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Cooperação e solidariedade internacional, uma resposta efetiva frente à Covid-19

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En el diálogo, Cavallari, Cuevas y Manuel Otero ahondaron que es imperativo avanzar en políticas públicas en favor de los trabajadores agrícolas, que hoy en medio de la pandemia sí son valorados por su labor estratégica en la producción y abastecimiento de alimentos
No diálogo, Cavallari, Cuevas e Manuel Otero aprofundaram o fato de que é imprescindível o avanço de políticas públicas em prol dos trabalhadores agrícolas, que hoje em meio à pandemia são valorizados por seu trabalho estratégico na produção e abastecimento de alimentos.

San José, 21 de agosto, 2020 (IICA). Redobrar os esforços para propiciar uma efetiva cooperação internacional, dar passos firmes rumo à integração regional e restaurar a confiança no multilateralismo são algumas fórmulas para mitigar e superar os desafios impostos pela Covid-19 no hemisfério.

A Secretária-Geral do Instituto Ítalo-Latino Americano (IILA), Antonella Cavallari, e a Presidente da União Interparlamentar (UIP), Gabriela Cuevas, insistiram nisso em um encontro virtual com Manuel Otero, Diretor-Geral do Instituto Interamericano de Cooperação em Agricultura (IICA).

O diálogo faz parte de uma iniciativa promovida pelo IICA para encontrar respostas e reunir as visões dos atores internacionais chave e, assim, construir soluções conjuntas que ajudem a minimizar os impactos da pandemia na segurança alimentar nas Américas.

“O futuro é voltar a um multilateralismo saudável, sério e eficaz. Cada país por si só não consegue alcançar os resultados que são necessários neste momento, juntos sim. A integração em nível regional, por exemplo, é o modelo que vem tendo mais êxito durante a pandemia”, afirmou Cavallari.

Tanto ela, ex-embaixadora da Itália no Paraguai entre 2013 e 2016, quanto a reconhecida deputada mexicana Gabriela Cuevas, destacaram que os esforços dos países para superar a crise sanitária têm sido sob um enfoque nacionalista e sem ações contundentes que se esperavam dos órgãos de mais alto nível da política internacional.

“A cooperação internacional tem sido a grande ausente durante esta pandemia. O que teria acontecido se a resposta tivesse sido global, coordenada e baseada na cooperação e na solidariedade internacional? Hoje teríamos uma vacina e muito mais clareza nos medicamentos”, refletiu Cuevas.

“O fechamento de fronteiras pelo qual optaram é a mensagem mais clara de dizer: 'Eu me preocupo em proteger meus interesses e não estou interessado na cooperação internacional.' Essa mensagem é devastadora para o multilateralismo, para os interesses nacionais, bilaterais, etc. Quando não entendemos que os problemas se resolvem com cooperação e solidariedade internacional, não vamos resolvê-los”, acrescentou Cuevas, que também é ex-senadora de seu país.

Ambas especialistas enfatizaram que as instituições multilaterais devem ser fortalecidas e ser mais flexíveis e transparentes. Além disso, argumentaram que a Covid-19 acelerou as mudanças em termos de inovação tecnológica, digitalização e atenção ao meio ambiente.

“Há que modificar os métodos de produção e garantir uma melhor coesão social, porque perante a pandemia nem todos têm os mesmos recursos”, disse a Secretária-Geral do IILA.

“O impacto que esta pandemia tem no cumprimento da Agenda 2030 para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável diz-nos que estaremos pior que há pelo menos uma década em termos de inclusão e combate à pobreza; as desigualdades estão se acentuando e exibindo um modelo de desenvolvimento excludente e que atingiu milhões de pessoas”, complementou Cuevas.

Melhores condições a trabalhadores agrícolas

No diálogo, Cavallari, Cuevas e Manuel Otero aprofundaram o fato de que é imprescindível o avanço de políticas públicas em prol dos trabalhadores agrícolas, que hoje em meio à pandemia são valorizados por seu trabalho estratégico na produção e abastecimento de alimentos, mas cujas condições socioeconómicas e garantias costumam geralmente ser críticas.

“Os trabalhadores agrícolas em muitas das regiões são imigrantes, vivem nas piores condições, têm os piores salários, foram excluídos da segurança social. Se estamos confiando nossa subsistência literal a eles, deve haver uma resposta global, colegiada e coordenada; as políticas públicas são fundamentais e é preciso entender que essa relevância da categoria não deve perdurar só por causa da pandemia”, destacou Cuevas.

“Há um certo paradoxo porque agora eles estão no centro das atenções, agora precisamos deles, mas esta tem que ser uma política de longo prazo. Temos que protegê-los porque a difícil tarefa de levar comida à mesa de todos os habitantes é uma tarefa fundamental. Isso requer também a re-hierarquização do conceito de agricultura, algo que às vezes não é totalmente compreendido na América Latina”, concordou Otero, Diretor-Geral do IICA.

Durante a conversa, outra conclusão foi de que as cadeias de abastecimento global devem ser fortalecidas e como alcançar um comércio que se concentre em obter melhores resultados para todas as nações.

Também foi abordado o papel das mulheres no cenário internacional, seus aportes e contribuições, com a conclusão de que a pandemia também agravou as questões de gênero e equidade nas nações do hemisfério.

“As mulheres são a força na resposta à pandemia, precisamos de sua liderança e participação para alcançar os resultados desejados. Há muito a fazer em termos de igualdade de gênero, um dos temas que voltam a nos ameaçar com esta pandemia”, disse Cuevas.

“É fundamental priorizar a agricultura como atividade estratégica, essencial e resiliente, para a qual é preciso ser coerente, trabalhar e defender os trabalhadores rurais, produtores, mas sobretudo as mulheres que continuam invisíveis no campo, e cuja inclusão é uma questão gritante na qual é primordial avançar”, afirmou Otero.

 

 

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