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Juntamente com seus parceiros dos setores público e privado, o programa Solos Vivos nas Américas apresentou seus casos de sucesso, com benefícios para a produtividade e o ambiente

Muhammad Ibrahim, Director de Cooperación Técnica; Manuel Otero, Director General del IICA; y Lloyd Day, Subdirector General del IICA.
Muhammad Ibrahim, Diretor de Cooperação Técnica; Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; e Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA.

 

São José, 27 de agosto de 2024 (IICA) — O Programa Solos Vivos nas Américas, liderado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o prestigiado cientista Rattan Lal, apresentou os resultados mais relevantes obtidos no continente desde o seu lançamento em 2020, graças ao trabalho conjunto com parceiros estratégicos do setor público e do setor privado.

O programa está gerando uma conscientização sobre a importância da saúde dos solos para a segurança alimentar global e é um instrumento elaborado para contribuir para a sustentabilidade da agricultura e a qualidade de vida nas zonas rurais do hemisfério.

A III Reunião da Diretoria foi uma oportunidade para a prestação de contas da iniciativa, que tem dado origem a uma robusta coalizão — a qual inclui a Bayer, a Syngenta e a Pepsico como atores-chaves do setor privado — e promoveu realizações concretas no combate à degradação de um recurso fundamental para a saúde e a vida.

Solos Vivos nas Américas vincula ciência, políticas públicas e companhias alimentares com o trabalho de restauração dos solos, e o programa tem possibilitado a concretização de eventos de alto nível com tomadores de decisões, a elaboração de publicações técnicas sobre práticas para a recuperação e recarbonização dos solos e a criação de mecanismos para a divulgação de informações relevantes.

Também promoveu a participação do setor agropecuário das Américas nos mais relevantes foros internacionais, como as últimas Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27 e 28).

Durante o evento, realizado de maneira virtual, foram apresentados os principais resultados de três casos de sucesso vinculados ao programa: C-Farm, liderado pelo professor Lal; C-Carbono, liderado pela Universidade de São Paulo; e Chakras, conduzido pela Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID).

Colheita de carbono

Rattan Lal, considerado a maior autoridade mundial em ciências do solo, apresentou detalhes e números do projeto executado pelo Lal Carbon Center, na Universidade do Estado de Ohio. O trabalho do cientista visa que o carbono se converta em um commodity como os demais produtos que os agricultores cultivam.

Manuel Otero, Director General del IICA
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA.
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“A agricultura do carbono consiste em que a colheita de carbono gere receitas para os agricultores, devido aos benefícios ambientais que traz acoplados. Aumentar a matéria orgânica no solo em apenas 1% favorece enormemente a retenção de água”, disse Lal, que mostrou os dados de aumento da produtividade em cultivos como trigo, arroz e sorgo graças à maior presença de carbono orgânico no solo.

Em todo caso, acrescentou que o êxito de qualquer estratégia de recuperação dos solos depende da cooperação com o setor privado. “É o que pode nos ajudar — alertou — a passar da ciência à ação. A meta central é não deixar nenhum agricultor para trás”.

Lal, Prêmio Mundial da Alimentação de 2020, também destacou a importância de que o Programa Solos Vivos está sendo lançado na África, a partir da parceria do IICA com organizações do continente, onde os rendimentos agrícolas estão estagnados há décadas. “No futuro — disse — esperamos levar esse trabalho também para a Ásia”.

Carlos Cerri apresentou o trabalho liderado pela Universidade de São Pablo na pesquisa de boas práticas agrícolas com as quais os países das Américas têm a oportunidade de aumentar o sequestro de carbono e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

“Estamos avançando no conhecimento e sabemos que há um enorme potencial não só de sequestrar o carbono no solo, mas também de evitar quase 40% das emissões”, afirmou.

O projeto Chakras promove a conservação ambiental com base em três pilares na agricultura: lavoura zero, rodízio e diversificação de cultivos e uma cobertura permanente do solo com cultivos ou resíduos do solo.

