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Equatoriano Gustavo Manrique, artífice da maior permuta de dívida por natureza realizada no mundo, novo Embaixador de Boa Vontade do IICA

Manuel Otero, Director General del IICA; Gustavo Manrique, ex canciller y ex ministro de Medio Ambiente del Ecuador, reconocido como Embajador de Buena Voluntad del IICA en temas de Biodiversidad, Acción Climática y Transición Ecológica; y José Zaglul, ex rector de la Universidad EARTH.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Gustavo Manrique, ex-Chanceler e ex-Ministro do Meio Ambiente do Equador, reconhecido como Embaixador da Boa Vontade do IICA em temas de Biodiversidade, Ação Climática e Transição Ecológica; e José Zaglul, ex-Reitor da Universidade EARTH.

 

São José, 23 de outubro de 2024 (IICA) — Gustavo Manrique, ex-Chanceler e ex-Ministro do Meio Ambiente do Equador, foi reconhecido como Embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em temas de Biodiversidade, Ação Climática e Transição Ecológica, em um ato que contou com a presença do Diretor Geral do organismo especializado em desenvolvimento agrícola e rural, Manuel Otero, e o ex-Reitor da Universidade EARTH, José Zaglul.

Com uma trajetória de mais de 25 anos dedicada à sustentabilidade, Manrique foi um dos atores mais importantes da maior permuta de dívida por natureza realizada no mundo, quando era chanceler. Essa iniciativa permitiu ao Equador destinar recursos para a conservação marinha a longo prazo nas Ilhas Galápagos, a fim de promover uma maior sustentabilidade e melhorar a qualidade de vida dos equatorianos.

“Estamos diante de um verdadeiro líder que reúne e sintetiza um empreendedor, um empresário e um dirigente político que propõe com muita lucidez que a biodiversidade é o nosso principal capital e que devemos utilizá-lo em prol de modelos de agricultura muito mais sustentáveis e resilientes”, disse Manuel Otero no ato de reconhecimento.

“Essa designação é um claro exemplo de como a Universidade EARTH contribui para a formação da nova geração de recursos humanos da qual carece o nosso continente para fortalecer o nosso perfil como avalista da segurança alimentar e da sustentabilidade ambiental”, acrescentou.

José Zaglul, um respeitado acadêmico e mentor de Manrique, destacou que “Gustavo Manrique representa o caso de um discípulo que supera o mestre e que, com uma visão tão inovadora da agricultura, fortalece o conceito de uma agricultura a serviço da paz”. 

Ao receber o diploma que o reconhece como Embaixador da Boa Vontade do IICA pelas mãos do Diretor Geral, Manrique qualificou a distinção como “uma imensa honra” e falou que hoje a humanidade está diante de uma tríplice crise planetária. Seus elementos são a perda de biodiversidade, a contaminação e a mudança do clima, três desafios inter-relacionados que se retroalimentam, colocando em risco o equilíbrio do planeta e a nossa própria sobrevivência.

“Na realidade — disse —, o planeta não está em risco; é a espécie humana que está em risco. Se o planeta desaparecer, o ser humano desaparece, mas se o ser humano desaparecer, o planeta reverdece. Já vimos isso na pandemia. É urgente tomar medidas para abordar essa crise e alcançar um equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a proteção ambiental”.

O modelo de permuta de dívida por natureza — que permite aos países em desenvolvimento reduzir as severas restrições a suas economias em troca da conservação de ecossistemas em benefício de todo o planeta — marcou um caminho que pode ser seguido na região e no mundo.

“O Produto Interno Bruto (PIB) tradicionalmente foi utilizado como o principal indicador de êxito econômico de um país, mas esse enfoque ignora os custos ambientais e sociais associados ao crescimento. Sob essa métrica, um país é considerado tão mais bem-sucedido quanto maior a sua capacidade de produzir e consumir, sem levar em conta os danos irreparáveis que são gerados nos ecossistemas e na saúde humana. Esse modelo tem incentivado a sobre-exploração dos recursos naturais, contribuindo para a perda de biodiversidade, contaminação e mudança do clima”, acrescentou.

Os embaixadores da Boa Vontade do IICA compartilham o compromisso com o trabalho do Instituto para alcançar um desenvolvimento sustentável e equitativo. Também assumem o desafio de se unir a causas que buscam aumentar a consciência pública sobre a importância da segurança alimentar e nutricional e trabalham pelo desenvolvimento por meio de projetos relacionados à bioeconomia, às relações de gênero e juventude e à produção responsável, todos temas fundamentais na agenda do IICA.

