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Na COP29 de Baku, países das Américas mostraram ao mundo o papel fundamental que os biocombustíveis cumprem

Manuel Otero, Director General del IICA; Lloyd Day, Subdirector General del IICA; Linda Schmid, de la Asociación de Productores de Granos de Estados Unidos (U.S. Grains Council); Gloria Alvarenga, Directora de Integración, Acceso y Seguridad Energética de la Organización Latinoamericana de Energía; Lais García de la División de Energías Renovables del Ministerio de Relaciones Exteriores de Brasil; y Andrew Matters, Director de Política y Economía de la Asociación Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA; Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA; Linda Schmid, da Associação de Produtores de Grãos dos Estados Unidos (U.S. Grains Council); Glória Alvarenga, Diretora de Integração, Acesso e Segurança Energética da Organização Latino-Americana de Energia; Lais García, da Divisão de Energias Renováveis do Ministério das Relações Exteriores do Brasil; e Andrew Matters, Diretor de Política e Economia da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

 

aku, Azerbaijão, 19 de novembro de 2024 — Países das Américas exibiram, no pavilhão do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) na COP29, o extraordinário potencial de sua produção de biocombustíveis para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e contribuir para os objetivos globais para mitigar os danos à natureza.

No maior foro ambiental do mundo, atores do continente prestaram contas dos resultados que já estão alcançando, por meio do bioetanol e biodiesel, na redução de emissões de gases de efeito estufa do transporte.

A Casa da Agricultura Sustentável das Américas, espaço colaborativo que o IICA instalou no estádio da cidade de Baku, graças ao esforço de seus parceiros dos setores privado e público, foi o cenário de um painel que reuniu líderes de diversas entidades regionais dos biocombustíveis.

Participaram Gloria Alvarenga, Diretora de Integração, Acesso e Segurança Energética da Organização Latino-Americana de Energia; Linda Schmid, da Associação de Produtores de Grãos dos Estados Unidos (U.S. Grains Council); Lais García, da Divisão de Energias Renováveis do Ministério das Relações Exteriores do Brasil; e Andrew Matters, Diretor de Política e Economia da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

As palavras de boas-vindas foram proferidas por Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, e Lloyd Day, Diretor Geral Adjunto do IICA, foi o moderador da conversa.

Os oradores ressaltaram que as políticas públicas de promoção aos biocombustíveis na região devem ser estáveis, previsíveis, de longo prazo e também devem estar em harmonia com as principais regulamentações em âmbito global.

Andrew Matters mencionou a extraordinária oportunidade que as perspectivas dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) representam para a América Latina, devido aos grandes recursos de biomassa que a região tem.

“Os combustíveis sustentáveis de aviação são combustíveis não convencionais, produzidos com matérias-primas diferentes do petróleo. Podem ser feitos com óleo de cozinha, plantas, desperdícios urbanos ou resíduos agrícolas”, disse.

Matters explicou que os SAF estão em uma etapa inicial, uma vez que atualmente ainda são duas e quatro vezes mais caros do que os combustíveis convencionais, o que tem um impacto significativo para as linhas aéreas.

“As perspectivas são muito boas para 2030. No mundo todo, hoje já existem 130 projetos de SAF em andamento, quase todos na Europa e nas Américas. Estamos abertos a todas as matérias-primas e consideramos que os combustíveis com óleo de soja, milho e cana-de-açúcar são fundamentais para alcançar a neutralidade de carbono em 2050”, disse Matters.

Em 2023, a Agência Internacional de Energia prognosticou um aumento de 225% no consumo de biodiesel até 2040, impulsionado pelo papel da agricultura na provisão de matérias-primas. Os SAF, em particular, poderiam contribuir para uma redução de 65% das emissões em 2050, com um papel fundamental das Américas.

Transição energética

Lais García, da Divisão de Energias Renováveis do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, disse que o país considera que há diferentes caminhos para a transição energética. “Para algumas nações, a eletrificação do transporte é uma rota adequada, mas para outros não. Quando falamos de transição energética também falamos de desenvolvimento, e o etanol é uma excelente ferramenta, que pode ser produzida em muitas regiões”.

“Todos os países produtores de açúcar podem ter uma indústria de etanol. O Brasil já é um dos líderes na produção de biocombustíveis, e hoje temos o programa Combustíveis do Futuro, recentemente aprovado pelo Parlamento brasileiro, que constitui um ambicioso plano de descarbonização, graças ao aprofundamento do uso de biocombustíveis líquidos. Entre 2025 e 2037, planejamos, graças ao corte com etanol, economizar a importação de 26 bilhões de litros de gasolina”, acrescentou.

Linda Schmid, da Associação de Produtores de Grãos dos Estados Unidos (U.S. Grains Council), chamou a atenção para o fato de o etanol dever ser considerado pelos países como parte de seus compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa, no âmbito do Acordo de Paris.

Gloria Alvarenga, da OLADE, disse que a América Latina é uma das regiões mais verdes do mundo. “A nossa matriz elétrica está edificada sobre 31% de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 14%”, informou.

Quanto ao etanol e o biodiesel, precisou que a produção e o consumo estão concentrados no Brasil, Argentina e Colômbia, onde desempenham um papel central no transporte. “Temos — concluiu — vastos recursos de biomassa que são ideais para os biocombustíveis, como cana-de-açúcar, soja, milho e óleo de palma. A indústria dos biocombustíveis pode incentivar o crescimento econômico e criar empregos, especialmente nas zonas rurais, além de reduzir a dependência das importações de combustíveis fósseis”.

Mais informação:
Gerência de Comunicação Institucional do IICA.
comunicacion.institucional@iica.int