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Enviada Especial do Secretário-Geral de ONU firma acordo com o IICA e vê Cúpula sobre os Sistemas Alimentares como oportunidade para a definição das linhas de ação que levem ao cumprimento da meta da fome zero

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Agnes Kalibata, Enviada Especial do Secretário-Geral da ONU para a Cúpula de Sistemas Alimentares 2021. Foto: ONU.org

São José, 2 de setembro de 2021 (IICA) – A Enviada Especial do Secretário-Geral da ONU para a Cúpula de Sistemas Alimentares 2021, Agnes Kalibata, afirmou na Conferência de Ministros da Agricultura das Américas 2021 que o encontro global que se realizará em 23 de setembro em Nova York será uma oportunidade para a definição das linhas de ação que levem ao cumprimento da fome zero no mundo.

Após a sua palestra na Conferência dirigida aos ministros de 33 países americanos, Kalibata, que preside a Parceria para a Revolução Verde na África (AGRA, sigla em inglês), firmou um acordo com o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero, pelo qual as duas instituições promoverão em conjunto a recuperação de solos férteis, o combate à pobreza e à fome e a transformação dos sistemas agroalimentares nas suas respectivas regiões.

Em conformidade com o convênio assinado pela AGRA e pelo IICA, os esforços visarão a aumentar as contribuições do setor agrícola para o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável nos países africanos e americanos, a fortalecer o bem-estar das populações rurais, a dar impulso ao comércio internacional e regional e a incrementar a resiliência dos sistemas agroalimentares diante de eventos climáticos extremos.

As semelhanças dos países da África e da América em termos de disponibilidade de terras, ampla participação de agricultores familiares e convicção de que a agricultura é uma via preponderante para o desenvolvimento sustentável fundamentam a parceria, como estipula o documento assinado.

Kalibata também se referiu à importância da Cúpula ao falar para a Conferência Ministerial, que aconteceu no formato virtual sob o lema “Sistemas Agroalimentares Sustentáveis, Motor do Desenvolvimento das Américas”.

Este será o único continente que participará da Cúpula com uma postura convergente, definida por um documento de 16 mensagens consensuais dos 34 Estados membros do IICA, que facilitou as negociações entre os países e coordenou a redação.

“Na Cúpula, vamos a falar dos desafios que enfrentamos e discutir as possíveis soluções. Há diversos mecanismos que nos podem ajudar a avançar e a estabelecer linhas de ação para o futuro. O Secretário-Geral das Nações Unidas diz que precisamos de soluções ambiciosas”, observou Kalibata.

A Enviada Especial do Secretário-Geral da ONU explicou que 147 países se comprometeram voluntariamente com a Cúpula, por meio de diálogos nacionais sobre o presente e o futuro dos sistemas alimentares de cada nação, a superar ou mitigar os desafios que estão à frente e a contribuir para o cumprimento da Agenda 2030.

“Sabemos do que precisamos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável já existem, mas temos que pô-los em movimento”, observou.

Kalibata nasceu em Ruanda de uma família de pequenos agricultores que foi deslocada na luta pela independência do país africano no início da década de 1960. Graduada em entomologia e bioquímica, foi Ministra da Agricultura e Recursos Animais do seu país entre 2008 e 2014, período em que Ruanda fez grandes avanços em matéria de segurança alimentar.

Entre as questões críticas enfrentadas pela humanidade, a primeira é alimentar as pessoas, disse Kalibata, que pontuou: “Devemos alcançar a meta da fome zero por meio de ações como a eliminação do desperdício de alimentos e o estabelecimento de refeitórios escolares. Também devemos minimizar a mudança do clima e a perda da biodiversidade, fortalecendo a natureza”.

“A pandemia”, acrescentou, “dificultou muito às pessoas obterem trabalho e exacerbou as desigualdades que já existiam. Devemos trabalhar na resiliência, reconhecendo os impactos do Covid-19 e a mudança do clima. Reconhecemos todos os desafios que existem com respeito ao gênero, às comunidades indígenas e a outras pessoas e comunidades para as quais o emprego é tão importante”.

A Enviada Especial observou que a humanidade se encontra em um momento crucial para estabelecer compromissos no âmbito da Agenda 2030 e se unir diante de desafios como a mudança do clima.

“Quero assegurar-lhes”, encerrou a sua fala aos Ministros da Agricultura das Américas, “que é algo que podemos alcançar. A ideia é fazê-lo para a posteridade, para as pessoas, para o planeta”.

 

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