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Cúpula Ministerial África-Américas lança chamado para criar mecanismos permanentes de integração e colaboração entre os dois continentes para melhorar seus sistemas agroalimentares

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Josefa Leonel Sacko, comissária do Departamento de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Sustentabilidade Ambiental da Comissão da União Africana; Manuel Otero, Diretor-Geral do IICA; Beverly Best, Diretora de Relações Externas e Institucionais do IICA; e Keithlin Caroo, Embaixador Especial do IICA para a Cúpula África-Américas

São José, 29 de julho de 2022 (IICA)Com a certeza de que a cooperação entre a África e a América é um passo na direção certa para transformar os sistemas agroalimentares e enfrentar as causas da insegurança alimentar, desnutrição e degradação ambiental, as mais altas autoridades agrícolas de cerca de 40 países pediram a criação de mecanismos concretos que fomentem a aprendizagem mútua e a ação conjunta entre os dois continentes, com base na ciência, tecnologia e inovação. 

As organizações encarregadas pelos Estados de preparar o roteiro e desenvolver a agenda comum para esse fim serão o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA) e a Agência Africana de Desenvolvimento. a União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (AUDA-NEPAD). 

As três agências organizaram a Cúpula Ministerial África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares, em São José da Costa Rica, com a participação de ministros, vice-ministros e especialistas nas áreas de agricultura, meio ambiente e ciência e tecnologia de ambas as regiões. 

Entre os elementos do roteiro solicitado pelas autoridades agrícolas para identificar oportunidades de cooperação internacional e combater a insegurança alimentar, destacam-se a institucionalização do Fórum Continental de Diálogo e a criação de redes, particularmente em bioinsumos e um hub de inovação. 

Também estabelece a promoção de boas práticas baseadas em evidências e com foco no solo, em temas como adaptação baseada em ecossistemas, restauração do solo, intensificação do uso da terra e redução da degradação, saúde e aumento do sequestro de carbono no solo. 

“Nesse roteiro devemos adotar políticas e ações, mesmo em nível local, porque temos nossos agricultores nos observando em busca de apoio. A estrutura agrícola africana é basicamente familiar. Por isso digo aos nossos líderes, nossos ministros aqui que, se quisermos transformar a agricultura, devemos incluir esse grupo muito vulnerável formado por aqueles que realmente nos alimentam, principalmente mulheres”, disse Josefa Leonel Sacko, comissária do Departamento de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Sustentabilidade Ambiental da Comissão da União Africana. 

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Manuel Otero, diretor-geral do IICA; e Josefa Leonel Sacko, comissária do Departamento de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Sustentabilidade Ambiental da Comissão da União Africana. 

Manuel Otero, diretor-geral do IICA, também se dirigiu aos ministros e destacou três áreas: “Todos os temas que compõem a transformação dos sistemas agroalimentares foram abordados na Cúpula, mas quero destacar três, como inovação, juventude e sustentabilidade. , porque precisamos que nossos sistemas agroalimentares sejam sustentáveis”. 

Otero destacou que as iniciativas do Instituto também estão disponíveis para os países africanos. “Estou me referindo ao Observatório de Políticas para discutir o que o mundo está pensando; o programa Solos Vivos das Américas, liderado pelo cientista Rattan Lal, com o único interesse de recuperar a saúde dos solos e no qual contamos com o apoio do setor privado; e o programa Agricultura Digital, liderado pelo Prêmio Nobel de Economia de 2019, Michael Kremer, com base nas conquistas alcançadas na África e na América Latina”, disse o diretor-geral do IICA. 

Tanto Lal quanto Kremer participaram da cúpula e conversaram com ministros, representantes do setor privado e líderes de agências de cooperação sobre o papel que a África e as Américas podem desempenhar na erradicação da fome e na preservação do meio ambiente. 

O IICA, AGRA e AUDA-NEPAD também foram encarregados de explorar acordos para desenhar mecanismos operacionais e financeiros que mobilizem recursos para a cooperação Sul-Sul, Norte-Sul e Triangular que envolvam colaboração interinstitucional e parcerias público-privadas. 

Além disso, vão promover medidas que facilitem o comércio agroalimentar internacional transparente e livre de distorções. “Precisamos garantir que todas as partes interessadas, agricultores e organizações não estatais, se juntem a nós neste movimento para que possamos ser mais fortes. África e América podem alimentar o mundo porque há muito potencial nas duas regiões se trabalharmos juntos”, acrescentou Sacko, comissário da União Africana. 

O diretor-geral do IICA afirmou que o IICA fará gestões para a participação de ministros da Agricultura das Américas, e do próprio Instituto, no Fórum para a Revolução Verde na África (AGRA), que será realizado em setembro em Ruanda.  

De fato, uma das tarefas das três agências de cooperação é levar a este fórum africano recomendações para uma ação conjunta decorrentes da cúpula de São José.  

Na Cúpula Ministerial África-Américas foram destacados exemplos de alianças com o setor privado que sustentam a cooperação, especialmente nas áreas de financiamento, inovação e ciência e tecnologia. Envolver o setor privado é uma das ações do roteiro confiado às agências internacionais. 

O encontro de São José contou com o apoio da Bayer, da CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, do Grupo Banco Mundial, da Microsoft, do Rabobank, da Syngenta e da Secretaria de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

 

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