa Rica, ressaltou-se que é imprescindível promover o trabalho conjunto dos setores público e privado para fortalecer os sistemas agroalimentares da região perante os atuais desafios e oportunidades.
 
Algumas das necessidades prioritárias identificadas foram a promoção de redes de inovação e o alinhamento das políticas públicas, a construção de agendas estratégicas de pesquisa e desenvolvimento, o fortalecimento de capacidades institucionais, humanas, de serviços de apoio e de incentivos e a promoção de mudanças de normas e no financiamento dos sistemas nacionais e regionais de inovação.
 
Participam do Diálogo regional sobre ciência, tecnologia e inovação dos sistemas agroalimentares na América Latina e no Caribe mais de 100 especialistas da Fundação Gates, do CGIAR (uma parceria global de pesquisa para um futuro com segurança alimentar que busca transformar os sistemas alimentares, terrestres e hídricos perante a crise climática), o Banco Mundial, a FAO, o IICA e outros organismos internacionais.

Estão presentes membros da comunidade científica e secretários executivos de mecanismos americanos de cooperação para a ciência, tecnologia e inovação dos sistemas agroalimentares, como o Programa Cooperativo de Pesquisa e Tecnologia Agrícola para a Região Norte (PROCINORTE), o Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (PROCISUR), o Foro das Américas para a Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário (FORAGRO), o Fundo Regional de Tecnologia Agropecuária (FONTAGRO) e o Programa Cooperativo Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Modernização da Cafeicultura (PROMECAFE).
 
Também participam autoridades dos institutos nacionais de pesquisa e tecnologia agropecuária dos países das Américas e de organizações de agricultores, as quais cumprem um papel ativo nos sistemas de inovação, entre elas os Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (CREA), da Argentina, e a Associação Argentina de Produtores em Plantio Direto (AAPRESID).

Joaquín Lozano, Director Regional para América Latina y el Caribe del CGIAR
Joaquín Lozano, Diretor Regional do CGIAR na América Latina e no Caribe, sustentou que os sistemas alimentares constituem um dos principais motores de desenvolvimento econômico do mundo, mas isso é mais acentuado na América Latina e no Caribe, onde o valor agregado do setor, em percentual do PIB, é atualmente o mais alto desde 1995.

O papel dos sistemas agroalimentares
 
A sessão de abertura do encontro esteve a cargo de Diego Arias, Gerente de Práticas do Banco Mundial; Joaquín Lozano, Diretor Regional do CGIAR na América Latina e no Caribe; e Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
 
Arias mencionou os diversos hiatos existentes na agricultura quanto ao investimento em inovação. “A primeira está relacionada ao tipo de agricultura. Temos um setor privado muito dinâmico, investindo em inovação com um fim comercial, mas o grande desafio é apoiar a agricultura familiar”, destacou.
 
“A segunda é a geografia. Há um grande investimento em inovação onde existe uma maior densidade de agricultores e de produção, mas a pergunta é: como chegar às áreas remotas? Finalmente, também há dinheiro nas cadeias vinculadas a exportações, que têm receitas em divisas, mas não existe a mesma dinâmica nas cadeias voltadas para o mercado local”, acrescentou.
 
“Hoje — concluiu Arias — a agricultura está sendo chamada a atender diversos objetivos simultâneos, e isso é desafiador. No Banco Mundial, quando pensamos nesses temas, colocamos a saúde econômica, a saúde planetária e a saúde humana em foco”.

Joaquín Lozano sustentou que os sistemas alimentares constituem um dos principais motores de desenvolvimento econômico do mundo, mas isso é mais acentuado na América Latina e no Caribe, onde o valor agregado do setor, em percentual do PIB, é atualmente o mais alto desde 1995.
 
“Somos a região exportadora de alimentos mais importante do mundo, e devemos assumir um papel muito importante na luta contra a fome, em âmbito mundial. Esse desafio continuará a crescer, pois se estima que em 2030 existirão 670 milhões de pessoas padecendo de fome”, afirmou.

Por su lado, Manuel Otero hizo hincapié en la necesidad de construir una mejor institucionalidad en ciencia, tecnología e innovación, a los que calificó como temas decisivos para el futuro de las Américas y el mundo.
Por sua vez, Manuel Otero enfatizou a necessidade de se constituir uma melhor institucionalidade em ciência, tecnologia e inovação, que qualificou como temas decisivos para o futuro das Américas e do mundo.

Quanto às mudanças dos sistemas agroalimentares baseados em ciência, tecnologia e inovação, Lozano considerou que é essencial identificar quais são as necessidades tecnológicas e dispor de recursos para apoiar as transformações, a criação de resiliência e a inovação genética em meio à crise climática.
 
Por sua vez, Manuel Otero enfatizou a necessidade de se constituir uma melhor institucionalidade em ciência, tecnologia e inovação, que qualificou como temas decisivos para o futuro das Américas e do mundo.
 
“Estão ocorrendo mudanças muito profundas. Hoje, a agricultura tem cada vez mais desafios, porque se somam os temas da segurança alimentar e nutricional aos de sustentabilidade ambiental ou de segurança energética”, afirmou.

O Diretor Geral do IICA disse que as mudanças na região já estão acontecendo, mas exortou que seja dado um direcionamento e um sentido a essas transformações. “Não é necessário que venham de fora nos dizer como devemos mudar a agricultura em nosso continente”, ressaltou.
 
Otero enfatizou que os sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe não são sistemas malsucedidos. “Já estamos fazendo uma agricultura mais sustentável — afirmou — e devemos ter consciência de que, por excelência, somos o continente que deve enfrentar os próximos desafios da agricultura”.
 
“O IICA tem, em seu DNA, os temas de ciência, tecnologia e inovação. Estamos convencidos de que esse tema é crucial para construir um novo futuro para o nosso continente e a sua inserção no mundo”, concluiu.

A importância do setor público

El Director Emérito del IICA y Director de Agricultura del Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (CARI), Martín Piñeiro, subrayó que la tecnología es la fuerza transformadora principal del mundo.
O Diretor Emérito do IICA e Diretor de Agricultura do Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), Martín Piñeiro, ressaltou que a tecnologia é a principal força transformadora do mundo.

O Diretor Emérito do IICA e Diretor de Agricultura do Conselho Argentino para as Relações Internacionais (CARI), Martín Piñeiro, ressaltou que a tecnologia é a principal força transformadora do mundo.

Piñeiro deu uma palestra magistral na qual apontou que, apesar do crescimento do setor privado, o setor público continua desempenhando um papel direcionador para o desenvolvimento de bens públicos internacionais e para definir o âmbito das políticas públicas para a ciência e a tecnologia.
 
“A nossa percepção — ressaltou — é que isso vem enfraquecendo na América Latina, pois o orçamento dos institutos de pesquisa hoje é inferior a 1% do PIB agropecuário. Há desafios enormes, mas também temos uma enorme oportunidade para repensar o sistema de ciência e tecnologia dos sistemas agroalimentares em nossa região, de forma a adequá-lo ao novo cenário e alcançar um grande desenvolvimento”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int