“Juntamente com a Confederação de Associações Americanas para a Agricultura Sustentável (CAAPAS) trabalhamos para compreender qual é a capacidade de absorver carbono orgânico dos solos por meio do sistema de plantio direto na Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. E a ideia é ampliar o projeto para outros países da América Latina”, explicou Andrés Madias, da AAPRESID.

Agricultura regenerativa

A Bayer está comprometida com o objetivo global de aumentar a produção de alimentos em 50% até 2050, sem ampliar a fronteira agropecuária nem utilizar mais recursos naturais.

Felipe Albuquerque, Chefe de Sustentabilidade da Bayer para a América Latina, explicou que a companhia se fixou as metas de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa por cada quilograma de alimento produzido.

“Já demonstramos que a agricultura regenerativa tem um impacto positivo real na produtividade e no cuidado ambiental. O grande desafio é empoderar os pequenos agricultores para que a pratiquem. A Bayer acredita que a ciência deve estar na base de tudo, e que a agricultura regenerativa é o único caminho”, afirmou.

Da Syngenta, Patricia Toledo e Carlos Torres enfatizaram que a transformação da agricultura só é possível por meio da inovação e concordaram que é fundamental capacitar os pequenos produtores em agricultura regenerativa por meio de programas privados e de políticas públicas.

Durante el evento, realizado de manera virtual, se presentaron los principales resultados de tres casos de éxitos vinculados al programa: C-Farm, liderado por el profesor Lal; C-Carbono, encabezado por la Universidad de São Paulo; y Chakras, conducido por la Asociación Argentina de Productores en Siembra Directa (AAPRESID).
Durante o evento, realizado de maneira virtual, foram apresentados os principais resultados de três casos de sucesso vinculados ao programa: C-Farm, liderado pelo professor Lal; C-Carbono, liderado pela Universidade de São Paulo; e Chakras, conduzido pela Associação Argentina de Produtores em Semeadura Direta (AAPRESID).

Também deram detalhes de Livingro, o programa da Syngenta que promove práticas de gestão ecológica em diferentes sistemas agrícolas juntamente com tecnologias modernas e diversas de proteção de cultivos.

Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA; Muhammad Ibrahim, Diretor de Cooperação Técnica; Jorge Werthein, Assessor Especial da Direção Geral; Kathya Fajardo, Gerente do Programa de Ação Climática; Francisco Mello, especialista internacional em Solos e Clima; e Federico Villarreal, Representante do IICA na Guatemala, participaram do encontro que foi aberto pelo Diretor Geral, Manuel Otero.

“Solos Vivos nas Américas obteve resultados significativos com ações em todo o hemisfério. Destacamos a importância das parcerias com a Bayer, a Syngenta e a Pepsico, que são a demonstração de que devemos fortalecer vínculos com o setor privado e produtivo”, disse Otero.

“A recuperação da saúde do solo é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e preservar os serviços ecossistêmicos que sustentam a vida no planeta. A agricultura é parte da solução aos desafios globais, e devemos demonstrar isso por meio de uma agenda que valorize o papel do setor privado, da ciência e da inovação”, concluiu.

Em função da experiência e dos resultados da LISAM, o IICA foi selecionado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para implementar a iniciativa Visão para Cultivos e Solos Adaptados (VACS) na Guatemala, reunindo o setor público e o setor privado em um esforço para construir sistemas agroalimentares resilientes baseados em cultivos diversos, nutritivos, adaptados à mudança do clima e cultivados em solos saudáveis e férteis. A iniciativa conta com um antecedente bem-sucedido na África.

A VACS foi lançada em Washington, com a participação de Otero, Rattan Lal e altos funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Seus objetivos são alcançar resultados concretos em um prazo de cinco anos ou menos na transformação da agricultura da Guatemala, por meio de uma canalização de recursos de pelo menos 20 milhões de dólares.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int