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Cuidado e saúde dos solos devem fazer parte da agenda global frente à mudança do clima – advertiram peritos na COP26

La ministra de Agricultura de Chile, María Emilia Undurraga; el científico y Premio Mundial de Alimentación 2020, Rattan Lal; el Director General del IICA, Manuel Otero; el Director General de la Alianza entre Bioversity International y el CIAT, Juan Lucas Restrepo; la gerente del Programa de Cambio Climático, Recursos Naturales y Gestión de Riesgos Productivos del IICA, Kelly Witkowski; la funcionaria de UNCCD, Miriam Medel; y el líder global de Prácticas Agrícolas de WWF, Joao Campari.
A Ministra da Agricultura do Chile, María Emilia Undurraga; o cientista e Prêmio Mundial de Alimentação 2020, Rattan Lal; o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero; o Diretor Geral da Parceria entre a Bioversity International e o CIAT, Juan Lucas Restrepo; a gerente do Programa de Mudança do Clima, Recursos Naturais e Gestão de Riscos Produtivos do IICA, Kelly Witkowski; a autoridade da UNCCD, Miriam Medel; e o líder global de Práticas Agrícolas do WWF, João Campari.

Glasgow, Escócia, 4 de novembro de 2021 (IICA). A importância da saúde dos solos para a mitigação da mudança do clima, a resiliência e a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares foi posta em primeiro plano em um debate com a participação de representantes de organizações internacionais no âmbito da Conferência Mundial sobre Mudança do Clima (COP26), que está acontecendo na cidade de Glasgow, Escócia.

No evento, ressaltou-se a necessidade de se incluir a questão do cuidado dos solos na discussão global sobre como a humanidade deve enfrentar a mudança do clima e a urgência de que os países materializem em ações os consensos alcançados no campo científico.

A Coalizão de Ação para a Saúde dos Solos (CA4SH), criada em setembro por ocasião da Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares, foi apresentada no debate por Kelly Witkowski, gerente do Programa de Mudança do Clima e Recursos Naturais do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

A Coalizão reúne múltiplos atores dos setores público e privado e tem como objetivo melhorar a saúde do solo em nível mundial, abordando a implementação crítica, o monitoramento, as políticas e as barreiras ao investimento público e privado que limitam os agricultores na adoção de práticas de solos saudáveis.

“80% do carbono está nos nossos solos, o que é um problema, mas também uma oportunidade. Habitualmente, presta-se mais atenção às árvores, mas temos que dar visibilidade aos solos, que albergam 25% da biodiversidade”, disse Witkowski.

“Precisamos trabalhar com os produtores agropecuários no campo, conhecer as barreiras que devem enfrentar, saber o que necessitam e facilitar o sua capacitação. A Coalizão procura traduzir os avanços da ciência e da pesquisa em ação”, acrescentou.

Rattan Lal, considerado a autoridade máxima em ciências do solo, participou do evento por videoconferência o laureado cientista. Lal dirige o Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC), na Universidade Estadual de Ohio, o qual implementa, com o IICA, o Programa “Solos Vivos das Américas”, que atua como ponte entre a ciência, a formulação e implementação de políticas públicas e o trabalho de restauração da saúde do solo no Hemisfério Ocidental.

Kelly Witkowski, gerente del Programa de Cambio Climático, Recursos Naturales y Gestión de Riesgos Productivos del IICA, ahondó en el debate sobre la Coalición de Acción para la Salud de los Suelos.
Kelly Witkowski, gerente do Programa de Mudança do Clima, Recursos Naturais e Gestão de Riscos Produtivos do IICA, aprofundou o debate sobre a Coalizão de Ação para a Saúde dos Solos.

Lal disse que o solo foi fonte de vida e prosperidade para todas as civilizações ao longo da história e que a sua saúde está vinculada com pelo menos sete dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pelos Estados membros da ONU com a visão posta em 2030. Somente com solos saudáveis será possível alcançar o fim da pobreza (ODS 1), fome zero (2), saúde e bem-estar (3), água limpa e saneamento (6), energia exequível e não poluente (7), ação pelo clima (13) e uma adequada gestão dos ecossistemas terrestres (15), disse Lal.

