Legado de Norman Borlaug deve ser preservado com políticas públicas participativas que construam resiliência na ruralidade e garantam segurança alimentar
Texcoco, México, 11 de julho de 2024 (IICA) - Políticas públicas participativas, que sirvam para empoderar os agricultores, construir resiliência na ruralidade por meio do acesso ao crédito, à inovação, à ciência e à tecnologia, e para fortalecer a segurança alimentar, são a melhor forma de preservar o legado de Norman Borlaug, o agrônomo dos Estados Unidos que estabeleceu as bases da agricultura moderna, salvou milhões de pessoas da fome e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1970.
Concordaram com essa premissa autoridades da Fundação Prêmio Mundial da Alimentação (WFP), do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), Ministros de Agricultura das Américas, África e Ásia, a Chanceler do México, o Diretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Enviado Especial do Governo dos Estados Unidos para a Segurança Alimentar Global, reunidos no município mexicano de Texcoco.
A uns 30 quilômetros da Cidade do México, onde está a sede central do CIMMYT, que faz parte da associação mundial de pesquisa agrícola CGIAR (Conselho de Pesquisa Agrícola Internacional), foi realizado o primeiro evento organizado pela WFP fora dos Estados Unidos da série de debates DIALOGUENEXT, que teve como título “Nutrindo a Resiliência dos Agricultores” e congregou administradores públicos e pesquisadores do mundo todo.
A série de debates da WFP é parte de um esforço institucional para levar a discussão sobre o fortalecimento da agricultura e seus protagonistas para diversos lugares do mundo, seguindo o caminho traçado por Borlaug, com o objetivo de preservar o seu legado.
O evento foi aberto pela Chefe de Operações da WFP, Mashal Husain, o Diretor Geral do CIMMYT, Bram Govaerts, e a Secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, que destacaram o legado vigente de Borlaug, e a importância de reforçar o trabalho compartilhado de centros acadêmicos, governos, organismos internacionais, entidades de financiamento e a sociedade civil organizada em prol de fortalecer a segurança alimentar global e fazê-lo de forma cada vez mais sustentável.
Husain e Govaerts também enfatizaram, respectivamente, a centralidade que deveriam ter os agricultores e a presença, no evento na sede do CIMMYT, de convidados dos cinco continentes, todos ligados à pesquisa agropecuária, às políticas públicas ou ao financiamento.
A Chanceler Bárcena, que enfatizou a importância do trabalho de organismos internacionais como o IICA na luta pela segurança alimentar, chamou a atenção para a importância e relevância do chamado “Sul Global” no seu papel de grande fornecedores de comida para o mundo.
Cary Fowler, Enviado Especial para a Segurança Alimentar Global do Departamento de Estado dos Estados Unidos e ganhador da última edição do Prêmio Mundial da Alimentação, considerado o Nobel da agricultura e da produção de alimentos, enfatizou a importância de políticas públicas de longo prazo e alianças sólidas para enfrentar a insegurança alimentar por meio de estratégias que permitam construir sistemas alimentares resilientes que, indicou, devem se centrar no acesso a diversas variedades de cultivos resilientes ao clima e o desenvolvimento de solos sadios e férteis.
Fowler usou de exemplo o programa Visão para Cultivos e Solos Adaptados (VACS), recentemente estendido à Guatemala, desde a África, e que conta com o apoio do IICA.
O Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, moderou o painel “Explorando Políticas e Práticas para a Resiliência Rural”, do que participaram o Secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Víctor Villalobos; a Secretária de Agricultura e Pecuária de Honduras, Laura Suazo; e o Ministro de Agricultura de Bangladesh, Mohammed Abdus Shahid.
No painel, Suazo destacou a Política de Estado lançada por Honduras para o setor agropecuário, nos esforços do seu país para diminuir as brechas de acesso à informação e às tecnologias dos pequenos agricultores, e aumentar o financiamento inclusivo.
Villalobos, por sua parte, ofereceu um panorama sobre os avanços do México em desenvolvimento e inclusão rurais, os desafios que a mudança climática impõe para a agricultura e a expansão das exportações no setor agropecuário do seu país.
Otero também ressaltou o trabalho de Borlaug, indicando que os esforços de cooperação que o agrônomo dos Estados Unidos realizou junto ao governo do seu país, do México e entidades como a Fundação Rockefeller, constroem exemplos de “ciência em ação” e “inovação para as pessoas”. Logo, teve reuniões com o Secretário Villalobos e com quem o substituirá no cargo desde 1 de outubro, Julio Berdegué, quando assumir o governo da presidente-eleita Claudia Sheinbaum.
Otero e Berdegué se comprometeram a aumentar ainda mais o apoio que o IICA fornece ao governo mexicano para o desenvolvimento agropecuário, rural e de vigilância sanitária.
O Diretor Geral do IICA esteve acompanhado no México pelo Subdiretor Geral, Lloyd Day, e pelos Representantes do IICA no México, Diego Montenegro, e nos Estados Unidos, Margaret Ziegler.
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