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Colaboração em ciência, tecnologia e inovação deve ser o foco da cooperação África-América para alavancar o desenvolvimento sustentável

Cumbre Africa Americas 4
O Ministro da Agricultura de Etiópia, Oumer Hussien Oba;o Subsecretário (Vice-Ministro) de Pecuária de Honduras, José Ángel Acosta; Cleber Oliveira Soares, Secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil; o Ministro da Agricultura de Burkina Faso, Delwendé Innocent Kiba;Oseyemi Olurotimi Akinbamijo, Diretor Executivo do Foro para a Pesquisa Agrícola na África (FARA); e Embaixador da Boa Vontade do IICA, Keithlin Caroo.

São José, 28 de julho de 2022 (IICA) — A colaboração em ciência, tecnologia e inovação deve estar no centro de uma cooperação reforçada entre a África e a América para alcançar o potencial dos dois continentes, garantir seu papel como avalistas da segurança alimentar e nutricional global e criar de forma homogênea setores agropecuários produtivos, sustentáveis e inclusivos que contribuam para o desenvolvimento sustentável de ambas as regiões.

Esses consensos foram ressaltados na mesa sobre ciência, tecnologia e inovação que fez parte da primeira jornada da “Cúpula África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares”, encontro que reúne ministros, vice-ministros e altos funcionários de Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia de 40 países na Costa Rica visando estreitar a cooperação birregional para enfrentar os desafios da segurança alimentar global e fortalecer o papel de ambos os continentes em termos produtivos.

Participaram da mesa: Cleber Oliveira Soares, Secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil; Oseyemi Olurotimi Akinbamijo, Diretor Executivo do Foro para a Pesquisa Agrícola na África (FARA); o Ministro da Agricultura de Etiópia, Oumer Hussien Oba; o Ministro da Agricultura de Burkina Faso, Delwendé Innocent Kiba; e o Subsecretário (Vice-Ministro) de Pecuária de Honduras, José Ángel Acosta.

“O Brasil é hoje uma potência agrícola graças ao investimento que temos feito em ciência, tecnologia e inovação. O Ministério da Agricultura pauta suas estratégias antecipando o futuro da agricultura, da agricultura brasileira e também em ter um exercício de cooperação na agricultura contemporânea, com as Américas, a África e outros continentes. Nove espécies vegetais formam a base de alimentação desse planeta e são produzidas nos países de clima temperado. Por isso, os países de clima tropical têm uma oportunidade gigantesca”, indicou Soares em uma exposição muito aguardada pelos países da África, que veem no Brasil um grande parceiro para o desenvolvimento de sua agricultura tropical.

“Estamos aqui para compartilhar a nossa visão, para trabalhar juntos em uma agenda de baixo carbono, de bioinsumos, com uma rede africana e latino-americana para baixar os custos para os produtores. Com um hub de inovação para os nossos continentes”, acrescentou.

Oseyemi Olurotimi Akinbamijo, Diretor Executivo do Foro para a Pesquisa Agrícola na África (FARA), disse que “a pandemia de COVID-19 tem demonstrado a importância da ciência, da tecnologia e da inovação para o bem-estar da população global. O avanço nesse campo é necessário não somente para nos recuperarmos dessa crise e de crises futuras, mas também para enfrentar outros desafios globais, como a pobreza, a desnutrição, doenças, a insegurança alimentar, a desigualdade, a mudança do clima e muitas outras”.

E acrescentou: “Espero que essa cúpula consiga determinar uma perspectiva abrangente do potencial da ciência e da cooperação em áreas prioritárias para os sistemas agroalimentares e identificar as políticas institucionais e políticas para poder promover a ciência, a tecnologia e a inovação para a melhoria dos sistemas agroalimentares, bem como criar as plataformas de capacitação para pesquisa”.

Em sua exposição, Akinbamijo também lembrou que “ambos os continentes conformam um grupo de países em vias de desenvolvimento que pertencem à periferia, que compartilham situações semelhantes de vulnerabilidades e semelhantes desafios. Ambas as regiões têm lutado contra o colonialismo e têm lutado por sua independência, ambas também foram dependentes e tiveram relações assimétricas com países industrializados.  Ambas as regiões sofreram danos econômicos causados por programas de ajuste estrutural, ambos os continentes têm uma grande variedade de recursos naturais, de biodiversidade e de oportunidades para agricultura tropical, ambos os continentes têm um papel primordial em assegurar a segurança alimentar, a sustentabilidade ambiental e a resiliência. Apesar das oportunidades, ambos os continentes são infelizmente descritos como os continentes que têm as populações mais desnutridas, com insegurança alimentar e discriminadas”.

Após identificar essas semelhanças, acrescentou que “as áreas prioritárias nas quais devemos focar a aplicação da ciência, da tecnologia e da inovação devem incluir as colheitas, o gado e a atual produtividade da agricultura, a produtividade da administração e a administração de uma agricultura de precisão e digital”.

Por sua vez, o Ministro da Agricultura da Etiópia expressou que “queremos nos beneficiar daquilo que a tecnologia e as oportunidades de cooperação representam. A Etiópia vem participando para transformar a agricultura de sistemas de baixa produção a sistemas mais eficientes e comerciais, e assim poder melhorar a nossa situação econômica. Temos um grande número de programas nacionais, como o de energia verde, para poder enfrentar os atuais problemas ambientais e os esforços para mecanizar a nossa produção de café, que é o nosso produto, que chamamos de “nosso ouro verde”.

Na mesma linha, Oba expressou que “devemos considerar, sobretudo, poder compartilhar experiências, poderemos adotar ações prontamente e devemos mudar o cenário, por isso estamos solicitando a ação e a colaboração pelo bem de nossas pessoas para algo concreto”.

De Burkina Faso, o Ministro Kiba ressaltou a importância e as necessidades dos pequenos agricultores e detalhou a relevância de ações de distribuição de insumos e equipamentos agrícolas “para que os produtores possam se beneficiar de maneira efetiva e contribuir para alcançar a segurança alimentar e nutricional”.

Por sua vez, o representante do Governo de Honduras, o Vice-Ministro de Pecuária José Ángel Acosta, indicou que “estamos construindo uma política agroalimentar que não só assegure a segurança alimentar, mas que os historicamente excluídos possam ter acesso à alimentação como um direito humano. O Governo de Honduras trabalha em quatro eixos da produção: Segurança alimentar, Fome zero, Alimentação acessível e Aumento de exportações agrícolas. Se a inovação tecnológica agrícola não chega aos pobres, não há uma política justa para assegurar comida para todos”.

Além de altos funcionários de cerca de 40 países, também participaram da Cúpula organizações multilaterais de crédito, de cooperação e do setor privado. O encontro contou com o apoio da Bayer, do CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, do Grupo Banco Mundial, da Microsoft, do Rabobank, da Syngenta e da Secretaria de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

 

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