Nesse sentido, Manrique se comprometeu a representar o IICA “em toda a extensão da sua causa” e considerou que o Instituto desempenha um papel crucial no desenvolvimento agrícola e rural da América Latina e do Caribe.

Al recibir el diploma que lo acredita como Embajador de Buena Voluntad del IICA, Manrique calificó la distinción como “un inmenso honor” y habló de que hoy la humanidad está ante una triple crisis planetaria, la pérdida de biodiversidad, la contaminación y el cambio climático.
Ao receber o diploma que o reconhece como Embaixador da Boa Vontade do IICA, Manrique qualificou a distinção como “uma imensa honra” e falou que hoje a humanidade está diante de uma tríplice crise planetária: a perda da biodiversidade, a contaminação e a mudança do clima.


Modelo replicável

O exemplo do Equador com a permuta é especialmente útil para os países América Latina e do Caribe, que têm serviços ecossistêmicos a serem restaurados ou cuidados e que representam um patrimônio da humanidade.

No caso concreto promovido por Manrique, o Equador criou uma área marinha protegida nas Galápagos e sua dívida soberana foi reduzida em mais de 1,1 bilhão de dólares, o que beneficiou 18 milhões de equatorianos. Além disso, houve uma doação de mais de 450 milhões ao longo de 18 anos, que serão destinados à conservação das Ilhas Galápagos em um mecanismo perpétuo. Assim, o valor total, de 1,659 bilhão de dólares, foi o maior do mundo em uma permuta de dívida por natureza.

“As novas credenciais da América Latina e do Caribe não estão baseadas em uma economia carbonizada, mas em nossa biodiversidade, em nossa cultura, agricultura e energia renovável. Esse é o nosso grande desafio e a nossa oportunidade: que o mundo reconheça e pague o que a América Latina e o Caribe proveem. Juntos, podemos liderar uma transição para uma economia que beneficie o nosso planeta e as nossas comunidades”, disse Manrique ao receber seu diploma.

“É o momento — afirmou — de nos unirmos como região, de aproveitar a nossa capacidade de decisão e de implementar uma mudança real”.

Engenheiro agrônomo de profissão, Manrique foi Chanceler em 2023 e, antes, durante dois anos, foi Ministro de Ambiente, Água e Transição Ecológica. Com uma sólida carreira profissional em empresas agrícolas e socioambientais, ele participou de assessorias de mais de 2.000 projetos ambientais.

O novo Embaixador da Boa Vontade do IICA foi, também, um dos fundadores do Prêmio América Latina Verde, que reconhece projetos ambientais e tem como missão fortalecê-los e promover a sua continuidade ao longo do tempo. O IICA é um dos parceiros estratégicos da iniciativa, que se propõe a apoiar projetos vinculados, entre outras atividades, à agricultura ou ao turismo sustentável, que costumam fracassar nos primeiros dois anos por falta de planejamento estratégico, de contatos e de recursos econômicos. 

O Prêmio teve, em dez anos, 71.000 projetos inscritos em benefício do planeta, e 71% deles conseguiram se manter de pé.

Em 2018, o próprio Manrique foi finalista do Prêmio “The Catalyst”, que reconhece a inovação e a excelência, e em 2020 foi considerado um dos 100 líderes mais influentes em mudança do clima da América Latina. Também foi designado pelo Foro Econômico Mundial como Champion for Nature.

Os embaixadores

Os Embaixadores da Boa Vontade do IICA são: Enrique Iglesias (ex-Secretário Geral Ibero-americano e ex-Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID); Maris Llorens (empresária pecuarista e filantropa); Keithlin Caroo (fundadora e Diretora Executiva da Helen’s Daughters); Hipólito Mejía Domínguez (ex-Presidente da República Dominicana); Rattan Lal (Prêmio Mundial de Alimentação de 2020); Michael Kremer (Prêmio Nobel de Economia de 2019); Hugo Sigman (médico psiquiatra e empresário argentino, fundador do Grupo Insud); Beatriz Paredes (Senadora mexicana); Jens Mesa Dishington (economista agrícola e modernizador do setor agropecuário da Colômbia); Susana Balbo (primeira mulher enóloga da Argentina, desde 1999 dirige a sua própria vinícola, Susana Balbo Wines); Dennis McClung (fundador, Presidente e Diretor Executivo da Garden Pool); Cynthia Rosenzweig (cientista de referência global para entender a relação entre a agricultura e a mudança do clima); e Joachim von Braun (Professor de Economia e Mudança Tecnológica na Universidade de Bonn, Alemanha).

Também foi Embaixador da Boa Vontade do IICA o Prêmio Mundial de Alimentação de 2006, Alysson Paolinelli, ex-Ministro da Agricultura do Brasil, falecido no ano passado.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int