“A vida”, acrescentou, “depende essencialmente da saúde do solo. Hoje, mais de 40% da superfície da terra está degradada e 840 milhões de pessoas passam por insegurança alimentar. Devemos restaurar a saúde dos solos a partir de práticas agrícolas negativas em emissão de carbono”.

O cientista, que é Embaixador de Boa Vontade do IICA, defendeu a fixação de uma agenda de longo prazo para a restauração da saúde dos solos, que tenha como um dos seus objetivos centrais o empoderamento dos pequenos agricultores a fim de que adotem boas práticas agrícolas.

“Podemos conseguir isso. O momento é agora”, concluiu.

Para a Ministra da Agricultura do Chile, María Emilia Undurraga, que enviou uma mensagem de Santiago, a saúde do solo tem influência direta no bem-estar das sociedades.

“Só teremos uma agricultura saudável se tivermos solos vivos. O Chile promove um novo paradigma para enfrentar a mudança do clima, por meio da geração de ações e políticas que favorecem a produção sustentável. Estamos comprometidos a seguir por esse caminho”, afirmou Undurraga.

O Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, que participou por videoconferência de São José da Costa Rica, reafirmou o compromisso do Instituto com a Coalizão de Ação para a Saúde dos Solos, no convencimento de que se trata de uma ferramenta para a melhoria da qualidade de vida, não só das comunidades rurais, mas também das populações urbanas.

“O IICA, por meio do Programa que implementa com a Universidade Estadual de Ohio, busca melhorar a produtividade dos solos e aumentar os seus serviços ecossistêmicos. Já estamos executando um conjunto de ações baseadas em ciência em países como Chile, México, Granada, Colômbia e Uruguai. E contamos com a participação de importantes empresas do setor privado, como a Bayer, a PepsiCo e a Syngenta”, detalhou.

Otero afirmou que o IICA adere ao conceito de Uma Saúde e destacou a importância da conscientização global sobre a estreita relação entre o bem-estar das pessoas e o funcionamento pleno dos ecossistemas.

En el evento se subrayó la necesidad de incluir la cuestión del cuidado de los suelos en la discusión global sobre cómo la humanidad debe enfrentar el cambio climático y la urgencia de que los países materialicen en acciones los consensos alcanzados a nivel científico.
No evento, ressaltou-se a necessidade de se incluir a questão do cuidado dos solos na discussão global sobre como a humanidade deve enfrentar a mudança do clima e a urgência de que os países materializem em ações os consensos alcançados no campo científico.

“Até alguns anos, a única coisa que nos preocupava era como melhorar a produtividade. Esta era a nossa obsessão devido à necessidade de se alimentar uma população mundial crescente. Hoje, entendemos que devemos equilibrar a melhoria da produtividade com o cuidado dos solos e a biodiversidade”, disse Juan Lucas Restrepo, Diretor Geral da Parceria entre a Bioversity International e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).

Para Restrepo, é fundamental melhorarmos a pesquisa e a inovação e termos claro que o problema é de responsabilidade coletiva de atores públicos e privados. “Não podemos”, advertiu, “colocar a questão da saúde dos solos nos ombros dos produtores agrícolas, que precisam de incentivos e capacitação”.

Por sua vez, João Campari, líder global de Práticas Agrícolas da organização ambientalista internacional WWF, considerou que se deve levar em conta que o solo não é só uma ferramenta para maximizar a produção, mas também um ecossistema vivo.

“O solo”, afirmou, “é um dos maiores ecossistemas do planeta, só superado pelos oceanos. 95% da nossa produção de alimentos depende da saúde dos solos. A sua degradação não gera só menos alimento, mas sobretudo piora a sua qualidade”.

A necessidade de conscientização sobre a importância do tema foi enfatizada pela diplomata mexicana Miriam Medel, autoridade da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).

“A conservação dos solos é importante, não só para a mitigação e a adaptação à mudança do clima, mas também para a segurança alimentar, o cuidado da biodiversidade, a criação de empregos e as possibilidades de as pessoas gerarem renda para se sustentar”, concluiu.

Video em inglês

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