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Na Cúpula África-Américas, os Estados Unidos destacam o aumento da produtividade agrícola como via imprescindível para reduzir a pobreza

Elise Golan
Elise Golan, Diretora de Desenvolvimento Sustentável do Escritório do Economista-Chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA), na primeira “Cúpula África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares”, realizada na Costa Rica.

São José, 28 de julho de 2022 (IICA) — É o momento de concentrar os esforços do mundo em aumentar a produtividade agrícola, de maneira a produzir mais com menos.

Essa foi a principal mensagem de Elise Golan, Diretora de Desenvolvimento Sustentável do Escritório do Economista-Chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA), na primeira “Cúpula África-Américas sobre Sistemas Agroalimentares”, realizada na Costa Rica.

Golan apresentou a Coalizão sobre o Crescimento Sustentável da Produtividade (SPGC) a ministros, vice-ministros e altos funcionários de Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia de 40 países presentes na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) ou conectados por videoconferência.

A Coalizão foi lançada em 2021, na Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, com o objetivo de acelerar a transição para sistemas agroalimentares mais sustentáveis por meio de um aumento da produção que otimize a sustentabilidade agrícola em suas dimensões social, econômica e ambiental.

“A agricultura está enfrentando desafios críticos, os quais foram exacerbados pela invasão russa na Ucrânia e pelo impacto da mudança do clima”, disse Golan, que sustentou que o crescimento de produtividade agrícola é um mecanismo muito poderoso para aliviar a insegurança alimentar e a pobreza. “Continuar melhorando a produtividade agrícola é imprescindível”, destacou.

No entanto, a perita advertiu que o crescimento da produtividade agrícola não é o mesmo que crescimento da produção. Neste sentido, explicou que a produtividade mede o uso de insumos, portanto, aumentar a produtividade é produzir a mesma quantidade ou mais alimentos com um menor uso de água, de mão de obra e dos recursos habituais. “Isso inclui todo tipo de insumos e, claro, os recursos naturais”, advertiu.

“Por isso dizemos que é o momento de concentrar os esforços no aumento da produtividade agrícola”, acrescentou. 

A coalizão foi fundada com a premissa de que aumentar a produtividade agrícola é um tema crítico para enfrentar os desafios globais, assim, é necessário empenhar esforços para acelerá-la.

 

No entanto, os dados indicam que, nos países em desenvolvimento, o aumento da produtividade desacelerou na maioria das regiões nos últimos 20 anos. A América Latina e o Caribe foram a região com a maior desaceleração, seguida pela Ásia. Na África Subsaariana, a produtividade agrícola já era baixa na década de 2000, e caiu um pouco mais na década seguinte.

Entre as consequências trazidas pelo declínio da produtividade agrícola, foram citadas: o aumento dos preços dos alimentos; o aumento da insegurança alimentar e da fome; o aumento da pobreza; um maior uso de recursos naturais e uma maior quantidade de emissões de gases de efeito estufa, que são os que provocam a mudança do clima.

Por isso a Coalizão adota um enfoque holístico para abordar a produtividade agrícola que considera os impactos e as inter-relações entre múltiplos objetivos, entre eles a segurança alimentar, a nutrição, as receitas dos agricultores, o bem-estar das comunidades rurais, a equidade e a inclusão, o desperdício de alimentos, a conservação da biodiversidade, o uso dos recursos e a mitigação e adaptação à mudança do clima.

Cathy McKinnell, Assessora Sênior em Políticas do Serviço Agrícola Exterior do USDA, acrescentou que o crescimento da produtividade é fundamental para que a humanidade possa alcançar seis dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): 1 (fim da pobreza), 2 (fome zero), 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 12 (produção e consumo responsáveis), 13 (ação pelo clima) e 15 (vida em ecossistemas terrestres).

A Coalizão tem 100 membros, incluindo 20 países que representam todas as regiões do mundo, além de universidades, instituições de pesquisa, fundações e companhias industriais privadas.

O IICA é um de seus membros, juntamente com países das Américas e da África, entre eles: Brasil, Canadá, Colômbia, República Dominicana, Honduras, Paraguai, Gana, Libéria e Mauritânia.

 

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