O CGIAR, a maior rede de pesquisa agropecuária do mundo, promove o aprofundamento do trabalho com o IICA para a transformação dos sistemas agroalimentares
São José, 22 de julho de 2024 (IICA) - O Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, siglas em inglês), que constitui a maior rede mundial de pesquisa e inovação agropecuária, realizou uma apresentação do seu trabalho e conquistas ante o Conselho Assessor para a Transformação dos Sistemas Agroalimentares (CATSA) do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e promoveu um aprofundamento do trabalho em conjunto.
A reunião, realizada de forma virtual, foi liderada pela Diretora Geral Executiva do CGIAR, Ismahane Elouafi, junto ao Diretor Geral do IICA, Manuel Otero. Também participaram o Diretor Regional para a América Latina e o Caribe do CGIAR, Joaquín Lozano, e o Diretor de Cooperação Técnica do IICA, Muhammad Ibrahim.
O CGIAR, com mais de 50 anos de experiência, fornece evidência científica aos tomadores de decisões e novas ferramentas aos seus sócios para transformar os sistemas agroalimentares e facilitar um melhor uso econômico, ambiental e nutricional da agricultura em países de renda média e baixa.
O CATSA, por sua parte, é um grupo de especialistas convocados pelo IICA, com trajetórias de grandes contribuições ao setor agropecuário, tanto do âmbito público como privado e acadêmico, que procuram soluções para os desafios que os sistemas agroalimentares enfrentam. Também participaram dessa sessão do Conselho convidados especiais em representação de organizações que trabalham nos sistemas de agricultura e alimentação.
Elouafi sinalizou que a missão conjunta é aumentar a produtividade da agricultura sem aumentar o uso da terra, e para isso é necessário levar a tecnologia e a inovação aos pequenos produtores.
“Precisamos fazer as coisas de melhor forma, produzir de forma mais inteligente, e para isso queremos trabalhar de forma mais estreita com o IICA na área de pesquisa agropecuária. E para que a nossa pesquisa tenha um impacto real, todas as nossas recomendações devem estar baseadas em evidência”, assegurou Elouafi, que formou parte de numerosos painéis de especialistas e grupos assessores e foi membro do Grupo Científico da Cúpula de Sistemas Alimentares convocada pelas Nações Unidas em 2021.
A especialista reconheceu que nos últimos anos a brecha entre ciência e desenvolvimento tem crescido e que há obstáculos para levar a tecnologia e a inovação ao mercado.
Elouafi deu cifras que refletem as conquistas que o CGIAR alcançou na África, que têm beneficiado aos pequenos agricultores com um aumento da sua produtividade e resiliência, e sinalizou que essa região é prioritária.
Otero assegurou que a América Latina pode fazer uma grande contribuição ao desenvolvimento agrícola da África e informou que o IICA está realizando esforços para esse fim. Maio passado, o IICA lançou uma iniciativa conjunta birregional com a Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA) chamada “Solos vivos”, que, logo de uma tournée bem-sucedida nas Américas, procurará restaurar terras degradadas e melhorar a resiliência climática nos sistemas agroalimentares africanos.
Agenda de trabalho e pesquisa
O CGIAR, segundo a Diretora Geral Executiva, se propõe aprofundar sua aliança com o IICA para avançar no trabalho conjunto em prol do fortalecimento e da transformação dos sistemas agroalimentares. O objetivo é identificar novos bens públicos tecnológicos para desenvolver uma agenda de trabalho e pesquisa que envolva instituições nacionais, organismos nacionais e o setor privado.
A instituição internacional também promove o trabalho em conjunto com o IICA na procura de financiamento para a inovação agropecuária no continente americano.
Lozano, pela sua parte, deu detalhes dos projetos na América Latina e no Caribe, onde, segundo disse, foram dados passos adiante no desafio de passar da pesquisa às ações e o desenvolvimento de políticas. Contou que os progressos do Projeto Avançar 2030, que procura identificar empreendimentos inovadores na agricultura que possam ser escalados, liderado pelo IICA junto ao Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (IFPRI) e mais de 20 sócios.
“A América Latina é uma região que tem em suas mãos muitas das possíveis soluções para os desafios globais, porém também temos que atender limitações na mesma região, como os riscos climáticos que ameaçam as vidas das pessoas”, disse Lozano, que considerou que o continente é um aliado importante para o CGIAR, tanto no nível de países como do IICA e outros organismos internacionais, e enfatizou que procura implementar programas com um forte impacto nos sistemas agroalimentares.
“Porém as reservas mais importantes de biodiversidade, terras cultiváveis e água fresca estejam aqui, a degradação dos bosques também é um risco”, adicionou.
Otero, na conclusão do encontro, assegurou que entre o CGIAR e o IICA existe um espaço de complementaridade que será potencializado. “Vamos criar uma relação muito mais simbiótica e sinérgica pensando nos produtores, na ruralidade e em erguer pontes com um modelo de desenvolvimento sustentável. O diálogo regional continuará, com um plano de ação, para que faça sentido, e todos saibam por onde avançar. Precisamos estar vinculados no nível internacional”, assegurou.