Julio César Delgado, floricultor da Colômbia e promotor da produção sustentável, é reconhecido pelo IICA como “Líder da Ruralidade”
São José, 25 de agosto de 2022 (IICA) — O produtor de flores ornamentais Julio César Delgado, um dos poucos na Colômbia que produz a violeta dos Alpes, foi reconhecido como um dos “Líderes da Ruralidade” das Américas pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O prêmio, chamado “Alma da Ruralidade”, é parte de uma iniciativa do organismo especializado em desenvolvimento agropecuário e rural para reconhecer homens e mulheres que marcam e fazem a diferença nos campos do continente americano, essencial para a segurança alimentar e nutricional e para a sustentabilidade ambiental do planeta.
Delgado produz no município de San Antonio del Tequendama, localizado a 50 quilômetros da capital colombiana, Bogotá, onde a produção em viveiros é uma atividade de importância econômica significativa que reúne mais de 100 estabelecimentos.
Ele é um dos poucos floricultores voltado à produção da violeta dos Alpes, que tem origem francesa e é de grande beleza. Suas flores cumpriram uma importante tarefa durante os isolamentos forçados pela pandemia de Covid-19, pois aumentou o interesse de muitas pessoas por tê-las em suas casas para ajudar a combater situações de estresse.
Além disso, diante do aumento de preços de insumos, como fertilizantes e pesticidas químicos, Delgado busca uma produção sustentável, ambiental e economicamente, com o uso de recursos de origem biológica.
O prêmio Líderes da Ruralidade é um reconhecimento aos que cumprem um duplo papel insubstituível: ser avalistas da segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, guardiões da biodiversidade do planeta pela produção em qualquer circunstância. O reconhecimento, além disso, tem a função de destacar a capacidade de promover exemplos positivos para as zonas rurais da região.
As violetas como forma de vida
Julio César Delgado é um dos poucos produtores de espécies florais ornamentais na Colômbia que produz a violeta dos Alpes, planta de origem francesa cuja beleza cativa a todos que a conhecem e apreciam.
É produtor de plantas ornamentais na propriedade Villa Loly, localizada no município de San Antonio del Tequendama, uma cidade a 50 quilômetros de Bogotá que se dedica quase que inteiramente à produção em viveiros. As espécies ornamentais são cultivadas e comercializadas por suas características estéticas, sejam suas flores, folhas, caules ou frutos. Geralmente são empregadas com fins decorativos em jardins e projetos paisagísticos, mas também como plantas de interior ou flor cortada, com o que dão origem à importante indústria da floricultura.
Nessa região há uma tal vocação, que ali se localizam mais de 100 viveiros de plantas para abastecimento do mercado local. Com os anos, a produção cresceu tanto, em quantidade e qualidade, que as autoridades municipais estão trabalhando em um censo de propriedades para organizá-las em associações de produtores, obter certificações da entidade de sanidade vegetal e avançar para a exportação.
“O nosso primeiro objetivo é o Equador”, diz Jairo Varón, que trabalha na Prefeitura local e comenta sobre o interesse do prefeito do município em tornar essa iniciativa uma realidade. Delgado, obviamente, é um dos primeiros convidados a fazer parte dessa empreitada, comentou o funcionário da administração.
Nos últimos anos, o setor de viveiros e plantas ornamentais teve um desempenho muito importante, permitindo que ganhasse novos mercados internacionais.
Além de violetas dos Alpes, Julio César Delgado cultiva outras variedades de plantas, também ornamentais, como primaveras, begônias e gloxínias, entre outras. Uma seleção muito chamativa quando se pensa na decoração de interiores e exteriores. No total, Villa Loly alberga o cultivo de cerca de 20 variedades em uma área de 6.400 metros quadrados e abriga nada menos do que 20.000 vasos.
Em sua propriedade, Delgado vende para atacadistas e distribuidores locais nas principais cidades do país, não só a sua produção, mas a de terceiros, quando os pedidos superam a produção de seu viveiro.
A preferência pela violeta dos Alpes, explicou o floricultor, é porque essa é uma planta muito chamativa, particularmente por sua floração. Além disso, acrescenta, quando é dispensado o devido cuidado, podem durar bastante tempo, entre um e dois anos.
Mas seu viveiro não seria o que é hoje sem a contribuição de sua esposa, que trabalha em todas as tarefas de manutenção da produção. Por isso, reconhece o seu compromisso e contribuição para esse projeto produtivo. Também estende esse compromisso a seus seis trabalhadores permanentes, a quem não apenas admira pelo que fazem e contribuem, como se interessa pelo bem-estar de suas famílias.
Referindo-se às etapas de produção de seus cultivos e sobre os altos preços dos insumos, como fertilizantes e pesticidas, Delgado manifesta como agora recorre a novas formulações, dessa vez retiradas da agricultura biológica, a fim de alcançar uma agricultura limpa e sustentável. Práticas que, aliás, serão definitivas no momento de exportar.
Sindicalmente, Delgado é associado à Associação Colombiana de Produtores em Viveiros e Produtores de Plantas Ornamentais (Colviveros), uma organização criada há cinco anos e que organizou os produtores de espécies ornamentais, pois nunca tiveram um porta-voz perante instituições governamentais ou autoridades de sanidade vegetal.
A Colviveros estimula e promove o desenvolvimento, a competitividade e a sustentabilidade dos produtores em viveiros e dos pequenos produtores de plantas ornamentais e folhagens de todo o país. Com o lema “Semeando Bem-estar”, a Colviveros afirma que, além de seu valor ornamental, as plantas e as flores influenciam de maneira positiva no humor e na saúde emocional das pessoas, pois purificam o ambiente, reduzem o estresse e estimulam a concentração e a produtividade.
Por último, como dado curioso e contraditoriamente, Delgado indicou que o período de pandemia foi talvez um dos melhores, quanto a produção e vendas. Segundo ele, é provável que o isolamento e o estresse gerado tenham feito com que as pessoas se inclinassem a decorar suas casas com plantas ornamentais, uma melhor opção frente às flores cortadas (a Colômbia é o segundo exportador mundial de flores), que têm curtos períodos de vida.
“As pessoas compravam suas plantas para levá-las para casa e se empenhar em cuidar delas, regá-las, fertilizá-las e vê-las crescer. Acredito que isso era algo que acabava por lhes dar uma melhor qualidade de vida frente à situação de isolamento em que se vivia”, concluiu.
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