Diante de ministros reunidos na Costa Rica, o IICA lança Fundo Hemisférico para a Resiliência e Sustentabilidade da Agricultura das Américas
São José, 26 de julho, 2024 (IICA). O Instituo Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançou uma proposta para criar o Fundo Hemisférico para a Resiliência e Sustentabilidade da Agricultura das Américas, iniciativa com a qual procura fornecer apoio financeiro e técnico aos países da região para desenvolver e implementar estratégias que fortaleçam a resiliência e sustentabilidade dos seus sistemas agrícolas, afetados com cada vez mais frequência pelos eventos climáticos extremos.
O lançamento, que registrou uma grande aprovação dos ministros, ocorreu na 44a Reunião Ordinária do seu Comitê Executivo, órgão de governo do Instituto em que se debatem os temas mais transcendentes do futuro dos sistemas agroalimentares, e que convocou ministros de Agricultura das Américas e outros altos funcionários do setor.
Este instrumento financeiro, que será operado pelo IICA, terá como objetivos mobilizar, gerenciar e executar novos recursos econômicos destinados a melhorar as capacidades institucionais, técnicas e administrativas necessárias para executar programas e projetos de fortalecimento da resiliência e da capacidade adaptativa dos sistemas agrícolas dos países das Américas, bem como servir como ponte para atender com urgência fenômenos de alto impacto como emergências sanitárias e ambientais.
Também tem um compromisso especial com os países com menor capacidade econômica, promovendo um desenvolvimento mais equitativo e inclusivo.
“Somente com recursos, com vontade política, com uma boa estratégia, vamos poder catalisar a mudança, sair fortalecidos e atender a vulnerabilidade climática que enfrentam os nossos países, com capacidade melhorada e novas inciativas de cooperação de alto impacto. Este fundo é uma promessa de um futuro melhor para o agro das Américas, com investimento para resiliência e sustentabilidade”, declarou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.
“O Caribe é uma das regiões mais vulneráveis do planeta ante essa situação de mudança climática, também está a sensível situação da América Central e de outros fenômenos que ocorrem fora dessas regiões. Isso não é o trabalho de um só organismo internacional, deve ser um trabalho de todos e este fundo será transparente e livre de burocracia”, adicionou.
A criação deste mecanismo financeiro recebeu um forte apoio dos ministros de Agricultura das Américas e outros altos funcionários do setor presentes na reunião. Responde também à um mandato expresso da Junta Interamericana de Agricultura (JIA) do IICA, máximo órgão de governo do Instituto, que outubro passado também apoiou a proposta de construção da Aliança Continental para a Segurança Alimentar e o Desenvolvimento Sustentável, que contêm a iniciativa do fundo.
“O Brasil fará uma doação para aumentar esse fundo, o apoiamos para contribuir a agregar valor, melhorar o ambiente de produção, comércio e de integração entre os países. O Brasil tem enfrentado problemas de seca no nordeste e sul do país, severas inundações no Rio Grande do Sul, sabemos o que são esses eventos extremos”, indicou Roberto Perosa, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil.
“Agradecer ao IICA pela liderança em resiliência e práticas agrícolas sustentáveis para a transformação dos sistemas alimentares e o objetivo do fundo para melhorar a resiliência e apoiar as inovações com foco na resiliência ao clima. Esperamos continuar apoiando hoje, amanhã, que o fundo permita contribuições em biotecnologia, comércio, clima e para lidar com a insegurança alimentar na região, devemos apoiar nossos países irmãos”, adicionou Donald Willar, Assessor de Política Comercial para Assuntos Multilaterais do Serviço Exterior Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Fernando Mattos, Ministro de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, também se alegrou pela criação do fundo, e adiantou que no Conselho Agropecuário do Sul (CAS), que se reunirá a próxima semana em Buenos Aires, tratará “o tema da mudança climática e como colaborar e contribuir para a alimentação de um fundo de emergência e para catástrofes”.
“No sul da América temos também nossos problemas climáticos, secas muito prolongadas que são interrompidas imediatamente com um período de enchentes. Contribuir com fundos imediatos de assistência para os países com situações críticas é essencial e como região é necessário ter um discurso muito unido e firme, exigindo ao mundo desenvolvido que contribua e forneça sua reparação pelos efeitos climáticos gerados pelas suas ações de produção, afetando severamente nossas economias”, disse.
O Ministro da Granada, Lennox Andrews, comentou que o fundo de resiliência “é um excelente passo na direção correta”, e esperam “ter acesso rápido e fácil [ao fundo] para começar o processo de reabilitação e reconstrução do setor agrícola”.
A região do Caribe é altamente vulnerável aos fenômenos metrológicos extremos como furacões, enchentes e secas, e por isso enfrenta constantemente desafios significativos em termos de segurança alimentar, desenvolvimento econômico e bem-estar social.
“Temos que parabenizar o IICA por ajudar a abordar os desafios da mudança climática e eventos extremos na região, sabemos que os recursos serão bem-gerenciados, sabemos que outras agências e doadores participarão deste fundo e que está bem estruturado”, mencionou Nigel Grimes, assessor técnico do Ministério de Agricultura, Terra e Pesca de Trinidade e Tobago.
Rafael Ortiz, Vice-ministro de Assuntos Científicos e Tecnológicos do Ministério de Agricultura da República Dominicana, concluiu por sua parte que o fundo hemisférico será “útil e terá os efeitos que se esperam”, e também convocou a que se pense em um seguro hemisférico como solução por explorar para que os produtores agrícolas tenham maiores apoios e garantias frente a eventos climáticos que ameaçam seriamente sua continuidade na atividade e seus meios de vida.
O fundo está pensado como um mecanismo de cooperação multilateral para a potencialização de capacidades técnicas, administrativas, financeiras e estratégicas, e está projetado também para melhorar a autonomia na implementação de políticas públicas e a efetividade dos investimentos relacionados com os sistemas agroalimentares, tanto no nível nacional como multinacional.
Será sustentado por múltiplas fontes de recursos financeiros, garantindo assim uma base sólida e diversificada para suas atividades. Incluirá fontes de financiamento como contribuições voluntárias dos Estados-Membros, Associados e Observadores Permanentes, além de outras organizações internacionais, fundos globais, regionais e nacionais, investimentos, doações e a contraparte no Instituto.
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