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Com nova Política Agroalimentar de Estado, o Panamá busca transformar sua economia para incorporar a produção de alimentos como um potente motor de crescimento e desenvolvimento e garantir seu futuro, afirmou o Ministro Salcedo

El Ministro Consejero de Asuntos Agropecuarios de la Presidencia de Panamá, Carlos Augusto Salcedo, explicó que la ley, de 91 artículos, crea las condiciones para la transformación tecnológica del agro y tiene como ejes a la productividad, la competitividad, la soberanía alimentaria y la seguridad jurídica.
O Ministro Conselheiro de Assuntos Agropecuários da Presidência do Panamá, Carlos Augusto Salcedo, explicou que a lei, com 91 artigos, cria as condições para a transformação tecnológica do setor agrícola e tem como eixos a produtividade, a competitividade, a soberania alimentar e a segurança jurídica.

Brasília, 1 de março de 2023 (IICA) — A Política Agroalimentar de Estado, em vigor no Panamá desde janeiro, busca transformar a economia agroalimentar para incorporá-la ao comércio e serviços como motores de crescimento e desenvolvimento e, assim, garantir a paz e a segurança do povo panamenho para o futuro.

Assim explicou Carlos Augusto Salcedo, Ministro Conselheiro de Assuntos Agropecuários da Presidência do Panamá, que concedeu uma entrevista ao programa Agro América, transmitido pelo canal de TV brasileiro AgroMais.

A Política Agroalimentar de Estado foi elaborada após um processo de análise e diálogo participativo com todos os atores do âmbito público e privado do setor, o qual levou mais de dois anos e contou com uma participação significativa do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Ela foi aprovada em outubro pela Assembleia Nacional do Panamá, sendo sancionada em janeiro de 2023 pelo Presidente Laurentino Cortizo Cohen em um ato público para o qual convidou especialmente o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

A norma declara a produção agropecuária nacional como prioridade do Estado, por seu papel central para a estabilidade social, política e econômica do país e como instrumento para assegurar o direito humano da população a uma alimentação adequada.

Na entrevista para a televisão, Salcedo destacou que essa é a primeira lei do tipo no continente e que não foi imposta pelo setor político, mas responde a uma reivindicação histórica dos produtores agropecuários. “Dotamos o setor de uma base jurídica que será uma garantia ao longo do tempo para desenvolver a atividade, independentemente do governo no poder”, afirmou.

Nesse sentido, enfatizou que o plano nasceu “de baixo para cima”, uma vez que foca nos produtores, pelo fortalecimento da associatividade, e nos consumidores.

O primeiro passo foi um processo de consulta cidadã, com o qual se buscou ouvir produtores comerciais, consumidores, importadores, comerciantes, agricultores familiares e povos indígenas. “Assim pudemos fazer um primeiro documento de referência, que foi submetido à aprovação pelo nível mais alto do Governo, que é o Conselho de Ministros”, relatou Salcedo.

A norma estabeleceu um conselho de cumprimento da Política de Estado integrado por 29 membros, 21 dos quais são do setor não governamental e apenas oito do governo. “Isso indica que o seu acompanhamento não repousa no Estado, mas na sociedade”, afirmou Salcedo.

O funcionário explicou que a lei, com 91 artigos, cria as condições para a transformação tecnológica do setor agrícola e tem como eixos a produtividade, a competitividade, a soberania alimentar e a segurança jurídica.

“Com o IICA, que desde o primeiro momento se mostrou disposto a ajudar, concordamos que a Política deveria centrar em garantir a soberania e a segurança alimentar do povo panamenho. Para isso, identificamos que ela deve ser inclusiva, sustentável e territorial e que deve garantir a participação cidadã e a governança”, disse Salcedo.

Comércio em dois mares

Durante a entrevista, Salcedo contou que, sob o ponto de vista comercial, busca-se “aproveitar a nossa posição geográfica, que nos permite levar aos dois mares não apenas a nossa produção, mas também a os países vizinhos. Abrimos a porta, como país, para o estabelecimento de um hub alimentar que serve para exportar a produção, não como país, mas como um bloco de países, para mercados do Atlântico e o Pacífico”.

A legislação também enfatiza a adequação da institucionalidade agropecuária para favorecer tanto a mitigação da mudança do clima como a adaptação, por meio do uso de tecnologias para gerar resiliência perante fenômenos climáticos extremos.

O plano, que incluirá uma adequação da institucionalidade pública agropecuária, tem duração de dez anos e sua implementação será medida todos os anos por meio de uma plataforma digital.

Projetos e investimentos

Salcedo anunciou que existe um portfólio de projetos para potencializar a produção agroalimentar panamenha que prevê investimentos de 1,242 bilhões de dólares, por organismos multilaterais de financiamento, como o CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, e o próprio governo.

O Ministro Conselheiro explicou que o Panamá é um país com 4,2 milhões de habitantes, mais de 75.500 quilômetros quadrados de superfície e uma área agrícola restrita que decidiu potencializar sua produção de alimentos, respaldando tanto agricultores familiares e indígenas como produtores comerciais que têm como horizonte os mercados internacionais.

“É uma verdadeira mudança de mentalidade. Não será fácil transformar o modelo econômico de um país tradicionalmente de comércio e serviços. Devemos fortalecer a atividade agropecuária pela pesquisa, pela tecnologia e por uma adequação da institucionalidade”, afirmou na entrevista.

“Agora o setor agrícola — sustentou — saberá para onde deve se encaminhar para alcançar a produtividade e a competitividade. E estará protegido, pois sabe que amanhã os produtores não serão abandonados para voltar a privilegiar as importações”.

“Estamos convencidos de que essa Política Agroalimentar de Estado pode servir de referência para outros países da América Latina e estamos prontos para colaborar com aqueles que tenham a mesma decisão política”, concluiu.

Agro América é um programa transmitido pelo canal brasileiro de TV Agro Mais, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, cuja produção é fruto de uma parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A transmissão apresenta a atualidade do setor agropecuário e da ruralidade nos países membros do IICA, com o objetivo de promover a troca de experiências e uma discussão sobre os desafios e as oportunidades da América Latina e do Caribe na área de desenvolvimento agropecuário e rural.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int