No IICA, autoridades e especialistas do setor de energia da América Central convocados pelo Conselho de Grãos dos Estados Unidos (USGC) analisaram o futuro dos biocombustíveis e seu papel na descarbonização do transporte
São José, 30 de agosto de 2024 (IICA) — Mais de 70 especialistas em biocombustíveis e autoridades dos setores público e privado da América Central relacionadas com o setor energia se reuniram na sede central do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), na Costa Rica, para analisar os desafios e as oportunidades que os biocombustíveis oferecem para a agroindústria e seu papel na contribuição para a descarbonização do transporte.
No encontro, denominado Terceiro Seminário Regional “Cultivando Energia” e organizado anualmente pelo Conselho de Grãos dos Estados Unidos (USGC), foram discutidas as perspectivas dos mercados de biocombustíveis e do etanol e experiências internacionais bem-sucedidas de países como a Índia e as Filipinas.
O Vice-Ministro de Ambiente e Energia da Costa Rica, Ronny Rodríguez, participou da abertura e destacou que esse país centro-americano dispõe de um alto potencial em matéria de bioeconomia, assim como toda a América Latina, o que reativa a agricultura e gera encadeamentos produtivos.
Também enfatizou a importância de serem feitas modificações ao uso atual dado à energia para conseguir alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável desejados.
“Precisamos fazer uma mudança no uso final da energia, vamos eletrificar tudo o que for possível, mas o que não for, deve ser substituído por energias renováveis, limpas, que sejam contínuas, que deem segurança energética, e isso é produzido pela bioeconomia”, observou Rodríguez.
Ryan LeGrand, Presidente do USGC, reafirmou o compromisso de sua organização com a Costa Rica e a região: “Temos orgulho de trabalhar com o governo da Costa Rica e, em particular, com o Ministério de Ambiente e Energia, cuja visão e liderança foram fundamentais para avançar na implementação de um programa de mistura de etanol com gasolina”.
No evento, o IICA e o USGC assinaram um memorando de entendimento que reconhece a importância dos benefícios dos biocombustíveis, especialmente do etanol, no âmbito da transição energética; e se comprometeram em apoiar os formuladores de políticas e reguladores governamentais mediante capacitações, informações técnicas e recursos, para promover a cooperação e a geração de sinergias em torno do desenvolvimento dos biocombustíveis na região.
“Não podemos nos limitar a desejar um aumento na produção de alimentos ou confiar em soluções mágicas, é essencial criar mercados sustentáveis por meio de uma agricultura bem-sucedida”, observou LeGrand.
Manuel Otero, Diretor Geral do IICA, enfatizou que perante o grande desenvolvimento dos biocombustíveis no norte e sul das Américas, abre-se uma grande oportunidade para expandir o bioetanol e o biodiesel nos países que ainda não os incorporaram à sua matriz energética.
“Para o IICA, a cooperação técnica é a ação e o resultado de trabalharmos juntos, para o que oferecemos ações de capacitação, quadros conceituais, união de setores, intercâmbios e a capacidade de entabular diálogos, até que esses se transformem em institucionalidades e em políticas públicas”, afirmou Otero.
Ações futuras em políticas públicas de biocombustíveis na América Central
Em um dos painéis do evento foram apresentados os objetivos estratégicos em questões de políticas públicas de biocombustíveis desenvolvidos na Costa Rica, Guatemala, Panamá e Honduras, com os quais se busca implementar o uso do álcool combustível, mais conhecido como etanol, com metas específicas para os próximos anos.
O Vice-Ministro de Ambiente e Energia da Costa Rica, Ronny Rodríguez, observou que, em 2026, devem-se ter misturas de 10% de etanol na gasolina superior. No Panamá, de acordo com o Secretário de Energia do país, Juan Manuel Urriola, espera-se alcançar um acordo em 2024 para começar a implementação de etanol em 2026.
Juan Fernando Castro, Vice-Ministro da Área Energética da Guatemala, mencionou um regulamento publicado no ano passado na nação que estabelece a obrigatoriedade do etanol e mencionou que se espera alcançar uma mistura de 10% na gasolina superior até janeiro de 2026.
Finalmente, Carlos Posas, Diretor Geral de Hidrocarbonetos e Biocombustíveis de Honduras, observou que o país centro-americano busca reduzir as emissões em 16% até 2030, para o que são executadas ações para partir de uma base de 8% de misturas de bioetanol e de biodiesel em combustíveis fósseis.
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