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Durante o evento, que ocorreu no âmbito do Global Methane Hub, Brasil, Chile, Equador e Uruguai discutiram projeto regional para produção de arroz sustentável

IICA e IRGA promovem workshop internacional sobre redução de gases na rizicultura

País de publicação
Brasil
visita de campo - Workeshop IICA.Irga
Encontro inclui visitas de campo à FDA e às Fazendas Cavalhadas, dois dos maiores produtores de arroz da América do Sul

 

Brasilia, 4 de abril de 2024 (IICA) – O desafio de reduzir as emissões de metano e o uso de água na rizicultura irrigada tem unido esforços do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), do Instituio Rio Grandense do Arroz (Irga) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Entre os dias 2 e 4 de abril, os três organizaram, em Porto Alegre, no âmbito do Global Methane Hub (GMH), o Workshop de Trabalho para Promover uma Produção Sustentável de Arroz na América Latina e no Caribe.    

O workshop contou com a presença de especialistas do Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai. Além de discutir tecnologias mitigadoras da emissão de gases poluentes em lavouras de arroz, o grupo participou de visitas de campo na sede da FAD Sementes, em Capivari do Sul; e das Fazendas Cavalhada, no município de Mostardas, dois dos maires produtores de arroz da América do Sul. Pelo IICA, participaram a coordenadora técnica, Cristina Costa, e o gestor de projetos Renato Carvalho.

O Compromisso Global para o Metano é uma iniciativa lançada em 2021 para reduzir as emissões mundiais deste gás poluente, um dos responsáveis pelo efeito estufa, e manter ao alcance o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius. Estados Unidos, Europa e cerca de 110 países, inclusive o Brasil, assinaram o compromisso.

“Este workshop internacional reúne quatro dos maiores produtores de arroz da América do Sul e, mais do que trocar informações e discutoir a redução da emissão do metado, estamos discutindo como sequestrar carbono”, disse Mara Grohs, engenheira agronoma do Irga.  

Durante o encontro, os especialistas discutiram o projeto regional, envolvendo Brasil, Chile, Equador e Uruguai, na iniciativa  Transição aos Cultivos de Arroz Sustentáveis na América Latina do Global Methane Hub. IICA, Irga e Epagri serão parceiros na execução deste projeto no Brasil. 

“O objetivo do Projeto é desenvolver um caminho para a adoção acelerada de estratégias de mitigação de metano para o cultivo de arroz nesses países. Pretendemos identificar as condições necessárias para implementar as melhores práticas, como Integração Lavora Pecuária, plantio direto, certifcação de sementes, rastreabilidade e denominação de origem, por exemplo", explicou a coordenadora técica do IICA, Cristina Costa.

Workshop Internacional emissão de gases rizicultura IICA.Epagri
Evento reuniu especialistas em cooperação do Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai no Irga, em Porto Alegre 

 

Desafios – A rizicultura irrigada é a segunda atividade agrícola com maior emissão de metano, depois da pecuária. No Brasil, a região Sul  concentra cerca de 80% da produção nacional de arroz, o segundo cereal mais produzido no mundo, depois do milho. De acordo com o Irga, a planta de arroz não é a fonte produtora do gás metano. O que ocorre é que, por meio do processo de fermentação devido à presença da água na rizicultura irrigada, o metano produzido e o transporte do gás para a atmosfera ocorre por meio das aerênquimas, canais presentes na planta do arroz. Por isso, os esforços necessários são no sentido de reduzir, e não eliminar, a emissão do metano. Estudos do Irga mostram que por meio do manejo é possível reduzir as emissões.

"Dentre esses manejos, os que se destacam é o uso do preparo antecipado, o qual reduz em 25% a emissão dos gases do efeito estuda quando comparado ao sistema convencional. Quando considera-se que, dependendo do ano, entre 50% e 70% do Rio Grande do Sul adota esse sistema de preparo do solo, percebe-se a magnitude da contribuição dos produtores gaúchos sobre essa questão ambiental", explicou Mara Grohs. Ela conta, por exemplo, que no sistema conhecido como pingue-pong, com rotação de plantio arroz irrigado e soja em terras baixas a cada ano durante cinco anos, foi possível observar a reduzção de quase  60% nas emissões de gases poluentes. Segundo ela, há outras técnicas em estudo como melhoramentos genético e ações com relação à produtividade. Nos últimos anos, um hectar de arroz passou de alimentar 156 para 186 pessoas, ou seja, a eficicência aumenta o alcance e reduz a área plantada. Segundo Mara, 70% da produção de arroz irrigado do Rio Grande do Sul está no sistema de rotação.   

Projeto - No âmbito do projeto, pretende-se realizar atividades de diagnóstico sobre os conhecimentos, atitudes e práticas dos agricultores e outros aspectos imporantes da cadeia de valor do arroz. Os institutos de pesquisa de cada país envolvido utilizarão metodologias de inovação participativa para testar estratégias de redução de emissões a escala experimental. O metano, e outras emissões de gases do efeito estufa associadas ao projeto, será monitorado juntamente com outras variáveis ​​agronômicas e econômicas.

Também serão explorados mecanismos de transferência de riscos, opções alternativas de rendimento e oportunidades comerciais para um arroz mais sustentável. Finalmente, será desenvolvida uma nota conceitual para mobilizar o financiamento climático com o objetivo de permitir a implementação em escala das ações identificadas. 

Também participaram do evento Flávia Tomita, Diretora Técnica do IRGA; Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul; Gustavo Goretti, coordenador-geral de Irrigação e Conservação de Solo e Água do MAPA; Fernando Barrera, coordenador técnico da representação do IICA no Chile; Kelly Witkowski, gerente do Programa Hemisférico de Ação Climática e Marco Zapata, chefe de Gabinete do IICA.

 

Com informações do IICA, IRGA e Seapi

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